[Divulgação] No Dia Mundial da Saúde, médicos falam sobre o impacto do coronavírus em suas áreas
O Dia Mundial da Saúde é celebrado anualmente em 07 de abril. Essa data coincide com o dia da criação da Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano de 1948. O objetivo dessa celebração é despertar uma consciência mundial sobre a importância de diversos aspectos da saúde.
Mas, neste ano, a data cai no pico de uma das maiores pandemias da história do mundo. O novo coronavírus Sars-CoV-2 já infectou mais de 1 milhão de pessoas e matou mais de 51 mil em poucos meses. Para comparação, a última pandemia mundial, da gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, matou cerca de 18 mil em um período maior, entre 2009 e 2010, segundo a OMS.
“O cenário atual é de pavor, e até isso precisamos evitar”, afirma o cirurgião plástico Dr. Luís Felipe Maatz, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Maatz, que foi médico emergencista e cirurgião auxiliar na Força Aérea Brasileira, e, como tenente médico, atuou por um ano na Base Aérea de São José dos Campos; compreende o pânico generalizado, mas explica: “o medo intenso pode afetar o sistema imunológico, deixando a pessoa mais vulnerável ao vírus ou mesmo a outras doenças”.
Cirurgia plástica: quais os cuidados neste período
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, devem ser mantidos os atendimentos de urgência, bem como o acompanhamento de pacientes previamente operados. “Cabe ao especialista determinar quais atendimentos são realmente urgentes e necessários. Assim como em outros países, o cirurgião plástico tem sido realocado para outras áreas de atendimento, suprindo demandas cirúrgicas e clínicas”, diz Luís Felipe Maatz.
Procedimentos minimamente invasivos podem ser realizados desde que as regras da SBCP sejam seguidas:
- Passar por rigorosa avaliação pré-operatória: investigação sobre possível contato com pessoas em estado gripal ou oriundas de regiões endêmicas
- Criteriosa avaliação clínica e física, ponderando comorbidades e eventuais riscos potenciais (idade, diagnóstico, condição imunológica, entre outros)
- Ser informados sobre a pandemia do coronavírus, seus riscos e sua interação com a cirurgia pretendida
- Obedecer ao rigor na vigilância e informar ao médico qualquer alteração
O Dr. Luís Felipe Maatz reforça ainda a importância dos cuidados no pós-operatório. “Quem passou por uma intervenção cirúrgica recentemente precisa se resguardar para não contrair infecções. Neste período, o organismo passa por um processo chamado ‘resposta endócrino-metabólica ao trauma’. Neste processo, o sistema imunológico está comprometido com a cicatrização da cirurgia. Ou seja, os cuidados devem ser redobrados”, diz Maatz.
Gestação: enfrentando o desconhecido
No dia 04 de março, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) publicou um comunicado oficial intitulado “Infecção pelo Coronavírus SARS-CoV-2 em obstetrícia - Enfrentando o desconhecido”. De acordo com a Dra. Karina Tafner, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução assistida pela FEBRASGO; trata-se de um manual com orientações sobre o que fazer no caso de contágio em gestantes e também como se prevenir durante a gravidez.
“Nosso dever é orientar as gestantes de acordo com as evidências científicas disponíveis até este momento”, afirma Karina Tafner. São elas:
- Gestantes não parecem ter maior risco de adquirir a infecção que a população geral. O curso da infecção do novo coronavírus não tem se mostrado mais grave em gestantes. A grande maioria dos casos desta infecção evolui de forma leve (80 a 85%), devendo iniciar as medidas de suporte que consistem em repouso, hidratação via oral, medicação para alívio dos sintomas, conforme cada caso – e isolamento em domicílio
- Devem entrar em contato com seu obstetra de confiança (inicialmente por telefone) caso apresente sintomas como febre, tosse, dificuldade para respirar, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, dores musculares. O profissional irá orientar se há necessidade ou não de buscar o pronto atendimento hospitalar nesses casos. Se a gestante estiver gripada, não deve ir ao consultório sem ligar previamente para o profissional de saúde.
- Gestantes devem buscar atendimento hospitalar para investigação, diagnóstico, isolamento e tratamento apenas em caso de piora do quadro clínico ou sinais de alerta de complicações: febre persistente, queda do estado geral, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos) ou sinais respiratórios como dor pleurítica (dor no peito), fadiga (cansaço) e dispneia (falta de ar)
“Caso a gestante se configure como caso suspeito ou provável de contaminação pelo coronavírus, seguindo as medidas determinadas pelo Ministério da Saúde, o médico deverá atestar sua condição (CID 10 - B34.2 Infecção por coronavírus de localização não especificada) e indicar seu isolamento domiciliar ou hospitalar por até 14 dias”, informa Karina Tafner.
