[News] Clint Eastwood é tema de curso online em agosto
Uma parceria com a Escola Cultural Petrópolis, o curso se estenderá por quatro encontros, numa carga horária total de 10 horas.
Quando: de 6 a 27 de agosto, sempre às quintas-feiras, das 19h às 21h30.
Quanto: R$ 120, o curso todo, ou R$ 40 por aula avulsa.
Onde: plataforma online Zoom.
Inscrições pelo e-mail escolaculturalpetropolis@gmail.com
Ou pelo telefone/whatsapp (24) 99314-5999.
O CURSO
O conteúdo tem foco na carreira de Clint Eastwood especificamente como diretor (o artista também é um dos atores mais consagrados do cinema), desde sua estreia na direção, em 1971, com “Perversa Paixão”, até seu último filme, de 2019, “O Caso Richard Jewell”.
Primeira aula:
Tratará do despertar desse trabalho como diretor, numa fase em que o artista ainda era influenciado pelos filmes policiais de Don Siegel os westerns de Sergio Leone – e também do desenvolvimento de um estilo próprio. Haverá um mergulho mais profundo nos filmes “O Estranho Sem Nome” (1973), “Josey Wales, O Fora da Lei” (1976) e “Bronco Billy” (1980).
Segunda aula:
Sérgio Alpendre explicará a fase em que Eastwood desenvolve uma “consciência de estar no mundo” em seu cinema, com filmes sobre melancolia, obsessão e seu amor à música – que tem como expoente “Bird” (1988), a cinebiografia do revolucionário do jazz Charlie Parker.
Terceira aula:
É o que o pesquisador considera a fase de ouro do diretor, nos anos 1990. Foi quando ganhou Oscar de Melhor Filme e Direção por “Os Imperdoáveis” (1992) e fez uma delicada investigação da sensibilidade feminina em “As Pontes de Madison” (1995).
Quarta aula:
Será apresentada a fase madura de Clint Eastwood, ainda no ápice da forma, como em filmes premiados como “Sobre Meninos e Lobos” (2003) e “Menina de Ouro” (2004) – outra obra, aliás, que lhe rendeu um Oscar de Melhor Filme. Essa aula ainda tratará das produções que lidam com o ponto de vista do autor sobre a guerra (“A Conquista da Honra”, “Cartas de Iwo Jima”, “Sniper Americano”) e sua voz contra o preconceito (“Invictus”, “Gran Torino”).
Todas as aulas terão exibição de trechos de filmes essenciais dos períodos comentados.
CLINT “CANCELADO”?
O professor Sérgio Alpendre lembra que Clint Eastwood costuma ser vítima de uma sensibilidade atual que varre para debaixo do tapete as ambiguidades e complexidades do ser humano e de uma obra de arte. Daí, ele e alguns de seus filmes serem atacados, às vezes, como se tendo referências racistas, belicistas e reacionárias. Injustiças de uma moda do “cancelamento de personalidades”, que um olhar mais atento a seus filmes negará, segundo Alpendre.
“Clint Eastwood se apoia na complexidade do ser humano e nas contradições de suas ações porque sabe que a melhor arte é ambígua”, explica o crítico.
Sérgio Alpendre ressalta que a proposta do curso, no entanto, não é explorar as declarações polêmicas ou o posicionamento político do artista americano. “Interessa-nos, antes, pensar em seus filmes, no que eles nos dizem. Um cinema marcado pela crença no indivíduo e por um humanismo que parece não existir mais.”
O PROFESSOR
Crítico de cinema, pesquisador, curador e jornalista, Sérgio Alpendre escreve críticas de filmes para a Folha de S. Paulo desde 2008, entre outros veículos de comunicação, como UOL, Bravo, Revista E, Contracampo e Cineclick. Foi fundador e editor da Revista Paisà, publicação impressa de cinema (2005 a 2008), e atualmente edita a Revista Interlúdio (www.revistainterludio.com.br).
Doutor em Comunicação/Cinema pela Universidade Anhembi-Morumbi, é mestre em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA – USP.
Participa de seleções e júris em festivais, além de ministrar cursos de história do cinema e oficinas de crítica por todo o Brasil.
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