[Divulgação] Vaga Carne e Sete Anos em Maio





Sobre VAGA CARNE  

O filme é uma transcrição cinematográfica da peça teatral com mesmo nome (vencedora de vários prêmios, dentre eles o Prêmio Shell RJ, Prêmio Questão de Crítica, Prêmio Leda Maria Martins, Prêmio Cesgranrio). “Este ‘desejo de cinema’, esse movimento de articulação de uma linguagem à outra é o que movimenta essa construção”, diz Grace Passô.  

Os diretores Ricardo Alves Jr. e Grace Passô são parceiros antigos no cinema e no teatro. Juntos já dirigiram peças teatrais e, no cinema, Grace atuou em “Elon Não Acredita na Morte”, dirigido por Ricardo. A ficha técnica é também formada por parceiros de trabalho de ambos. “Um trabalho artístico é sempre um movimento que se relaciona com trabalhos anteriores e os parceiros viabilizam esse movimento criativo”, diz Grace.   

A produção tem uma abrangente questão social dentro do atual contexto brasileiro, com termos e ideias que rondam as reflexões sobre a nossa sociedade. Para a diretora, “São questões fundamentais e bem antigas, mas que atualmente têm sido pautadas em grupos que não as refletiam antes. A noção de identidade é uma delas e no filme o desejo de uma mulher por encontrar suas identificações sociais não é só afirmativo, cheio de certezas e forte, como alguns querem crer. O desejo de nomear-se é essencial, não é sequer uma escolha e, portanto, o olhar político para si mesma é uma necessidade de sobrevivência: existencial e social”.   

As várias linguagens que o texto possibilita é um dos grandes destaques da história, para Ricardo Alves Jr. “O movimento de articulação de uma linguagem a outra é o que torna essa construção interessante. O texto da peça também foi publicado, pela editora Javali. Portanto, VAGA CARNE transita entre três linguagens, a literatura, teatro e o cinema”.  

Os Diretores  

Grace Passô, nascida em 1980 em Belo Horizonte, é diretora, dramaturga e atriz. Trabalha em parceria com artistas e companhias de teatro. Como dramaturga, seus textos foram publicados em francês, espanhol, mandarim, inglês e polonês. Por suas realizações em atuação - tanto no teatro quanto no cinema - a artista recebeu vários prêmios.  

Ricardo Alves Jr., nascido em 1982 em Belo Horizonte, é cineasta, produtor e diretor de teatro que começou dirigindo curtas-metragens que foram exibidos e ganharam prêmios em vários festivais internacionais, entre eles Semana da Crítica do festival de Cannes, Berlinale, Locarno e Rotterdam. Estreou no cinema em 2016 com Elon Não Acredita na Morte, exibido em festivais no Brasil, América Latina, China e Europa. Ele é produtor de Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, que já foi exibido em mais de 30 festivais ao redor do mundo e ganhador do prêmio especial de júri da mostra Un Certain Regard, do Festival de Cannes 2018.   
 

Sobre SETE ANOS EM MAIO  

Criado como um ensaio sobre as formas do cinema representar um acontecimento trágico, o filme, rodado entre 2017 e 2018, transita entre diferentes abordagens da linguagem cinematográfica para contar a história da noite em que Rafael dos Santos Rocha foi barbaramente torturado pela polícia. A narrativa parte desde o mais claro "documental", passando pela fabulação e alegoria. “Nesse processo, o filme conecta a história de Rafael com a história do Brasil, construindo uma ponte entre o particular e o coletivo, contando a história de um jovem de periferia violentado pela polícia como a história de uma multidão”, diz o diretor Affonso Uchôa.  

O filme começou com o desejo de Uchoa em contar a história de Rafael e daquela noite em maio. Imediatamente a partir daí, a questão de como filmar essa história se colocou, pois “É uma história forte, simbólica, representativa do país em que vivemos. E por isso mesmo, de potencial emotivo e perigosa em se colocar na tela. Eu busquei fazer da linguagem um fator claramente ativo na representação dessa história, para evitar fazer do cinema mero instrumento de registro”, diz o diretor, que na montagem do filme atingiu o ponto de junção entre linguagem e acontecimento, completando a narrativa: “Acho que em filmes como o SETE ANOS EM MAIO, que se abrem a um método menos rígido e em contato direto com o real, o filme é o que sobrevive ao seu processo, como um depósito de experiência, de vivência.”, completa.   