Meditação: acalma a mente e ajuda a lidar com o momento atual
“Como prática contemplativa e de aquietamento da mente, a meditação oferece tempo para relaxamento e conscientização de nosso estado de maneira focada, oferecendo um maior recurso interno para lidar com o momento em que estamos vivendo, cujos sentidos são muitas vezes alterados e influenciados negativamente. Com a prática, a meditação tem o potencial não somente de proporcionar um alívio temporário do estresse, mas de transformar nossa maneira de interagir com o mundo”, pondera Vivian Wolff, coach de vida e carreira pelo Integrated Coaching Institute (ICI) e formada em Mindfulness pela Georgetown University Institute for Transformational Leadership, Washington DC.
Pesquisadores do mundo todo e experts em Inteligência Emocional, como Daniel Goleman, defendem a prática do mindfulness como um grande recurso para autogerenciamento, consciência das emoções, redução de estresse, desenvolvimento de empatia e aumento de foco. “O ideal é realizar em aulas, cursos presenciais, onde há troca de experiência, sensações e energia”, diz Vivian.
Mas a coach afirma que a meditação, nesse momento de quarentena, pode ser praticada em casa, inclusive com a ajuda de diversos aplicativos disponíveis atualmente. “O primeiro passo é introduzir minutos de meditação curtos ao longo do dia. Você precisará apenas de um relógio e instalar-se uma posição confortável para este exercício. A posição pode ser sentada em uma almofada com as pernas cruzadas, deitada ou até em pé. A recomendação é tentar meditar no mesmo horário todos os dias, para que comece a se tornar um hábito fácil de incorporar à vida diária”.
Segundo Vivian Wolff, comece devagar, com 5 minutos diários, e vá aumentando gradativamente. “Durante esse tempo, sua tarefa é concentrar toda a sua atenção na sua respiração e nada mais. Repare o ar entrando e saindo. Se você perder o contato com a respiração e se perder no pensamento durante esse tempo, simplesmente perceba a distração e, gentilmente, traga a atenção de volta para a respiração. Repita quantas vezes precisar”, orienta a especialista.
Para finalizar, a orientação dos especialistas é unânime: mantenha a calma, a racionalidade e siga à risca as recomendações das autoridades de saúde. Essas ainda são as maneiras mais efetivas de evitar o contágio e a transmissão.
Mas, neste ano, a data cai no pico de uma das maiores pandemias da história do mundo. O novo coronavírus Sars-CoV-2 já infectou mais de 1 milhão de pessoas e matou mais de 51 mil em poucos meses. Para comparação, a última pandemia mundial, da gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, matou cerca de 18 mil em um período maior, entre 2009 e 2010, segundo a OMS.
“O cenário atual é de pavor, e até isso precisamos evitar”, afirma o cirurgião plástico Dr. Luís Felipe Maatz, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Maatz, que foi médico emergencista e cirurgião auxiliar na Força Aérea Brasileira, e, como tenente médico, atuou por um ano na Base Aérea de São José dos Campos; compreende o pânico generalizado, mas explica: “o medo intenso pode afetar o sistema imunológico, deixando a pessoa mais vulnerável ao vírus ou mesmo a outras doenças”.
Cirurgia plástica: quais os cuidados neste período
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, devem ser mantidos os atendimentos de urgência, bem como o acompanhamento de pacientes previamente operados. “Cabe ao especialista determinar quais atendimentos são realmente urgentes e necessários. Assim como em outros países, o cirurgião plástico tem sido realocado para outras áreas de atendimento, suprindo demandas cirúrgicas e clínicas”, diz Luís Felipe Maatz.
Procedimentos minimamente invasivos podem ser realizados desde que as regras da SBCP sejam seguidas:
- Passar por rigorosa avaliação pré-operatória: investigação sobre possível contato com pessoas em estado gripal ou oriundas de regiões endêmicas
- Criteriosa avaliação clínica e física, ponderando comorbidades e eventuais riscos potenciais (idade, diagnóstico, condição imunológica, entre outros)
- Ser informados sobre a pandemia do coronavírus, seus riscos e sua interação com a cirurgia pretendida
- Obedecer ao rigor na vigilância e informar ao médico qualquer alteração
O Dr. Luís Felipe Maatz reforça ainda a importância dos cuidados no pós-operatório. “Quem passou por uma intervenção cirúrgica recentemente precisa se resguardar para não contrair infecções. Neste período, o organismo passa por um processo chamado ‘resposta endócrino-metabólica ao trauma’. Neste processo, o sistema imunológico está comprometido com a cicatrização da cirurgia. Ou seja, os cuidados devem ser redobrados”, diz Maatz.
