[News] Morre o mestre do terror José Mojica Marins, o Zé do Caixão.

  O cineasta José Mojica Marins, também conhecido por seus amigos como 'Mojica', morreu aos 83 anos nesta quarta-feira (19/02) em São Paulo.

Mojica estava internado em decorrência de uma infecção que evoluiu para ums broncopneumonia e sua morte foi confirmada pela filha, Liz Marins. Seu velório ocorrerá amanhã (quinta-feira, 20) e será aberto ao público, no Museu da Imagem e do Som, a partir das 16h. 

Mojica nasceu em São Paulo, em 13 de Março de 1936, e aprendeu sobre o cinema sendo autodidata. Dirigiu mais de 40 obras que vão do Terror, drama até a pornochanchada (algumas sob pseudônimo), e atuou em mais de 25.

Foi depois de um sonho em que um espirito o arrancava da cama e lhe mostrava sua cova com data de nascimento e morte, que nasceu seu mais famoso personagem, um coveiro do interior que desprezava a fé e aterrorizava a cidade atrás de uma mulher que pudesse lhe dar um filho perfeito, ninguém menos que Zé do Caixão, e o filme foi "À Meia-Noite Levarei Sua Alma".

O filme foi um sucesso, e mudou para sempre a história do cinema nacional, censurado pela ditadura, teve seu segundo filme sobre a saga de Zé do Caixão proibido de ser exibido aqui, também prejudicando seus filmes anteriores. Mojica posteriormente também foi contratado pela TV Bandeirantes, para contar contos de terror. Nos anos 90 foi descoberto nos EUA, com o lançamento de seus filmes por lá e se tornou sensação conhecido como Coffin Joe.

Para todos que acompanharam seu trabalho, sabem o valor de sua contribuição para o cinema, sua poderosa imagem se atrelou ao terror, e fazer terror não é fácil, e trabalhar os mais profundos medos do público, trazer calafrios e pesadelos com qualidade e profundidade, e ainda ser vanguardista, somente para um gênio como José Mojica, capaz de influênciar até mesmo cineastas estrangeiros como Tim Burton.

Foi apenas em 2008 que Mojica conseguiu concluir a saga de Zé do Caixão, com "Encarnação do Demônio". José nos deixa uma coleção de pesadelos e memórias, que estarão para sempre entrelaçadas a cultura popular brasileira. Desejo apenas todo conforto à sua família, e fica a certeza que Mojica sempre será chamado de Mestre.

Texto por Yasmin de Carvalho

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