[Crítica] Vicenta
Sinopse: Vicenta vive em uma casa de madeira e zinco nos subúrbios profundos de Buenos Aires. Ela é pobre, analfabeta e, apesar de ter tudo a perder, dá início a uma guerra contra o Estado argentino para conseguir aquilo que considerava justo: a interrupção legal da gravidez de sua filha.
O que achei? Feito inteiramente em animação stop-motion, o documentário exibido no 26º Festival É Tudo Verdade e dirigido por Dario Doria, mostra a luta da mãe de uma menina portadora de deficiência intelectual, vítima de abuso sexual pelo próprio tio, contra a burocracia e conservadorismo do Estado argentino e de grupos religiosos para conseguir a interrupção da gravidez prevista pelas leis argentinas.
O recurso de stop motion foi usado como forma de preservar as pessoas envolvidas diretamente no caso. O stop motion não é dinâmico como vemos em outras animações do tipo, o boneco dos personagens tem traços imutáveis, não mostrando as reações emocionais dos mesmos e os cenários são bem estáticos e, algumas vezes, idênticos.
Os personagens não têm falas próprias e Vicenta é narrado do início ao fim, falando pela personagem. Isso passa a ideia de um certo distanciamento do diretor em relação ao tema do documentário, o que prejudica um pouco, pois ele se trata de um tema delicado e complexo onde espectador deveria se simpatizar pelo que Vicenta e sua filha passam, não apenas pela falta de reação emocional dos personagens em stop-motion mas também pelo fato de não ouvirmos da própria Vicenta o que ela sente e não vermos o desenrolar dos eventos pelo seu ponto de vista.
A personagem Laura só é mostrada nas cenas como uma personagem estática, levada de um lado para o outro, o que faz com que não saibamos como esses eventos a afetaram, se ela compreendia o que tinha acontecido com ela, se ela entendia sobre as mudanças que seu corpo passava devido à uma gestação não-consensual e como isso afetava o seu psicológico.
A linguagem muito estática do documentário e a narração em terceira pessoa passam a ideia de conformação à um sistema conservador e opressor, o que contradiz as ações de Vicenta que abre mão de sua vida, seu emprego, ao lutar pelos direitos de sua filha, que ela levou à Comissão de Direitos Humanos da ONU, onde finalmente vemos Vicenta falando por si mesma.
Vicenta mostra de forma eficaz a burocracia e dificuldades de lutar por um direito humano previsto por lei, mas faz isso também de uma forma um pouco fria, estática e distante de um tema onde o fator emocional humano deveria ser uma prioridade.
O que achei? Feito inteiramente em animação stop-motion, o documentário exibido no 26º Festival É Tudo Verdade e dirigido por Dario Doria, mostra a luta da mãe de uma menina portadora de deficiência intelectual, vítima de abuso sexual pelo próprio tio, contra a burocracia e conservadorismo do Estado argentino e de grupos religiosos para conseguir a interrupção da gravidez prevista pelas leis argentinas.
O recurso de stop motion foi usado como forma de preservar as pessoas envolvidas diretamente no caso. O stop motion não é dinâmico como vemos em outras animações do tipo, o boneco dos personagens tem traços imutáveis, não mostrando as reações emocionais dos mesmos e os cenários são bem estáticos e, algumas vezes, idênticos.
Os personagens não têm falas próprias e Vicenta é narrado do início ao fim, falando pela personagem. Isso passa a ideia de um certo distanciamento do diretor em relação ao tema do documentário, o que prejudica um pouco, pois ele se trata de um tema delicado e complexo onde espectador deveria se simpatizar pelo que Vicenta e sua filha passam, não apenas pela falta de reação emocional dos personagens em stop-motion mas também pelo fato de não ouvirmos da própria Vicenta o que ela sente e não vermos o desenrolar dos eventos pelo seu ponto de vista.
A personagem Laura só é mostrada nas cenas como uma personagem estática, levada de um lado para o outro, o que faz com que não saibamos como esses eventos a afetaram, se ela compreendia o que tinha acontecido com ela, se ela entendia sobre as mudanças que seu corpo passava devido à uma gestação não-consensual e como isso afetava o seu psicológico.
A linguagem muito estática do documentário e a narração em terceira pessoa passam a ideia de conformação à um sistema conservador e opressor, o que contradiz as ações de Vicenta que abre mão de sua vida, seu emprego, ao lutar pelos direitos de sua filha, que ela levou à Comissão de Direitos Humanos da ONU, onde finalmente vemos Vicenta falando por si mesma.
Vicenta mostra de forma eficaz a burocracia e dificuldades de lutar por um direito humano previsto por lei, mas faz isso também de uma forma um pouco fria, estática e distante de um tema onde o fator emocional humano deveria ser uma prioridade.
Direção: Dario Doria. Argentina.
69 min.
Idioma: espanhol.
Classificação indicativa: 13 anos
Trailer:
Escrito por Michelle Araújo Silva
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