[Crítica] O Rolo Proibido
Sinopse:
De alguma forma motivados a criar em meio à guerra e ao caos, cineastas afegãos fizeram nascer um extraordinário estilo nacional de cinema. Motivados a destruir, extremistas do Taliban se puseram a queimar esse legado. Admirado pela beleza e pelo frágil poder dos filmes, o diretor afegão-canadense Ariel Nasr constrói uma visão emocionante e original do Afeganistão moderno.
O quê eu achei?
Quando comecei a ver esse filme, comecei a traçar alguns paralelos com a tragédia anunciada da Cinemateca Brasileira, localizada em São Paulo e cuja situação encontra-se ameaçada devido ao descaso do governo.
O rolo ´proibido (The Forbidden Reel) conta a história de uma filmografia salva pela conjuntura nada convencional do Afeganistão. Quando o Talibã (movimento fundamentalista islâmico cujo objetivo é recuperar seu território dos invasores)tomou o controle da capital afegã Cabul e impuseram seu controle em todos as esferas da vida dos cidadãos, inclusive cultural, deram ordens para que todo o acervo da Afghan Films,que era a principal responsável por sustentar o cinema no país, cujo ex-dono é Siddiq Barmak, figura constante no documentário.
O diretor afegão-canadense Asriel Nasr intercala momentos e cenas importantes do cinema afegão desde sua concepção nos anos 40,com depoimentos de Siddiq e outro ex-diretor da Afghan Films, Latif Ahmad.A atriz veterana Yasmin Yarmal e a historiadora Mariam Ghani (filha de ninguém menos do que o atual presidente afegão, Ashraf Ghani) também compartilham suas experiências de tempos turbulentos, desde o regime comunista e a guerra com a Rússia até a opressão do Talibã.
Sobretudo sob o regime do Talibã, as vidas dos cineastas estavam em risco. Durante este tempo, um pequeno grupo de pessoas conseguiu salvar os arquivos da destruição nas mãos dos fundamentalistas. O Rolo Proibido ilustra claramente como o cinema é inestimável, não só como expressão artística ou relato factual, mas também como meio de conhecer e compreender melhor a própria história.
Mariam Ghani fala um ensinamento valiosíssimo que deveria ser ouvido por profissionais de cinema do mundo todo:"A melhor forma de preservar filmes é fazê-los circular, espalhando cópias por diversos lugares"
Trailer:
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