Affonso destaca também a importante parceria com o personagem principal de sua história, Rafael dos Santos Rocha, amigo e vizinho de bairro Nacional, em Contagem. “Eu conheço Rafael desde 2005 e quando soube o que tinha acontecido, pensei em fazer um filme com ele que tratasse do que aconteceu com ele de alguma maneira”.   
Rafael é o que se convencionou de chamar de "ator não profissional", assim como os atores dos filmes anteriores de Uchôa, como "Vizinhança do Tigre". Para o diretor, “Rafael forçava a eu me deslocar um pouco: o filme nasceu de uma história pessoal e violenta vivida por ele. Era como trafegar pelas cicatrizes de alguém: é um processo delicado, que exige muito cuidado e cumplicidade. Foi preciso entender que o processo de criação desse filme teria que ter muito do Rafael, que ele também participaria criativamente do filme e, ao mesmo tempo, foi preciso entender que toda a linguagem e construção do filme deveria estar a serviço de Rafael e da sua história”.   
Mostrando algo que é tão presente no cotidiano como a violência policial contra os jovens negros e pardos de periferia, o filme torna o espectador observador do uso desmedido da força policial. “No Brasil, o poder policial tem papel chave na manutenção da nossa obscena desigualdade, age como uma barreira de contenção de sonhos e de revoltas, instaurando o medo como regra e a resignação como base da vida social.”, diz Uchôa. A história de Rafael é simbólica da atuação da polícia nas periferias, em como vidas são transformadas através da violência desmedida, sem cuidado com as suas consequências. “O filme é, pra mim, uma maneira de criar justamente essa instância, a consequência. Fazer com que pelo menos no cinema, o que aconteceu naquela noite não morra em si nem no silêncio.”, completa o diretor.   


O Diretor  

Affonso Uchôa é cineasta, nascido em São Paulo em 1984; vive e trabalha em Contagem -MG. Seu primeiro filme, MULHER À TARDE (2010) foi exibido nos festivais Mostra de Tiradentes, Semana dos Realizadores e Festival Internacional do Uruguai, dentre outros. Também dirigiu A VIZINHANÇA DO TIGRE (2014), premiado na Mostra de Tiradentes (2014) e também em outros festivais como Olhar de Cinema e Fronteira. O filme foi exibido internacionalmente nos festivais Hamburgo Filmfest (Alemanha), Lussasdoc (França) e Viennale (Áustria), assim como em importantes instituições como a Cinemateca Francesa (França) e o Anthology Film Archive (EUA). É codiretor de ARÁBIA (2017), que teve sua estreia na competição principal do Festival Internacional de Roterdã (2017) e foi exibido em mais de 60 festivais ao redor do mundo. O filme recebeu cinco prêmios no Festival de Brasília (2017), incluindo o de melhor filme, e também foi premiado nos festivais Indielisboa (Portugal), Golden Apricot (Armênia) e BAFICI (Argentina). “Arábia” também foi eleito o melhor filme de 2018 nas votações da ABRACCINE, APCA, Folha de São Paulo e SESC Melhores Filmes, além de ter sido eleito um dos 100 melhores filmes da década pela International Cinephile Society (ICS). SETE ANOS EM MAIO (2019) é seu mais recente filme. Após a estreia no festival Visions du réel (Suíça), o filme foi exibido em outros festivais como Toronto (Canadá), Viennale (Áustria) e Mar del Plata (Argentina) e outros quase 40 festivais ao redor do mundo. “Sete Anos em Maio” ganhou prêmios nos festivais Indielisboa (Portugal), Filmadrid (Espanha) e Festival do Rio (Brasil), e foi eleito o melhor curta/média de 2019 pela ABRACCINE.  

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SETE ANOS EM MAIO  
Ficção | 2018 | Brasil| Cor | 42 minutos  

Direção   Affonso Uchôa  
Produção   Camila Bahia, Vasto Mundo, Un Puma  
Roteiro   Rafael dos Santos Rocha, Affonso Uchôa, João Dumans  
Produção executiva  Camila Bahia, Jerónimo Quevedo, Victoria Marotta  
Fotografia   Lucas Barbi  
Som    Marcela Santos e Bruno Vasconcelos  
Montagem   João Dumans  
Direção de produção  Camila Bahia, Jacson Dias  
Direção de arte e figurino Karine Assis  
Desenho de som e mixagem Adrian Rodriguez - Pomeranec Estúdio  
Design    Isadora Barcelos  
Produtora Associada  Katásia Filmes  

VAGA CARNE  
Ficção | 2019 | Brasil| Cor | 45 minutos  

Direção  Grace Passô, Ricardo Alves Jr.  
Roteiro  Grace Passô  
Direção de Fotografia Andrea Capella  
Montagem  Gabriel Martins  
Música   Barulhista  
Desenho de Som Pedro Durães  
Direção de Arte Grace Passô, Ricardo Alves Jr.  
Figurinos  Luiz Dias Simões  
Maquiagem  Gabriela Dominguez, Tásia d'Paula  
Direção de Produção Nina Bittencourt  
Produção  Grace Passô, Ricardo Alves Jr., Nina Bittencourt, Fernanda Hallak, Raquel Hallak  
Produção Executiva Nina Bittencourt  

Sobre a Embaúba Filmes  
A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. A empresa é dirigida por Daniel Queiroz, que vem de uma experiência prévia de mais de 10 anos como programador de cinema. Queiroz é um dos coordenadores da Semana de Cinema, que acontece no Rio de Janeiro e trabalhou anteriormente no Cine Humberto Mauro, no Cine 104, no Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte e no Festival de Brasília, dentre outros. A Embaúba possui, em seu catálogo, premiados filmes como Arábia, de Affonso Uchôa e João Dumans, Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos, de João Salaviza e Renée Nader Messara; Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diógenes, No Coração do Mundo, de Gabriel Martins e Maurílio Martins e Os Sonâmbulos, de Tiago Mata Machado. A distribuidora busca se diferenciar pela qualidade dos filmes lançados, apostando em obras de grande relevância cultural e política.


PR

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