[News]Laura Zandonadi & Sérgio Chiavazzoli: Preciso Aprender A Só Ser
Laura Zandonadi & Sérgio Chiavazzoli: Preciso Aprender A Só Ser
Parceiro de banda e produções de Gilberto Gil, músico se une à cantora para homenagear o baiano em single
OUÇA AQUI Preciso Aprender A Só Ser: https://laurazandonadi.
Por Chris Fuscaldo
A grandiosidade da obra de Gilberto Gil justifica por si só uma homenagem. A grandiosidade das palavras de Gilberto Gil justificam ainda mais a opção de Laura Zandonadi por pedir licença à sua faceta autora para regravar o clássico Preciso Aprender A Só Ser, principalmente nesse momento que o mundo vem tendo que aprender a ser só. A versão voz e violão traz a cantora ao lado do multi-instrumentista e produtor Sérgio Chiavazzoli, que além de ter sido parceiro de banda e produções do cantor e compositor baiano por mais de 20 anos, foi também diretor musical de um show de Laura, além de conhecê-la desde o início dos anos 2000. A escolha de Laura e sua emocionante interpretação renovam a canção composta no início da década de 1970 e lançada primeiramente em um compacto simples de Gilberto Gil em 1974.
“Entrei em contato com essa canção através do álbum Gil Luminoso, todo em voz e violão, com releituras super intimistas e lindas. Sua letra me arrebatou. Em meados do ano passado, em meio à pandemia e a muitas mudanças na minha vida pessoal, ela adquiriu um novo sentido. Apesar de ser uma canção da década de 1970, para mim, ela parece extremamente atual já nos seus primeiros versos: ‘Sabe, gente, é tanta coisa pra gente saber / o que cantar, como andar, onde ir / o que dizer, o que falar, a quem querer’”, diz Laura.
Fã incondicional de Gilberto Gil, Laura Zandonadi escolheu Preciso Aprender a Só Ser como primeiro single de um projeto de regravações de canções do cantor e compositor baiano, que vai celebrar a maioridade da relação entre os dois niteroienses, comemorada em 2020: em 2002, Laura e Sérgio Chiavazzoli se encontraram pela primeira vez no palco, em um show especial entre alunos e ex-alunos do colégio no qual estudaram, em épocas diferentes. Pouco tempo depois, houve um reencontro, no lançamento do primeiro EP da cantora, que teve participação dele ao bandolim. Sempre acompanhando o desenvolvimento da carreira de Laura, Chiavazzoli fez, em 2013, a direção musical do show de lançamento de seu álbum autoral Como Eu Guardo As Poesias, no qual também participou gravando violões e bandolim.
“Desde que vi a Laura cantando pela primeira vez, reconheci nela uma cantora cuidadosa, preocupada com as entradas e saídas de cada frase musical, coisa com a qual eu também me preocupo. Falamos a mesma língua musical. Laura interpreta muito bem, eu sempre disse que ela não seria outra coisa senão uma musicista. Não à toa a gente se encontrou para fazer um ensaio e o primeiro registro da música foi o que ficou. Ela cantou sem pedestal, com o microfone na mão, e eu com um violão de nylon microfonado. Era apenas um teste e foi essa versão que escolhemos como o primeiro single desse projeto”, conta Chiavazzoli.
Sem querer, a gravação da canção de Gil foi realizada de forma caseira, no home studio do “Serginho”. Voz e violão foram capturados ao mesmo tempo, e o que seria uma gravação guia acabou se tornando a versão final, tamanha a sinceridade que ambas as interpretações transmitem. A mixagem e a masterização ficaram por conta de Alexandre Reis. A arte da capa é assinada por Daniele Barbosa e as fotos de divulgação foram feitas por Mari Magno. Para Chiavazzoli, revisitar a obra de Gil é como revisitar sua própria história.
“Para mim, Gil é o melhor violonista entre os cantores do Brasil e o melhor cantor entre os violonistas. Comecei a acompanhá-lo em 1997 e até hoje, quando ele me chama, eu vou. Curiosamente, Preciso Aprender A Só Ser é uma música que nunca toquei com ele. É uma delícia revisitar sua obra, ao mesmo tempo que uma responsabilidade: Gil é um músico que harmoniza a própria música. Cantando com muito sentimento, Laura conseguiu captar isso e a canção ficou linda em uma voz feminina”, afirma Chiavazzoli.
Laura Zandonadi, que também é Jornalista e idealizadora do belísimo projeto Laura e Os Casamenteiros, de música para cerimônias de casamento, de fato não escondeu o que estava em seu coração durante a gravação. Cheia de reflexões sobre a condição em que não só ela, mas muita gente ficou durante o período de isolamento causado pela pandemia do coronavírus, a cantora encontrou na música de Gil o seu conforto:
“Os versos dessa canção retrataram o sentimento de solidão que eu estava vivenciando: ‘Sou eu sozinho e este nó no peito / já desfeito em lágrimas / que eu luto pra esconder...’. Gil, como bom conselheiro, apresenta a solução: ‘Sabe gente, eu sei que no fundo o problema é só da gente / é só do coração dizer não quando a mente tenta nos levar / pra casa do sofrer... / eu preciso aprender a só ser’. Ao ouvir isso, eu entendi que a solidão, quando transformada em solitude, nos prepara para um mergulho profundo, e me permiti um encontro comigo mesma. Percebi que era o momento perfeito para ser e só. Gil é um mestre também da arte do viver. E eu tenho absoluta certeza que estes mesmos versos podem tocar outras pessoas na perspectiva atual de isolamento”, afirma Laura.
Laura Zandonadi: https://www.instagram.com/
Sérgio Chiavazzoli: https://www.instagram.com/
PR/Romeiro
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