[News] A peça-filme Verônica remonta às memórias de uma mulher presa e torturada pelo regime repressor de seu país à procura de seu filho desaparecido

 

Entra em cartaz no dia 9 de abril, sábado, 21h, pelo  Facebook do Teatro João Caetano e Youtube do Agrupamento Andar7 a obra Verônica, uma peça-filme, do Agrupamento Andar7. Interpretado por Luciana Ramin, a peça parte do texto Todo sacrifício feito em teu nome, de Rudinei Borges dos Santos. Em Verônica, elementos do teatro e cinema em versão online se tornam uma estratégia estética e poética para narrar essa história. Gravado na casa-ateliê Nano Teatro, um espaço cênico do Agrupamento, o elenco conta ainda com participação de Ju Lima e Ariel Ramin. O trabalho foi viabilizado com recursos do Proac Lab - Aldir Blanc.

Na trama, uma mulher presa pelo regime repressor de seu país vaga entre lembranças desfiguradas à procura de seu filho recém-nascido. A obra traz como referência mães torturadas que foram separadas de seus filhos pela Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985).

O processo de criação de Verônica começou no final de 2018, quando o Agrupamento Andar7 desenvolveu leituras dramáticas e aberturas de processo, construindo cada etapa em troca contínua com o público. Neste período, Luciana Ramin selecionou fragmentos de texto e experimentou-os cenicamente, construindo aos poucos a peça.

Atividades Paralelas

Além da temporada regular da peça, o público também terá acesso a uma conversa com o tema Elas resistem, elas existem, que reunirá pelo Instagram @Agrupamento_Andar7 Amelinha Telles, Criméia Telles e Dulce Muniz, mulheres que lutaram contra o regime militar brasileiro. O bate-papo será dia 3 de abril, sábado, 16h, e ficará disponível no IGTV do grupo.                                   

Maria Amélia de Almeida Teles (Amelinha) é diretora da União de Mulheres de São Paulo, coordenadora do Projeto Promotoras Legais Populares, integra a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e é assessora da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”. Presa em 28 de dezembro de 1972, foi levada à Operação Bandeirantes (Oban), onde foi submetida a sessões de torturas. Seus filhos, Edson e Janaína, com 4 e 5 anos de idade, também foram sequestrados e levados à Oban, onde viram os pais serem torturados.

Criméia Alice Schmidt de Almeida é enfermeira de formação, militante e ex-guerrilheira no Araguaia. Grávida, Criméia ficou responsável pela comunicação entre os guerrilheiros e o partido por meio de viagens periódicas. Em uma delas, foi presa em São Paulo pela Operação Bandeirante (Oban) e levada ao DOI-Codi, junto com sua irmã, Amélia Teles, seu cunhado e seus dois sobrinhos. Foi torturada mesmo estando grávida de sete meses.

Dulce Muniz é atriz, dramaturga, diretora teatral e militante do teatro brasileiro. Participou da fundação do Partido dos Trabalhadores e é ativista até hoje das lutas por Políticas Públicas Culturais no Brasil e na cidade de São Paulo pela Cooperativa Paulista de Teatro. Em todos esses anos, desde o desaparecimento de sua primeira professora e diretora teatral, Heleny Guariba, Dulce tem sido sua principal divulgadora.

Também será oferecido o Laboratório Criativo Multimídia Elas existem, elas resistem,

 voltado para mulheres e que irá propor às participantes exercícios práticos de criação cênica em ambientes virtuais em conjunto com tecnologias de vídeo. A atividade será ministrada por Luciana Ramin nos dias 13 e 14 de abril, terça e quarta-feira, 16h. Para se inscrever, é preciso enviar carta de interesse e minibio para  andar7.producao@gmail.com.

Sobre o Agrupamento Andar7                                                               

Desde 2008 o agrupamento Andar7 tem como foco de sua produção, relações entre artes cênicas, tecnologias digitais, presença, interatividade e a reflexão político-social sobre temas contemporâneos e urgentes. Em suas experimentações, buscam fundir realidade e ficção na tentativa de diluir as fricções entre arte e vida. O Andar7 traz o conceito de agrupamento por atuar em redes de colaboração com outros artistas e grupos, ampliando sua rede de criadores participantes, assim como colaborar também com outros grupos.

