[News]“Centelha” já nasceu com a missão de romper os muros do Espírito Santo

“Centelha” já nasceu com a missão de romper os muros do Espírito Santo




 

Arquivo pessoal

A artista plástica e escritora Cristina Rezende nasceu em Minas Gerais e reside há 30 anos no Espírito Santo, local onde iniciou e consolidou sua carreira de artista plástica. Em 2018, no contexto da nova fase de sua carreira, a autora iniciou uma parceria de extrema importância com um dos maiores escritórios de arquitetura do país, denominado “Debora Aguiar Arquitetos”, que tem sede em São Paulo e no exterior. Esse é um dos poucos escritórios do país a terem em seu staff um Marchand, já que a grande maioria dos clientes são colecionadores de arte.


 

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Assim, Cristina finaliza o projeto do livro “Centelha” com edição em três línguas: português, francês e inglês. Além disso, a obra será prefaciada pelo Secretário de Cultura do ES, Fabricio Noronha, pelo Marchand Caio Oliveira e pelos colecionadores de arte Bill e Sinesia Karol.


 

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As páginas dessa obra resultam do processo de repensar e de escrever sobre as particularidades que envolvem o seu trabalho, dando uma “voz visual” às suas questões internas e a tudo aquilo que paira em sua alma. Cristina expõe seu repertório imaginário formado pelos elementos da natureza, que a seduzem de uma forma tão intensa, tornando-se assim um dos vieses das suas criações. Revela a sua grande “Musa Inspiradora”, que a levou a criar importantes séries em sua carreira até aqui, que são as belíssimas praias do ES com suas águas cristalinas e azuis, palco incontestável de centelhas de luz, cor, movimento, vibração e inspiração para as suas obras. O lançamento do livro “Centelha” será tanto em São Paulo como no Espírito Santo, mais especificamente no Palácio Anchieta, com data ainda em estudo, por conta da pandemia.


 

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Acompanhe a entrevista com a escritora Cristina Rezende:


Joacles Costa: O que falta atualmente para incentivar mais o gosto dos jovens pelas artes?

Cristina Rezende: Acho que estamos vivendo numa geração que tem muita informação, mas que tem se contentado (pelo menos em relação as artes plásticas) a ter uma experiência somente através das telas dos computadores e celulares. As crianças, na minha opinião, têm vivido poucas experiências ao ar livre. Não se brinca mais na areia ou na lama, não se sente mais a chuva no rosto, não se desenha mais no chão ou em folha de papel como tarefa de diversão, e nem se sujam com tinta, lápis cera e caneta.

Essas experiências são importantes na infância para despertar o interesse não só de seguir a profissão de artista, como aprender a apreciar a arte.

Acho importante os pais e escolas incentivarem as visitas a galerias e museus da própria cidade e também em viagens de férias, tornando assim, os passeios mais produtivos no entendimento da cultura de cada cidade ou país.

Faço todos os anos e quando posso Workshop de artes com crianças de creches particulares e também de prefeituras aqui no ES e a experiencia é incrível. O contato com a tinta aguça todos os sentidos a comparecerem e permite a liberdade de expressão levando a criança desde bem pequena a se interessar pelas artes em geral.



 

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Joacles Costa: Em sua opinião o que falta para o escritor capixaba romper com os muros provincianos?

Cristina Rezende: Para responder essa pergunta, preciso primeiramente dizer como foi desafiadora a responsabilidade de escrever esse meu primeiro livro.

Durante toda a minha vida, entendi que melhor que explicar e descrever com palavras os meus anseios e inquietudes, seria pintar, rabiscar e dar cor a eles. Nesse desafio de escrever sobre as particularidades do meu trabalho, corri um risco amedrontador de me rotular e de me definir. Cheguei à conclusão, porém ao finalizar esse processo, que não há como definir o indefinível nem explicar o inexplicável. Percebi que escrever requer muita coragem e não sei dizer se ocorreu comigo mais um processo no qual me desnudei revelando-me ou se ao contrário, o processo acabou por me dar novas vestes, costurando pequenos retalhos e formatando uma nova auto imagem. “Centelha” já nasceu com a missão de romper os muros do Espírito Santo porque, além de ser uma obra direcionada ao mercado específico de artes que envolve todo o Brasil e exterior, é também o resultado de uma parceria maravilhosa com grandes profissionais que estão dentro desse universo se relacionando e atendendo a todo tempo clientes que são grandes colecionadores de arte. Confesso que quando meu Marchand em São Paulo Caio Oliveira me designou essa tarefa de escrever esse livro e ainda fazê-lo em edições em três línguas, eu tremi nas bases literalmente.

Por esse motivo, respondendo agora a sua pergunta, aplaudo os escritores capixabas pela coragem e o talento do domínio dessa arte literária, a qual, não ouso nem tenho a pretensão fazer parte. Acredito, porém, na importância da parceria e entrosamento que deva existir com outros estados do Brasil para que haja uma potencialização de forças, não só da área literária, mas das artes em geral. Nosso estado tem o poder imensurável de encantar os que são de fora por sua beleza natural incontestável e por seus talentos aqui existentes.


