[News]Visibilidade Trans: “Uma História para Elise” ganha versão para YouTube

Visibilidade Trans: “Uma História
para Elise” ganha versão para YouTube

 
Natasha Sahar, Lara Oliver e Kate Dias durante apresentação do espetáculo.
O espetáculo “Uma História para Elise” ganhou uma versão compacta para o YouTube. A produção do PoloAC (Polo Artístico-Cultural), com 31,5 minutos de duração, apresenta o relato comovido de três artistas da noite sobre a violência policial; uma tentativa de impedir os atos de agressão que sempre resultavam em dores (e muitos constrangimentos) às profissionais.
A produção, que também celebra o Dia da Visibilidade Trans, descreve a investigação sobre o sumiço de uma das artistas da boate da Rua XII, colocando em dúvida o depoimento de Albertina (Natasha Sahar), Bernardina (Lara Oliver) e Campesina (Kate Dias), personagens coadjuvantes da casa noturna. O espetáculo é resultado de uma oficina de pesquisa cênica.
A versão compacta descreve parte do cotidiano vivenciado por três artistas – duas delas transexuais – de uma boate cujo mistério em relação ao desaparecimento da principal personagem revela a hostilidade e a violência praticadas por um oficial de Justiça; Antero da Redenção buscava por respostas, mas ignorava o cuidado e o devido respeito às profissionais.
“O oficial de justiça acreditava que as artistas podiam esclarecer o mistério em torno do desaparecimento de Elise, que não deixou vestígios. Mas, para isso, usou do ‘rigor da Lei’ para conseguir as informações. Antero da Redenção é agressivo e parece não se incomodar com a violência, principalmente contra Campesina”, disse o escritor e diretor Anselmo Dequero.



Elenco
A montagem do espetáculo reúne as atrizes transexuais Kate Dias – Conservatório Carlos Gomes, em Campinas/SP –, Lara Oliver – formação em teatro burlesco por escolas de arte dramática de Paris – e a drag queen Natasha Sahar, referência no cenário LGBTQI+ no país. “Além do talento natural, todas conhecem a realidade deste cenário artístico”, afirmou.
Para Anselmo Dequero, a experiência profissional destas artistas pode ser considerada um diferencial nesta montagem de “Uma História para Elise”. “Na prática, todas trabalham ou já trabalharam em casas e boates destinadas ao público LGBTQI+ do Brasil e exterior. Por isso, trazem, além da disposição, bagagem para falar sobre os percalços da profissão”.

Utilize a #TransHumana

Visibilidade
A fim de ampliar a divulgação do material ao YouTube, as artistas produziram videochamadas a partir do relato de agressões e violências cometidas contra transsexuais. São três vídeos com os depoimentos de Kate Dias, Lara Oliver e Natasha Sahar. “Além da divulgação do espetáculo, a intenção foi alertar o público para este tipo de violência”, disse Lara Oliver.
A atriz lembrou que o Brasil é o país que mais mata transsexuais, segundo um levantamento realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). “Este é um dado muito alarmante, mas que infelizmente passa despercebido pela maioria das autoridades. Por isso, não podemos nos calar ante às agressões e violências”, finalizou a atriz.
PR/PoloAC

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