 

O nome Andar7 veio por ser essa a morada-ateliê de seus fundadores, a artista multimídia Luciana Ramin e o artista visual Gabriel Diaz Regañon. O grupo conta também com a participação do artista do corpo Ju Lima. Entre seus trabalhos, destacam-se O Sacrifício de Julia Fake, Fausto In Progress e Iracema via Iracema. Os trabalhos do grupo já integraram Mostras e Festivais Nacionais e Internacionais importantes nas áreas de artes cênicas e tecnologia.

 

Em 2017, a partir das experiências do Andar7, surge a Plataforma Perfídia, uma parceria entre Luciana Ramin e Otávio Oscar, e com ela o Festival Perfídia de Performances e Novas Mídias, festival híbrido e de múltiplas linguagens que contempla as integrações possíveis entre as artes da presença e novas mídias. Atualmente a Plataforma Perfídia ganha autonomia e o Festival já está em sua 4ª edição.

                                  

Sobre o Nano Teatro

                                                          

Em 2021, comemorando treze anos de existência, inaugura-se uma nova etapa na história do Agrupamento Andar7 com a ocupação de uma nova sede, nomeada Nano Teatro. O espaço, em que os artistas moram e trabalham, está pautado em um novo modo de existência a partir da condição trazida pela pandemia. Sua sede fica localizada no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo.

 

O nome Nano Teatro flerta com as tecnologias da cena e é um espaço alternativo localizado nos fundos da residência onde moram os artistas. Uma residência artística.

No atual momento os artistas realizam, atividades, cursos e laboratórios online para dar vida ao espaço e as suas produções.

 

Sinopse: Verônica, uma peça filme parte do texto de Rudinei Borges dos Santos intitulado Todo Sacrifício feito em teu nome. A peça apresenta a história de Verônica, mulher presa pelo regime repressor de seu país que vaga entre lembranças desfiguradas à procura de seu filho recém-nascido. A peça tem como referência as mães torturadas que foram separadas de seus filhos pela Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985). Os criadores tecem o percurso cênico de Verônica unindo elementos do teatro e do cinema em sua versão online para narrar essa história.

 

Ficha Técnica

Direção geral: Luciana Ramin

Texto: Rudinei Borges dos Santos

Elenco: Luciana Ramin, Ju Lima e Ariel Ramin

Preparação Corporal: Ju Lima

Direção de vídeo: Jorge Yuri - Assum Filmes

Técnico de som: Victor Dias

Trilha sonora: Rodrigo Florentino

Iluminação: Tomate Saraiva

Videoarte: Luciana Ramin

Operação de vídeo: Otávio Oscar

Figurino: Daíse Neves

Cenotécnico: Ulyce Eluarió

Fotos e mídia social: Felipe Fresi

Artes: Felipe Fresi e Mimpi

Produção: Luciana Ramin e Ju Lima

Produção Executiva: Otávio Oscar

Convidadas: Amelinha Teles, Dulce Muniz e Criméia Almeida

Realização: Agrupamento Andar7

Assessoria de Imprensa: Diogo Locci

                                    

Serviço

Verônica, uma peça-filme

9 a 18 de abril de 2021, sábados, às 21h, e domingos, às 19h

Duração: 20 minutos

Classificação Indicativa: Livre

Acesso gratuito

 

Transmissão:

9, 10 e 11/4: Facebook do Teatro João Caetano e Youtube do Agrupamento Andar7

16, 17 e 18/4: Facebook do Teatro Cacilda Becker e Youtube do Agrupamento Andar7

 

Conversa

Elas resistem, elas existem

Com Amelinha Telles, Criméia Telles e Dulce Muniz

3 de abril de 2021, sábado, às 16h

Transmissão: Instagram do Agrupamento Andar7 (@Agrupamento_Andar7)

 

Laboratório Criativo Multimídia

Elas existem, elas resistem

Ministrada por Luciana Ramin

Dias 13 e 14 de abril de 2021, terça e quarta-feira, às 16h

 

Voltada para mulheres cis e trans com ou sem experiência em teatro, parte de exercícios práticos de criação cênica para ambientes virtuais, em conjunto com tecnologias de vídeo. Inscrição: Carta de interesse e minibio para o email andar7.producao@gmail.com.

 

Mais informações: @agrupamento_andar7 andar7.art






Nenhum comentário