 

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Joacles Costa: Além das artes plásticas e da literatura, que outra arte desperta seu interesse?

Cristina Rezende: Sempre digo que se não tivesse nascido com a missão de ser artista plástica, com certeza queria ser agraciada com o dom da música. A arte musical com seus instrumentos e vozes é algo divino e faz parte de certa forma, dos meus momentos de inspiração e execução das minhas peças.

Joacles Costa: E nas artes plásticas, você tem nomes relevantes no momento?

Cristina Rezende: Quando estudei na Itália, vendo pessoalmente a arte de tantos artistas elegi uma cartela bem grande na verdade, de nomes que me inspiram.

Mas falando de artistas brasileiros ou que atuaram no Brasil e que há bem pouco tempo nos deixaram como Tomie Otake, Ianelli, Palatnik(que a Covid nos roubou),tenho uma boa lista de artistas vivos que me inspiram muito não só pelo trabalho consistente, mas pela técnica que dominam tais como Ascânio, Ernesto Neto, Vik Muniz, enfim, a lista é grande.



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Joacles Costa: Em sua opinião, como anda o mercado de artes plásticas no Brasil? Há alguma tendência a melhorar?

 Cristina Rezende: O mercado de arte no Brasil é surpreendentemente muito promissor, principalmente no estado de São Paulo e grandes capitais. O papel do galerista, curador e marchands é de extrema importância pois são eles que direcionam os colecionadores e investidores de artes a aquisição de obras de tanto de artistas já consagrados como dos que estão em ascensão ganhando notoriedade e importância nesse mercado.

Uma dica bem atual é assistir o documentário “O Preço de Tudo” na Netflix, que mostra a surpreende realidade da arte no mundo e sua relação com investidores da mesma.



 

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Joacles Costa: Em geral, você utiliza cores em 3D nas suas obras, qual ou quais os artistas que exerceram maior influência na sua arte e porque a preferência por esta perspectiva?

Cristina Rezende: No meu livro “Centelha” falo um pouco da minha relação com o relevo e como consegui desenvolver uma técnica bem pessoal nas minhas obras. Aprendi a manusear o relevo e esculpir sozinha sem nenhuma influência de outro artista, e entendo que no meu caso, isso me permitiu avançar com mais liberdade de expressão nessa minha linguagem visual. A forma mais “Óptica” que algumas de minhas peças apresentam, se acentuou mais, depois que estudei com o pintor Miguel Fabrucini na Itália no curso de “Trompe L’oeil” que literalmente é a arte de “enganar os olhos”. Assim, passei a utilizar mais as sombras nas minhas peças fazendo com que as formas saltem mais aos olhos nesse jogo de sombra e luz, criando assim esse efeito 3D. 


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Joacles Costa: Em linhas gerais, quais as principais diferenças que a arte moderna guarda com relação tanto à clássica quanto à contemporânea?

Cristina Rezende: A arte ao longo dos séculos foi criando vertentes, mudanças e tendências de acordo com a maneira de expressar das pessoas e artistas em cada época. Não sou professora de História da arte, mas arrisco dizer que a arte clássica descreve o estilo dos períodos grego e romano antigos e preza em retratar a realidade com fidelidade, elegância, harmonia e perfeição. A arte moderna vem num período seguinte a esse iniciando por volta do século XIX perdurando até meados do século XX trazendo um reboliço total em tudo que se entendia ou se classificava como arte naquela época quebrando o formalismo do estilo acadêmico e abandonando a representação das formas com muita irreverência. Já o estilo contemporâneo, que me considero fazer parte, também conhecido como pós-modernismo, chega trazendo variadas possibilidades e meios de se expressar, mesclando por vezes os antigos estilos que descrevi acima, trazendo liberdade no desenvolvimento de técnicas novas. Aqui, o conceito, a atitude e a ideia da obra são mais valorizadas. Mais que enaltecer o conceito estético, a arte contemporânea busca uma maneira subjetiva de abordar os temas escolhidos pelo artista.

Um projeto internacional vem aí. O Livro de arte "Centelha", com apoio cultural do Governo do Estado/Secult, Rede Gazeta e IHGVV.


Título: CENTELHA

Nome: CRISTINA REZENDE


 

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Cristina Rezende estudou no Instituto Per L’arte e Il Restauro Palazzo Spinelli em Firenze-Itália. Participei de diversas exposições coletivas e individuais em vários estados brasileiros e no exterior em galerias dos Estados Unidos Áustria, China, Tailândia e Itália. Desenvolveu uma técnica exclusiva que é a Volumetria, onde molda manualmente composições abstratas, geométricas, sensuais, étnicas, cromatismos telúricos e figuras transparente utilizando material acrílico.


Publicação: Em breve


Contato: @cristinarezendeart 

PR/Joa

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