[News]Livro recém-lançado navega na jornada de autodescoberta
LIVRO RECÉM-LANÇADO NAVEGA NA JORNADA DE AUTODESCOBERTA
Quem é o grande Homem? É aquele que age seguindo as normas da justiça e da moral? Um tirano cruel? Quais são seus atributos? Onde encontrá-lo? Como entender sua grandeza? São esses alguns dos pensamentos do personagem principal do livro recém-lançado Inocêncio
- Em busca do grande Homem (Editora Selene, 265), do escritor, publicitário e cineasta Valdi Ercolani.
O ponto de partida da obra ocorre em um momento muito significativo da história do Brasil, com as dificuldades em que o presidente João Goulart enfrentava nas relações Brasil-Estados Unidos em 1963, a sua deposição pelas Forças Armadas em 1964 e a perseguição
implacável dos órgãos de repressão contra os opositores do governo militar.
Em meio à turbulência, Inocêncio reflete sobre sua vivência no Brasil e depois nos Estados Unidos, países jovens, com pouco mais de 500 anos, onde não conseguiu distinguir com clareza quais são as qualidades de um grande Homem. É aí, então, que pensa no Velho
Continente, berço de grandes pensadores, uma civilização superior, que ocultaria um saber milenar, uma cultura mais avançada do que o nosso ainda imaturo continente.
Disposto a sacrificar suas ilusões para poder crescer e aprender, Inocêncio decide partir para a Europa em busca do grande Homem, esperando que um dia ele possa ser livre e governar a si mesmo.
Boa parte da inspiração veio de sua vivência de quase 10 anos, em determinada fase de sua vida, quando conviveu com culturas diferentes e percebeu que as pessoas querem amar e ser amadas, que suas lágrimas possuem o mesmo sabor de sal e que ele podia ser amigo
de todos. "Afora o idioma, os povos são iguais, pois têm o mesmo DNA universal e vêm todos da mesma Causa Primeira", diz o autor gaúcho, de 80 anos, que vive em São Paulo.
E neste processo de autoconhecimento, Ercolani pensa que cada um de nós, antes de partir deste lindo planeta, deve deixar suas pegadas, não importa o tamanho.
"Decidi colocar as minhas em forma de livros, na esperança de que sirvam de guia para aqueles que estão jornadeando, ou de bússola para jovens e adultos que estão buscando e ainda não acharam seu rumo. E, igualmente, para aqueles que pretendem manter ou resgatar
a pureza de sentimentos que foi deixada no caminho, sem, no entanto, perder o espírito empreendedor. E, ainda, a pais e educadores que procuram formar cidadãos íntegros e amorosos ajustados à sua época."
Outros livros
Antes de Inocêncio em busca do grande Homem, Valdi havia publicado Inocêncio e a Criança Divina (2008), O Despertar do Inocêncio (2008), Inocêncio e o Início da Jornada (2011). No primeiro livro, o autor contou sobre a educação de Inocêncio que ocorreu num
ambiente familiar amoroso, seguro e tranquilo. O pano de fundo é uma comunidade de pequenos lavradores que moram em casas simples, não cobiçam aquilo que não lhes pertence, e a felicidade de um não pode existir sem a felicidade do outro.
O avô, que nasceu no Velho Continente, preenche o papel do mestre sábio, conhecedor dos segredos do cosmo e do significado da vida. Esse conhecimento, sem igual entre os homens, leva o neto Inocêncio a despertar para a Natureza, encontrar sua própria essência,
entender seu lugar no cosmo, preparando-o para a grande Jornada da vida. "O lar é onde tudo começa", gosta de dizer o autor.
Na sequência com O Despertar do Inocêncio, o autor coloca o personagem diante dos primeiros desafios da vida. Após a morte do avô, o destino arranca Inocêncio do seu mundo paradisíaco e o conduz a uma cidade de pequeno porte onde discriminações são feitas,
o conflito e a violência surgem e ilusões são desfeitas.
A fim de aprender coisas que os livros não ensinam, aos 14 anos Inocêncio deixa para trás o que era e vai em busca daquilo que haverá de ser. Ele corta os laços que o prendiam ao lugar, aos amigos e deixa a segurança da família rumo à cidade grande para aprender
a distinguir o real do ilusório, sair do fútil e ir para o profundo.
Na terceira obra (Inocêncio e o início da Jornada), levando na bagagem conceitos e valores ensinados pelo avô, o personagem dá início a uma longa Jornada de autodescoberta e percorre um caminho que até então desconhecia.
Conhece o aspecto sombrio dos homens, assistindo aos acontecimentos políticos que levaram o presidente Getúlio Vargas ao suicídio, provocaram a renúncia do presidente Jânio Quadros, suscitaram o veto dos militares à posse do vice João Goulart, dando origem
à resistência do governador Leonel Brizola.
Bate-papo com
o autor
O que é a saga do Inocêncio?
É uma jornada de aprendizado, de crescimento interior,
cheia de incertezas e imprevistos, narrada em cinco volumes, que oferece ao viajante Inocêncio a recompensa da autodescoberta, de saber quem ele é, do encontro de si mesmo. Simbolicamente, podemos dizer que é a jornada da alma humana em busca da sua autorrealização,
transitando pelos cinco ciclos da vida: infância, juventude, maturidade, maturidade profunda e colheita.
Quais são os temas abordados?