Gestação: enfrentando o desconhecido
No dia 04 de março, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) publicou um comunicado oficial intitulado “Infecção pelo Coronavírus SARS-CoV-2 em obstetrícia - Enfrentando o desconhecido”. De acordo com a Dra. Karina Tafner, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução assistida pela FEBRASGO; trata-se de um manual com orientações sobre o que fazer no caso de contágio em gestantes e também como se prevenir durante a gravidez.
“Nosso dever é orientar as gestantes de acordo com as evidências científicas disponíveis até este momento”, afirma Karina Tafner. São elas:
- Gestantes não parecem ter maior risco de adquirir a infecção que a população geral. O curso da infecção do novo coronavírus não tem se mostrado mais grave em gestantes. A grande maioria dos casos desta infecção evolui de forma leve (80 a 85%), devendo iniciar as medidas de suporte que consistem em repouso, hidratação via oral, medicação para alívio dos sintomas, conforme cada caso – e isolamento em domicílio
- Devem entrar em contato com seu obstetra de confiança (inicialmente por telefone) caso apresente sintomas como febre, tosse, dificuldade para respirar, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, dores musculares. O profissional irá orientar se há necessidade ou não de buscar o pronto atendimento hospitalar nesses casos. Se a gestante estiver gripada, não deve ir ao consultório sem ligar previamente para o profissional de saúde.
- Gestantes devem buscar atendimento hospitalar para investigação, diagnóstico, isolamento e tratamento apenas em caso de piora do quadro clínico ou sinais de alerta de complicações: febre persistente, queda do estado geral, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos) ou sinais respiratórios como dor pleurítica (dor no peito), fadiga (cansaço) e dispneia (falta de ar)
“Caso a gestante se configure como caso suspeito ou provável de contaminação pelo coronavírus, seguindo as medidas determinadas pelo Ministério da Saúde, o médico deverá atestar sua condição (CID 10 - B34.2 Infecção por coronavírus de localização não especificada) e indicar seu isolamento domiciliar ou hospitalar por até 14 dias”, informa Karina Tafner.
Meditação: acalma a mente e ajuda a lidar com o momento atual
“Como prática contemplativa e de aquietamento da mente, a meditação oferece tempo para relaxamento e conscientização de nosso estado de maneira focada, oferecendo um maior recurso interno para lidar com o momento em que estamos vivendo, cujos sentidos são muitas vezes alterados e influenciados negativamente. Com a prática, a meditação tem o potencial não somente de proporcionar um alívio temporário do estresse, mas de transformar nossa maneira de interagir com o mundo”, pondera Vivian Wolff, coach de vida e carreira pelo Integrated Coaching Institute (ICI) e formada em Mindfulness pela Georgetown University Institute for Transformational Leadership, Washington DC.
Pesquisadores do mundo todo e experts em Inteligência Emocional, como Daniel Goleman, defendem a prática do mindfulness como um grande recurso para autogerenciamento, consciência das emoções, redução de estresse, desenvolvimento de empatia e aumento de foco. “O ideal é realizar em aulas, cursos presenciais, onde há troca de experiência, sensações e energia”, diz Vivian.
Mas a coach afirma que a meditação, nesse momento de quarentena, pode ser praticada em casa, inclusive com a ajuda de diversos aplicativos disponíveis atualmente. “O primeiro passo é introduzir minutos de meditação curtos ao longo do dia. Você precisará apenas de um relógio e instalar-se uma posição confortável para este exercício. A posição pode ser sentada em uma almofada com as pernas cruzadas, deitada ou até em pé. A recomendação é tentar meditar no mesmo horário todos os dias, para que comece a se tornar um hábito fácil de incorporar à vida diária”.
Segundo Vivian Wolff, comece devagar, com 5 minutos diários, e vá aumentando gradativamente. “Durante esse tempo, sua tarefa é concentrar toda a sua atenção na sua respiração e nada mais. Repare o ar entrando e saindo. Se você perder o contato com a respiração e se perder no pensamento durante esse tempo, simplesmente perceba a distração e, gentilmente, traga a atenção de volta para a respiração. Repita quantas vezes precisar”, orienta a especialista.
Para finalizar, a orientação dos especialistas é unânime: mantenha a calma, a racionalidade e siga à risca as recomendações das autoridades de saúde. Essas ainda são as maneiras mais efetivas de evitar o contágio e a transmissão.
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