[Divulgação] Tempos difíceis, por Izabella Macedo
Estamos sendo bombardeadas com notícias nada esperançosas. Estamos diante de uma realidade sem precedentes para a maioria de nós, diante de fronteiras fechadas, toque de recolher, proibições quanto a atitudes cotidianas corriqueiras, economia em crise e um sentimento estranho de que pode ser que qualquer dia seja conosco. Acredito que há situações globais que sejam ainda mais dolorosas (como guerras dolosamente criadas por nós - os seres humanos) mas não pretendo fazer uma comparação; então desde logo faço essa ressalva.
Lembro-me vagamente da gripe H1N1, um medo um pouco parecido, mas talvez minha jovialidade me impedisse de interpretar o que acontecia à época. Hoje tenho um filho e o medo que se instala no peito é diferente. Obviamente, temo por todos aqueles que amo, mas a visão de mãe nos deixa mais fraternal e mais preocupada de forma geral. Não sou histérica ou mesmo desesperada, mas fico boquiaberta e muito desapontada com o desleixo de quem ignora as orientações básicas que estão sendo divulgadas em todas as mídias.
Estou tentando levar estes dias de enclausuramento com um pouco de leveza e hoje mesmo fui criticada por não trazer seriedade à minha página (no Instagram). Sinto muito se deixei a desejar, mas minha intenção é justamente esta: trazer leveza em tempos difíceis. Precisamos ser cuidadosos e fazer nossa parte, precisamos respeitar quem está levantando pela manhã e vestindo seu jaleco branco porque é da área da saúde ou pesquisador do campo, precisamos ser solidários com quem trabalha com serviços que não comportam o digital, precisamos não comprar todo o estoque de papel higiênico.
Mas nunca me sinto à vontade para dar lição de moral, muito menos para expor meus julgamentos. Prefiro expor sentimentos. E os meus estão um pouco confusos nestes dias.
*Izabella de Macedo tem 29 anos, é curitibana, leonina, mãe, esposa, advogada e acaba de lançar o livro de crônicas Mulheres Normais. É graduada em Letras e mestre em Direito.
Lembro-me vagamente da gripe H1N1, um medo um pouco parecido, mas talvez minha jovialidade me impedisse de interpretar o que acontecia à época. Hoje tenho um filho e o medo que se instala no peito é diferente. Obviamente, temo por todos aqueles que amo, mas a visão de mãe nos deixa mais fraternal e mais preocupada de forma geral. Não sou histérica ou mesmo desesperada, mas fico boquiaberta e muito desapontada com o desleixo de quem ignora as orientações básicas que estão sendo divulgadas em todas as mídias.
Estou tentando levar estes dias de enclausuramento com um pouco de leveza e hoje mesmo fui criticada por não trazer seriedade à minha página (no Instagram). Sinto muito se deixei a desejar, mas minha intenção é justamente esta: trazer leveza em tempos difíceis. Precisamos ser cuidadosos e fazer nossa parte, precisamos respeitar quem está levantando pela manhã e vestindo seu jaleco branco porque é da área da saúde ou pesquisador do campo, precisamos ser solidários com quem trabalha com serviços que não comportam o digital, precisamos não comprar todo o estoque de papel higiênico.
Mas nunca me sinto à vontade para dar lição de moral, muito menos para expor meus julgamentos. Prefiro expor sentimentos. E os meus estão um pouco confusos nestes dias.
*Izabella de Macedo tem 29 anos, é curitibana, leonina, mãe, esposa, advogada e acaba de lançar o livro de crônicas Mulheres Normais. É graduada em Letras e mestre em Direito.
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