[News] Indielisboa:longa brasileiro no encerramento
Escrito e dirigido pelo carioca Felipe Bragança, “Um Animal Amarelo” será o filme de encerramento do Indielisboa, o maior festival de cinema independente de Portugal e um dos mais importantes da Europa. O longa será apresentado a um auditório de cerca de 600 lugares, na noite de premiação dos festival, cuja competição é focada em diretores em primeiras obras.
O Indielisboa acontece, normalmente, durante o mês de maio, mas em 2020 foi adiado para setembro por conta da pandemia de Covid-19 e será um dos primeiros festivais europeus a acontecer com presença de público nas salas, que deverão cumprir novas normas de segurança e regras sanitárias.
O diretor Felipe Bragança e parte do elenco - Catarina Wallenstein, Isabel Zuaa, Matamba Joaquim e Lucília Raimundo - representarão o filme que teve sua estreia mundial no Festival de Roterdã, em janeiro de 2020 e deve estrear comercialmente em Portugal e no Brasil em Novembro.
“Um Animal Amarelo” foi considerado pela curadoria do festival português um filme que reúne de forma inovadora alguns dos principais assuntos do ano em Portugal e na Europa: questões pós-coloniais e anti-coloniais. Além de discutir a atual situação política e cultural no Brasil.
Sobre o filme:
Em “Um Animal Amarelo”, descrito como uma tragicômica e melancólica fábula tropical sobre as heranças do colonialismo português no Brasil de hoje, Bragança traz suas memórias e impressões de cidadão brasileiro e artista vivendo no conturbado Brasil atual “O filme é feito no encontro misterioso entre o pesadelo político-cultural que estamos vivendo e histórias muito pessoais e escondidas sobre as quais os brasileiros nem sempre gostam de falar”, ele explica.
Filmado no Brasil, Portugal e Moçambique, “Um Animal Amarelo" traz a inquietação do diretor sobre questões de identidade individual e coletiva:
“Filmar nesses países não foi como filmar no estrangeiro exatamente, mas filmar ainda mais perto de mim, nesse continente cultural instalado nas minhas vísceras, como que me vendo pela nuca, reinstalado como cineasta brasileiro. E, claro, voltei desse mergulho cheio de dúvidas, com a sensação de que a própria idéia de Brasil como harmonia construída sobre as ruínas coloniais está hoje se desfazendo por completa, e se tornando uma ainda mais nova ruína. Com a sensação de que meu lugar criativo, eu, “branco brasileiro”, mestiço de tantos medos e fantasmas, deveria estar além do silêncio diante dos dilemas raciais e culturais que me ocupam o imaginário familiar e pessoal e suas origens ibéricas, ameríndias e africanas. Porque pensar qualquer construção, ou reconstrução de um sentido de comunidade que possa enfrentar o desmonte conservador e extremista no poder agora, vamos ter de encarar de forma nova a equação da nossa antropofagia cultural para além das sínteses sonhadas no passado. E esse pensamento novo deverá passar pelo fim na crença de um futuro paraíso prometido, mas acreditar na potência de um presente sempre feito da nossa auto-destruição, demolição, numa autofagia poética urgente e necessária. Talvez um Neo-Tropicalismo possível, uma nova modernidade almejada que nos tire desse atoleiro conservador, esteja na construção de uma linguagem multi-idiomática, auto-debochada, sem síntese, e que não esteja preocupada em se, e nos, salvar”, Bragança reflete.
O longa tem produção da carioca Marina Meliande e de Luis Urbano - produtor português de filmes de diretores como Miguel Gomes e Manoel de Oliveira - e traz no elenco o protagonismo do jovem Higor Campagnaro acompanhado de nomes como Herson Capri, Thiago Lacerda, Sophie Charlotte e Tainá Medina, além de um elenco luso-africano formado por Isabel Zuaa, Lucília Raimundo e Matamba Joaquim e dos portugueses Catarina Wallenstein, Diogo Dória e Adriano Luz. O lançamento está previsto para novembro de 2020.
Sobre o diretor
Felipe Bragança, 39, nascido no Rio de Janeiro. Foi criado entre o centro histórico da cidade e os subúrbios da Baixada Fluminense. Desde 2003, se dedica ao cinema, tendo dirigido filmes apresentados em festivais como Cannes, Locarno, Rotterdam, Berlinale e Sundance. UM ANIMAL AMARELO é seu 4o longa-metragem, e o segundo em direção-solo. Já escreveu roteiros para cineastas como Karim Ainouz, Helvécio Maris e Marina Meliande, com quem mantém a produtora DUAS MARIOLA FILMES no Rio de Janeiro.
Um Animal Amarelo
Ficha Técnica: Brasil, Portugal, Moçambique, 2020, 115 min., Direção: Felipe Bragança, Roteiro: Felipe Bragança, João Nicolau (colaboração), Produção: Marina Meliande, Luis Urbano, Fotografia: Glauco Firpo, Elenco: Higor Campagnaro, Isabel Zuaa, Tainá Medina, Catarina Wallenstein, Matamba Joaquim, Lucília Raimundo, Diogo Dória, Adriano Luz, Herson Capri, Thiago Lacerda, Sophie Charlotte, Márcio Vito
SINOPSE
Brasil, final de 2017. Fernando, um falido cineasta brasileiro, cresceu assombrado pelas memórias violentas de seu avô e assombrado pelo espírito de um homem moçambicano que lhe prometia riquezas e glória. Acossado pelo estado político e cultural de seu país, o cineasta mergulha em uma jornada de desventuras e inesperados
milagres, em busca de fantasmas do passado.
