[Resenha] Celeste dança sobre covas rasas
Sinopse:
Em meio aos prados vastos e verdes, além das colinas e dos bosques intocados, existe um imponente e antigo casarão. A lenda local é clara: a construção foi erguida sobre solo amaldiçoado e é assombrada pelas almas-perdidas que ali padeceram.
Celeste é uma moça solitária e de semblante triste. Durante toda a vida viveu isolada e reclusa na misteriosa residência, acorrentada a um estigma que carrega desde seu nascimento. Certa noite, a jovem conhece Vicente, um rapaz enigmático, que consegue fazer com que seus dias se tornem um pouco menos dolorosos. Entretanto, Vicente esconde um segredo macabro, que pode ser crucial e decisivo quanto ao futuro dos dois jovens amantes.
O que a garota não pode imaginar é que somente enfrentando o desconhecido e o inimaginável será capaz de reconhecer o próprio valor. E em sua trajetória para encontrar o amor de fora, precisará, primeiro, encontrar o amor que vem de dentro
O quê eu achei?
Essa é a primeira história que leio da Thaís Cima-ela já tinha dois contos publicados em duas antologias-mas eu nunca tinha lido nada dela. E desde já adianto que gostei-e me identifiquei-com a escrita dela.
Celeste é uma jovem solitária, vive numa casa no topo de uma colina em um terreno que todos acreditam ser amaldiçoado. Ela não tem amigos, não tem vida social, é totalmente reclusa, suas únicas companhias são os livros da biblioteca e os criados-alguns dos quais, assim como quase todos de fora-acreditavam que havia algo errado com a menina e até que ela era uma algum tipo de bruxa.A única que a protegia era sua fiel governanta, Carmela,que estivera presente desde o nascimento de Celeste.Outros criados como Estela não simpatizavam com ela de jeito nenhum.
Nossa história começa quando durante uma de suas escapadas noturnas -em segredo pois se fosse pega, levaria um sermão de Carmela-conhece Vicente,um rapaz misterioso que começa a conversar com ela. Um abre seu coração para o outro e eles passam a se encontrarem escondidos todas as noites para dançarem ao luar e trocarem confidências.Mas não demora até que Celeste comece a ficar cada vez mais doente,definhando a olhos vistos-e que o romance deles seja descoberto.
A narrativa de Thaís é bem lírica e poética.Gostei do modo como ela descreveu os cenários, os sentimentos e da conexão do passado com o futuro.À medida que a narrativa vai avançando, o leitor vai compreendendo como as cenas passadas-e uma certa profecia- vai se conectando com os acontecimentos do presente.
Apesar da escrita ser bem lírica, não pense que é entediante. Muito pelo contrário:ela te prende numa rede de detalhes em que você fica ansioso para saber o que vai acontecer em seguida.
Em vários momentos me lembrou O morro dos ventos uivantes, clássico da inglesa Emily Brontë-e tem até uma citação dele no início.Mas pode ficar tranquilo porque tem final feliz!
Recomendo e já quero ler mais da Thaís!
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