[News] Em live do Canal Brasil, Karine Teles fala da quarentena e de trabalhos como “Bacurau” e “Benzinho”
Frequentadora assídua das telas do Canal Brasil, com diversos filmes disponíveis na grade e nas plataformas de VoD, Karine Teles foi a convidada especial da live desta sexta, dia 29, no Instagram do canal (@canalbrasil). A atriz conversou com a repórter Maria Clara Senra sobre a rotina na quarentena, os trabalhos interrompidos durante a pandemia, o sucesso de produções como “Bacurau” e “Benzinho” e a relação intrínseca entre arte e política.
A rotina na quarentena abriu o papo. “Tenho olhado as notícias só uma vez por dia, e apenas de manhã. Nunca leio notícias à noite, ou não durmo. A gente que trabalha com arte está completamente desamparado. A gente já estava, mas agora chegamos a um grau muito perigoso”, e continua: “Isso tudo que está acontecendo provoca uma situação de muita reflexão. São muitas questões trazidas à luz, as novas falhas do nosso sistema de governo. A gente está vendo o racismo tomando forma. Ficamos escutando que racismo é ‘mimimi’ e estamos vendo no Brasil e no mundo que é uma questão que a gente precisa falar e precisa punir os responsáveis”, afirma.
Durante a conversa, Karine lembrou a estreia de “Bacurau”, um dos mais aclamados filmes brasileiros dos últimos tempos, no tapete vermelho do Festival de Cannes, onde conquistou o prêmio de melhor diretor – Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles – e disputou a sonhada Palma de Ouro. “A própria experiência da estreia, esse delírio que é Cannes. Estar ali naquela cidade, vivenciando o festival, vivendo a estreia naquele cinema gigantesco, toda aquela emoção de ver o filme pela primeira vez. Engraçado que, nesse momento, que a gente está vivendo, com os cinemas fechados, pensar que isso tudo aconteceu há um ano aumenta essa sensação de sonho”, revela a atriz. Ela ainda reforça a atualidade do tema. “Acho que é uma bomba política. Tem uma eficiência de abrir cabeças, levantar questões e esclarecer a nossa condição de brasileiro. ‘Bacurau’ não fala da situação atual, ele fala da condição de brasileiro. De ser um país que foi invadido e assassinado. Último lugar a acabar com a escravidão. A gente foi ensinado que os assassinos e os invasores eram os heróis”, contesta.
A convidada também falou sobre a relação entre arte e política: “Acho que a gente está precisando descobrir formas de atuar, de fato, descobrir formas eficientes de tomar atitudes. Por enquanto, só conheço a arte e a cultura como ferramentas de transformação. Mas a sensação de impotência é gigante. Quando a gente vê a polícia invadindo a casa e dando um tiro nas costas de uma criança de 14 anos, não dá. Você pensa ‘o que eu faço não serve para nada’”.
O início da carreira foi assunto da conversa com um debate sobre “Riscado”, seu primeiro papel em um longa-metragem. “O filme surgiu do desespero profundo. Eu estava muito cansada porque queria viver do meu trabalho e não conseguia. Já tinha feito muita coisa no teatro e sempre tive o desejo de estar no cinema. O Gustavo (Pizzi, diretor do filme) levou o material que a gente tinha filmado e levou no Canal Brasil. O canal acreditou no potencial daquele material e aconteceu um milagre. Estreou no Festival do Rio, rodou vários festivais internacionais e, a partir daí, as coisas começaram a acontecer”, relembra.
“Benzinho”, outra produção de sucesso estrelada pela atriz, também fez parte da pauta. “Assim como no ‘Riscado’, a gente parte de uma observação da vida real, mas pega essas sensações e coloca num roteiro para virar cinema. Eu acho que o cinema é uma ferramenta visual e sensorial. Gosto mais quando ele fica mais distante da literatura, do rádio, da novela. Acho que as imagens são muito poderosas. Na construção do roteiro, era importante achar sequências de situações e imagens que pudessem gerar sensações”, diz.
