[News] Espetáculo Lugar da Chuva, que propõe uma reflexão poética e política sobre o Amapá, realiza última semana de temporada digital
Lugar da Chuva. Foto - Nu Abe |
Lugar da Chuva, espetáculo criado a partir do intercâmbio entre o coletivo amapaense Frêmito Teatro e o Agrupamento Cynétiko, grupo paulistano que viajou até Macapá para colaborar na criação do espetáculo, faz temporada digital até dia 5 de setembro, com transmissão online pelos canais de Youtube do Frêmito Teatro e também pela página de Facebook do Teatro Arthur Azevedo.
A peça, que conta a trajetória de dois viajantes que navegam por terras amapaenses, apresenta uma visão sobre o Amapá tanto do ponto de vista de quem é nativo, quanto do olhar “de fora”, buscando um lugar de troca onde se possa construir a reflexão.
Logo no início da peça, os atores Raphael Brito e Wellington Dias recepcionam o público e o convida a entrar num barco imaginário, por onde a viagem se inicia. A partir daí, numa espécie de jogo narrativo onde não há personagens fixos, eles vão conduzindo a imaginação do espectador por diversos locais reais e fictícios do Amapá.
O texto escrito por Ave Terrena, levantado a partir da sua vivência na cidade, é definido pela autora como uma “dramaturgia cartográfica”, onde cada cena é uma ilha independente, mas que está em composição com o todo, apostando numa ousada mistura de fluxo narrativo e poético nas falas.
Na família linguística tupi-guarani "Lugar da Chuva” é o significado da palavra ama’pá,. O roteiro é fruto das experiências vividas durante uma viagem pelo território amapaense realizada entre novembro e dezembro de 2017. Durante essa residência, os coletivos acionaram vivências criativas em locais significativos do entorno da capital, compartilhando a criação de maneira colaborativa e processual. O atravessamento mútuo entre os artistas e os ambientes nutriram a construção da dramaturgia, do vídeo e da direção de arte.
Na sala de ensaio, a experimentação criativa buscou reimaginar, poética e cenicamente, lugares como a Fortaleza de São José, marco colonial da cidade, a Ilha de Santana, com sua floresta de samaúmas e o bairro do Araxá, com suas palafitas urbanas.
Em cena, se entremeiam reflexões sobre uma Amazônia atual, urbana, globalizada, com as questões que movimentam esse momento. Paralelo a isso, o espelhamento e estranhamento com a natureza, ancestralidades e tradições, buscando ir além dos estereótipos sobre a floresta enquanto um lugar inabitado e sem história.
A peça também conta com projeções de vídeo, criadas pela paulista Luciana Ramin, exibindo imagens que foram registradas em Macapá durante o processo de criação. O material bruto foi editado pela artista tendo como inspiração a estética da videoarte, em que ela busca reimaginar as paisagens amapaenses a partir de um viés mais poético e menos documental.
O cenário do espetáculo é minimalista, composto de peças compactas e modulares que podem se adaptar a diferentes espaços, permitindo assim, que a peça seja viajante assim como seus narradores. A proposta da cenógrafa Daniele Desierrê foi compor com diferentes elementos visuais, táteis e olfativos que fazem parte do modo de vida na Amazônia, tendo em conta o fluxo contínuo entre a cidade e a floresta. Boa parte dos elementos utilizados foram coletados por ela durante a residência em Macapá e Santana.
A concepção geral do projeto é do diretor e produtor amapaense Otávio Oscar, que deu início à proposta assumindo o desafio de repensar, através do teatro, o lugar da identidade e da cultura amazônicas, que agora não são mais definidas apenas pelas tradições e ancestralidades, mas também por essa nova faceta globalizada que é a Amazônia urbana.
Sinopse
O espetáculo Lugar da Chuva é uma viagem afetiva e poética pela Amazônia amapaense, fruto de uma residência artística na cidade de Macapá e seus arredores. A dramaturgia cartográfica, que organiza o texto por ilhas, navega por diversos locais na foz do Rio Amazonas, reinventando cenicamente as sensações e reflexões que atravessam os corpos durante o seu percurso entre a cidade e a floresta, entre o mato e concreto, entre o rio e a rua.
Ficha técnica
Realização: Agrupamento Cynétiko (SP) e Frêmito Teatro (AP)
Atores: Raphael Brito e Wellington Dias
Direção e Produção: Otávio Oscar
Dramaturgia: Ave Terrena
Direção de Arte: Daniele Desierrê
Videoartista: Luciana Ramin
Assistente de Produção e produção de set: Luanah Cruz
Preparação de atores: Cibele Mateus, Christiane Mesquita e Val Ribeiro
Cenotecnia: Gabriel Urasaki
Operação de luz: Dara Duarte
Operação de som e vídeo: Jess Montenegro
Fotografia: Nu Abe
Webdesigner: Afonso Costa
Gerenciamento de Redes Sociais: Mauricio Schneider e Flávia Teixeira
Assessoria de imprensa: Diogo Locci
Produção Audiovisual: Assum Filmes
Direção de filmagem: Jorge Yuri
Apoio: Secretaria Municipal de Cultura - Teatro Artur Azevedo e Teatro Paulo Eiró
Agradecimentos: Alice Bessa, Julio Doria, Daniel C. Batista, Patricia Borges Roggero, Nathália Gabriel, André Luís Corrêa, Egydio Bottura Junior, Tânia Regina Henrique, Eduardo Vieira de Souza, Marcelo Cavalcante Bessa, Paulo Alexandre Pompeo (Pepe), Eduardo Cabral Dias, Kelly Cristina Freire Ferreira, Rodrigo Ortega Evangelista da Silva, Stefany Santos Oliveira, Eliana de Oliveira, Rosimeire Silva Brito, Silvana Pedrina de Andrade, Zileide Pereira da Silva, César Costa, Daniel Isaias, Edmilson Isaac, Felipe de Souza, Flaviano Santos da Silva, José Ivanildo e equipe do Teatro Paulo Eiró.
Serviço
Transmissão online pela página de Facebook do Teatro Arthur Azevedo e pelo canal de Youtube do Frêmito Teatro
Duração: 70 minutos
Classificação: Livre
Teatro Arthur Azevedo
facebook.com/teatroarthurazevedosp
Dias 3, 4 e 5 de setembro. Sexta e sábado, às 21h; e domingo, às 19h
instagram.com/agrupamentocynetiko/
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