[Crítica] Os Arrependidos
Sinopse: Em 1970, auge da repressão pela ditadura militar, cinco guerrilheiros presos vieram a público renegar a luta armada e elogiar o regime. Com a repercussão das declarações, o governo resolveu transformar as retratações em prática de Estado. Passou a torturar opositores para que fizessem o mea-culpa. Até 1975, cerca de quarenta presos participaram dos “arrependimentos”, como ficaram conhecidos. Os Arrependidos reconta a história pouco lembrada de ex-militantes que, muito jovens, largaram tudo para arriscar a vida por uma causa, foram presos e torturados, e viraram arma de propaganda de seus inimigos. Estreia mundial.
O que achei? Os Arrependidos, quinto longa de Ricardo Calil com nova parceria do jornalista Armando Antenore, é um dos documentários que fazem parte do 26º Festival É Tudo Verdade.
O documentário alterna entre registros audiovisuais dos guerrilheiros em entrevistas à telejornais da época, entrevistas atuais com alguns dos ex-guerrilheiros e seus parentes. Também é mostrado propagandas ufanistas da época, como exemplo de outra tática do regime militar de idolatria ao país e ao governo.
Vários jovens guerrilheiros foram capturados pelo regime militar e quarenta deles aceitaram renegar o movimento de luta armada contra a ditadura após sessões de tortura e foram usados como propaganda pelo governo para inibir esses movimentos de resistência.
Os momentos mais comoventes do longa foram sobre Massafumi Yoshinaga, que foi o garoto-propaganda da campanha do regime militar de combate aos guerrilheiros que eram chamados de terroristas, e que teve um final trágico, e a leitura da carta de Manuel Henrique Ferreira, falecido em 2014, pela sua esposa Graça Lago e sua filha Manuela Werneck Ferreira, que ele escreveu durante o seu cárcere, expondo a farsa da ditadura em relação aos arrependidos.
Os Arrependidos faz um resgate de uma história esquecida e não muito conhecida de um período conturbado da sociedade e política brasileira. E, em um momento onde uma parcela dessa mesma sociedade trata como mito um presidente defensor da ditadura e seus torturadores e que ficam pedindo pela volta da mesma, esse documentário se mostra mais do que necessário para que o que a ditadura fez e representa não fique esquecido jamais.
O que achei? Os Arrependidos, quinto longa de Ricardo Calil com nova parceria do jornalista Armando Antenore, é um dos documentários que fazem parte do 26º Festival É Tudo Verdade.
O documentário alterna entre registros audiovisuais dos guerrilheiros em entrevistas à telejornais da época, entrevistas atuais com alguns dos ex-guerrilheiros e seus parentes. Também é mostrado propagandas ufanistas da época, como exemplo de outra tática do regime militar de idolatria ao país e ao governo.
Vários jovens guerrilheiros foram capturados pelo regime militar e quarenta deles aceitaram renegar o movimento de luta armada contra a ditadura após sessões de tortura e foram usados como propaganda pelo governo para inibir esses movimentos de resistência.
Os momentos mais comoventes do longa foram sobre Massafumi Yoshinaga, que foi o garoto-propaganda da campanha do regime militar de combate aos guerrilheiros que eram chamados de terroristas, e que teve um final trágico, e a leitura da carta de Manuel Henrique Ferreira, falecido em 2014, pela sua esposa Graça Lago e sua filha Manuela Werneck Ferreira, que ele escreveu durante o seu cárcere, expondo a farsa da ditadura em relação aos arrependidos.
Os Arrependidos faz um resgate de uma história esquecida e não muito conhecida de um período conturbado da sociedade e política brasileira. E, em um momento onde uma parcela dessa mesma sociedade trata como mito um presidente defensor da ditadura e seus torturadores e que ficam pedindo pela volta da mesma, esse documentário se mostra mais do que necessário para que o que a ditadura fez e representa não fique esquecido jamais.
Direção: Ricardo Calil, Armando Antenore. Brasil.
74 min.
Idioma: português.
Classificação indicativa: livre
Trailer:
Escrito por Michelle Araújo Silva
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