Karine mencionou ainda “Os Últimos Dias de Gilda”, série de ficção que estreia no Canal Brasil no segundo semestre de 2020, e seu próximo trabalho no cinema, “Princesa”. “É um filme de gênero, que esbarra no filme de terror, e um roteiro que ainda está recebendo ajustes”, afirma.
A rotina na quarentena abriu o papo. “Tenho olhado as notícias só uma vez por dia, e apenas de manhã. Nunca leio notícias à noite, ou não durmo. A gente que trabalha com arte está completamente desamparado. A gente já estava, mas agora chegamos a um grau muito perigoso”, e continua: “Isso tudo que está acontecendo provoca uma situação de muita reflexão. São muitas questões trazidas à luz, as novas falhas do nosso sistema de governo. A gente está vendo o racismo tomando forma. Ficamos escutando que racismo é ‘mimimi’ e estamos vendo no Brasil e no mundo que é uma questão que a gente precisa falar e precisa punir os responsáveis”, afirma.
Durante a conversa, Karine lembrou a estreia de “Bacurau”, um dos mais aclamados filmes brasileiros dos últimos tempos, no tapete vermelho do Festival de Cannes, onde conquistou o prêmio de melhor diretor – Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles – e disputou a sonhada Palma de Ouro. “A própria experiência da estreia, esse delírio que é Cannes. Estar ali naquela cidade, vivenciando o festival, vivendo a estreia naquele cinema gigantesco, toda aquela emoção de ver o filme pela primeira vez. Engraçado que, nesse momento, que a gente está vivendo, com os cinemas fechados, pensar que isso tudo aconteceu há um ano aumenta essa sensação de sonho”, revela a atriz. Ela ainda reforça a atualidade do tema. “Acho que é uma bomba política. Tem uma eficiência de abrir cabeças, levantar questões e esclarecer a nossa condição de brasileiro. ‘Bacurau’ não fala da situação atual, ele fala da condição de brasileiro. De ser um país que foi invadido e assassinado. Último lugar a acabar com a escravidão. A gente foi ensinado que os assassinos e os invasores eram os heróis”, contesta.
A convidada também falou sobre a relação entre arte e política: “Acho que a gente está precisando descobrir formas de atuar, de fato, descobrir formas eficientes de tomar atitudes. Por enquanto, só conheço a arte e a cultura como ferramentas de transformação. Mas a sensação de impotência é gigante. Quando a gente vê a polícia invadindo a casa e dando um tiro nas costas de uma criança de 14 anos, não dá. Você pensa ‘o que eu faço não serve para nada’”.
O início da carreira foi assunto da conversa com um debate sobre “Riscado”, seu primeiro papel em um longa-metragem. “O filme surgiu do desespero profundo. Eu estava muito cansada porque queria viver do meu trabalho e não conseguia. Já tinha feito muita coisa no teatro e sempre tive o desejo de estar no cinema. O Gustavo (Pizzi, diretor do filme) levou o material que a gente tinha filmado e levou no Canal Brasil. O canal acreditou no potencial daquele material e aconteceu um milagre. Estreou no Festival do Rio, rodou vários festivais internacionais e, a partir daí, as coisas começaram a acontecer”, relembra.
“Benzinho”, outra produção de sucesso estrelada pela atriz, também fez parte da pauta. “Assim como no ‘Riscado’, a gente parte de uma observação da vida real, mas pega essas sensações e coloca num roteiro para virar cinema. Eu acho que o cinema é uma ferramenta visual e sensorial. Gosto mais quando ele fica mais distante da literatura, do rádio, da novela. Acho que as imagens são muito poderosas. Na construção do roteiro, era importante achar sequências de situações e imagens que pudessem gerar sensações”, diz.
Karine mencionou ainda “Os Últimos Dias de Gilda”, série de ficção que estreia no Canal Brasil no segundo semestre de 2020, e seu próximo trabalho no cinema, “Princesa”. “É um filme de gênero, que esbarra no filme de terror, e um roteiro que ainda está recebendo ajustes”, afirma.
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