O Indielisboa acontece, normalmente, durante o mês de maio, mas em 2020 foi adiado para setembro por conta da pandemia de Covid-19 e será um dos primeiros festivais europeus a acontecer com presença de público nas salas, que deverão cumprir novas normas de segurança e regras sanitárias.
O diretor Felipe Bragança e parte do elenco - Catarina Wallenstein, Isabel Zuaa, Matamba Joaquim e Lucília Raimundo - representarão o filme que teve sua estreia mundial no Festival de Roterdã, em janeiro de 2020 e deve estrear comercialmente em Portugal e no Brasil em Novembro.
“Um Animal Amarelo” foi considerado pela curadoria do festival português um filme que reúne de forma inovadora alguns dos principais assuntos do ano em Portugal e na Europa: questões pós-coloniais e anti-coloniais. Além de discutir a atual situação política e cultural no Brasil.
Sobre o filme:
Em “Um Animal Amarelo”, descrito como uma tragicômica e melancólica fábula tropical sobre as heranças do colonialismo português no Brasil de hoje, Bragança traz suas memórias e impressões de cidadão brasileiro e artista vivendo no conturbado Brasil atual “O filme é feito no encontro misterioso entre o pesadelo político-cultural que estamos vivendo e histórias muito pessoais e escondidas sobre as quais os brasileiros nem sempre gostam de falar”, ele explica.
Filmado no Brasil, Portugal e Moçambique, “Um Animal Amarelo" traz a inquietação do diretor sobre questões de identidade individual e coletiva:
“Filmar nesses países não foi como filmar no estrangeiro exatamente, mas filmar ainda mais perto de mim, nesse continente cultural instalado nas minhas vísceras, como que me vendo pela nuca, reinstalado como cineasta brasileiro. E, claro, voltei desse mergulho cheio de dúvidas, com a sensação de que a própria idéia de Brasil como harmonia construída sobre as ruínas coloniais está hoje se desfazendo por completa, e se tornando uma ainda mais nova ruína. Com a sensação de que meu lugar criativo, eu, “branco brasileiro”, mestiço de tantos medos e fantasmas, deveria estar além do silêncio diante dos dilemas raciais e culturais que me ocupam o imaginário familiar e pessoal e suas origens ibéricas, ameríndias e africanas. Porque pensar qualquer construção, ou reconstrução de um sentido de comunidade que possa enfrentar o desmonte conservador e extremista no poder agora, vamos ter de encarar de forma nova a equação da nossa antropofagia cultural para além das sínteses sonhadas no passado. E esse pensamento novo deverá passar pelo fim na crença de um futuro paraíso prometido, mas acreditar na potência de um presente sempre feito da nossa auto-destruição, demolição, numa autofagia poética urgente e necessária. Talvez um Neo-Tropicalismo possível, uma nova modernidade almejada que nos tire desse atoleiro conservador, esteja na construção de uma linguagem multi-idiomática, auto-debochada, sem síntese, e que não esteja preocupada em se, e nos, salvar”, Bragança reflete.
O longa tem produção da carioca Marina Meliande e de Luis Urbano - produtor português de filmes de diretores como Miguel Gomes e Manoel de Oliveira - e traz no elenco o protagonismo do jovem Higor Campagnaro acompanhado de nomes como Herson Capri, Thiago Lacerda, Sophie Charlotte e Tainá Medina, além de um elenco luso-africano formado por Isabel Zuaa, Lucília Raimundo e Matamba Joaquim e dos portugueses Catarina Wallenstein, Diogo Dória e Adriano Luz. O lançamento está previsto para novembro de 2020.
Sobre o diretor
Felipe Bragança, 39, nascido no Rio de Janeiro. Foi criado entre o centro histórico da cidade e os subúrbios da Baixada Fluminense. Desde 2003, se dedica ao cinema, tendo dirigido filmes apresentados em festivais como Cannes, Locarno, Rotterdam, Berlinale e Sundance. UM ANIMAL AMARELO é seu 4o longa-metragem, e o segundo em direção-solo. Já escreveu roteiros para cineastas como Karim Ainouz, Helvécio Maris e Marina Meliande, com quem mantém a produtora DUAS MARIOLA FILMES no Rio de Janeiro.
Um Animal Amarelo
Ficha Técnica: Brasil, Portugal, Moçambique, 2020, 115 min., Direção: Felipe Bragança, Roteiro: Felipe Bragança, João Nicolau (colaboração), Produção: Marina Meliande, Luis Urbano, Fotografia: Glauco Firpo, Elenco: Higor Campagnaro, Isabel Zuaa, Tainá Medina, Catarina Wallenstein, Matamba Joaquim, Lucília Raimundo, Diogo Dória, Adriano Luz, Herson Capri, Thiago Lacerda, Sophie Charlotte, Márcio Vito
SINOPSE
Brasil, final de 2017. Fernando, um falido cineasta brasileiro, cresceu assombrado pelas memórias violentas de seu avô e assombrado pelo espírito de um homem moçambicano que lhe prometia riquezas e glória. Acossado pelo estado político e cultural de seu país, o cineasta mergulha em uma jornada de desventuras e inesperados
milagres, em busca de fantasmas do passado.
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