Valores humanos, isto é, princípios morais e éticos, tais
como respeito, gratidão, justiça, honradez, empatia e altruísmo, que dão valor às atitudes humanas. E, sobretudo, espiritualidade, que é o gene da Criação, a dimensão que eleva Inocêncio para além de seu universo e o coloca frente às suas questões mais profundas.
Que propósito tem minha vida? Estou aqui unicamente para comer, beber e dormir? Que lugar ocupo neste Universo?
Quem gostaria que lesse a obra?
Aos pais que se preocupam com a felicidade dos seus filhos.
Aos adultos que estão jornadeando ou ainda não empreenderam sua jornada. Aos professores e educadores que procuram formar cidadãos íntegros e amorosos ajustados à sua época, fazendo com que reflitam sobre suas atitudes, buscando a felicidade individual sem
perder de vista o bem comum. Aos jovens e adolescentes, que estão buscando e ainda não acharam seu caminho.
Como surgiu o personagem Inocêncio?
Veio do Inocente, o nosso estado natural quando saímos
do ventre materno. Todos nascemos puros, essencialmente. Mas podemos nos tornar impuros, existencialmente. Na infância, Inocêncio recebeu carinho do avô, amor dos pais e contou com parentes e amigos que acreditavam nele. A criança que no início da vida tenha
recebido suficiente apoio para atingir um saudável desenvolvimento do Ego, tem uma inabalável confiança de que o mundo é seguro e pode empreender sua jornada com entusiasmo, alegria e disposição, a ponto de ofuscar o medo do futuro.
E a criança divina?
É a energia que existe em cada um de nós, transparente,
livre e espontânea, que anima e vitaliza. Podemos defini-la ainda como fervor, espírito inspirador ou fonte da vida.
Inocêncio é um simples personagem literário necessário
para que a história seja contada? O que ele nos ensina?
A saga é narrada através dos olhos e experiência do Inocêncio,
que jamais se intromete ou emite um julgamento. Não podemos encará-lo como um personagem que tem algo a nos ensinar. Não, diretamente. Quem nos ensina são os fatos e as pessoas que ele encontra pelo caminho. Inocêncio representa o ser humano que tem a função
sentimento suficientemente forte para se pasmar, se indignar, se horrorizar diante do mal e ser capaz de resistir ao seu domínio.
O sr. se inspirou em personagens reais para criar o livro?
Inocêncio e a criança divina narra minha relação com meu
avô, com meus pais e com os pequenos agricultores de Nova Esperança do Sul, uma comunidade rural gaúcha. Todos possuíam uma área de tamanho suficiente para plantar e colher os alimentos que necessitavam. Mais ou menos duzentos metros separavam as casas umas
das outras. Todos se sentiam iguais, não procuravam se atacar e a solidariedade era uma condição natural entre eles. Meu avô nasceu na Itália e foi um ser espiritualizado. Possuía um profundo conhecimento da natureza, dos segredos do cosmo e do sentido da
vida.
A seu ver, qual a relação desta história com a realidade
hoje em dia?
Em qualquer lugar, seja na cidade ou no campo, uma infância
saudável e feliz ajuda a produzir na criança uma postura firme e otimista em relação à vida. Olhemos ao nosso redor. A corrupção, a violência, o alcoolismo e o uso de drogas não são uma epidemia? O que mantém nossa vida em ordem? Valores morais e espirituais.
Se perdermos esses valores, perdemos o sentido da vida. Quando perdemos o sentido da vida, o sentido do prazer é o seu substituto.
Sobre o autor
Valdi Ercolani
nasceu de pais agricultores numa pequena comunidade rural, no Rio Grande do Sul, hoje chamada Nova Esperança do Sul. Quando tinha sete anos, sua família mudou-se para São Borja. Ali, foi engraxate, jornaleiro e trabalhou como projecionista no cinema local.
Aos quatorze, foi morar na casa da família Goulart Macedo, em Porto Alegre, onde recebeu treinamento nas artes gráficas. Aos vinte e dois, viajou para Los Angeles
(EUA), a fim de buscar conhecimento na área da criação publicitária. Retornou um ano depois e fixou residência em São Paulo, atuando como diretor de arte na MPM Propaganda.
Em 1966, decidiu ir para a Europa. Passou por Lisboa e
Porto a caminho de Madrid, Espanha, onde trabalhou como roteirista de filmes publicitários nos Estúdios Moro. Em 1967, foi para Londres estudar a arte cinematográfica na London School of Film Technique.
Em 1969, mudou-se para Paris. Trabalhou na agência de publicidade
Havas Conseil como diretor de arte criativo. Nesse período participou de um concurso de roteiros para uma campanha antidroga instituída pela Prefeitura de Paris, sendo um dos quatro premiados.
Em 1971, viajou para
Argel, na Argélia. Retornou ao Brasil em 1972 e fundou sua produtora de filmes publicitários. Em 1975, produziu e dirigiu seu filme de longa-metragem, escolhido para representar o cinema latino-americano no Festival de Teerã.
Em 1990, foi viver em Barcelona onde atuou na área de cinematografia
durante dois anos. Em 2000, inspirado na lenda do herói mitológico, começou a escrever sua saga de autodescoberta, passando pelos cinco estágios do crescimento humano: Infância (Inocêncio e a criança divina); Juventude (O despertar do Inocêncio); Maturidade
(Inocêncio e o início da Jornada); Maturidade profunda (Inocêncio em busca do grande homem).
Atualmente, dedica-se a escrever o quinto livro, que corresponde
a Colheita, em São Paulo, cidade em que vive há muitos anos.
PR
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