[News] Coprodução brasileira MATAR A LA BESTIA estreia no Festival do Rio

 


Rodado na fronteira, no sul do Brasil, filme traz, em sua narrativa, elementos fantásticos e de terror, e, no elenco, o baiano João Miguel

Depois de passar pelo Festival de Toronto, MATAR A LA BESTIA, de Agustina San Martín, terá sua primeira sessão brasileira no Festival do Rio, nessa sexta (10), às 16h30, no Reserva Cultural Niterói. Depois, será exibido, no sábado (11), às 17h, no Estação NET Rio 5, e na terça (21), às 14h, no Estação NET Botafogo 1. Ainda nesse final de semana, terá uma sessão única no 16o Festival de Cinema Latino Americano, no domingo (12), às 16h30, no Spcine Centro Cultural São Paulo. Coprodução entre Argentina, Brasil (assinada pelo Estúdio Giz) e Chile, o filme será distribuído pela Vitrine Filmes, e chega ao circuito em 2022.

MATAR A LA BESTIA tem como protagonista Emilia (a estreante Tamara Rocca), uma jovem de 17 anos que chega a uma cidade fortemente religiosa numa região fronteiriça em busca do irmão desaparecido com quem tem questões pendentes. Hospedada na casa de uma tia (Ana Brun), próxima a uma floresta onde, diz-se, uma fera apareceu semanas antes. Esta é a materialização de um homem mau que toma forma de diversos animais. O elenco ainda inclui a participação do ator João Miguel, como um homem com quem a protagonista cruza na busca pelo irmão.

Além do ator baiano, MATAR A LA BESTIA conta também com diversos profissionais brasileiros na equipe técnica. A maior parte do trabalho de som foi feita no Brasil, com a assinatura da técnica de som Laura Zimmermann, e da microfonista Dani Barcellos. A trilha sonora e assinada pelos também brasileiros O Grivo, enquanto a mixagem é de Tiago Bello. A diretora trabalhou diretamente com grupo musical experimental mineiro para criar, com a música, um dos elementos essenciais para a construção do clima e da narrativa do longa.

Também autora do roteiro, a diretora argentina conta que muito da inspiração para esse seu longa de estreia vem de sonhos. “Sempre tive sonhos memoráveis dos quais me lembro perfeitamente. E sempre deixo a porta aberta para eles, pois me mostram as coisas”, disse em entrevista ao site The Talks.

Para San Martín, seu filme é uma combinação de diversos elementos folclóricos e mitológicos da região norte da Argentina. “Sempre gostei de inventar mundos. Sempre achei a ficção mais empolgante do que a vida real, por isso sempre gostei de filmes de terror.” O filme tem atraído a atenção desde quando foi exibido em Toronto, em outubro passado, e comparado à obra de David Lynch pelos seus aspectos fantásticos e surreais.

A diretora se confessa uma cinéfila assistindo a filmes de todas as partes do mundo, e com o interesse de trabalhar em diversos países. “Eu me recuso a ser uma única coisa. E, embora eu ame a Argentina e seu cinema, eu tento fazer o exercício de me imaginar não-argentina. Fazer filmes apenas em espanhol é uma limitação. Vejo filmes de diversos países, e eu amo o cinema exatamente por isso. Posso simpatizar com histórias e pessoas de outros lugares completamente diferentes de onde moro. Interessa-me muito explorar essas possibilidades, que são marcadas não necessariamente por ser argentina, mas por ser humana.”

A Região das Missões, no sul do Brasil e norte da Argentina, é um desses lugares inusitados que San Martín quis explorar. Ela já havia rodado três curtas no mesmo cenário, que diz amar. “Ali há tantos descendentes de tantos lugares, falando línguas, uma mistura de português com ucraniano e espanhol. É um lugar muito especial, do qual sou muito próxima.”

“Sempre gostei de ser muito barroca com os elementos de um filme. Quanto mais, melhor. Por isso, pensei na fotografia e no som muito peculiares para MATAR A LA BESTIA. Eu gostaria que isso pontuasse o que há de fantástico no longa. Sempre houve a intensão de algo fantástico, onírico de uma paisagem mística. Tentamos criar uma espécie de bruma envolvendo o lugar o tempo todo.”


MATAR A LA BESTIA será lançado no Brasil pela Vitrine Filmes.


Sinopse

Emilia chega a uma cidade religiosa na fronteira entre Argentina e Brasil. Ela busca pelo seu irmão desaparecido, com quem tem assuntos obscuros e mal resolvidos. Ela se hospeda na casa de sua estranha Tia Inés, próxima a floresta onde, de acordo com rumores, uma perigosa besta apareceu uma semana antes. A besta - as pessoas dizem - é o espírito de um homem mau que toma a forma de diferentes animais. Entre realidade e mitologia, humano e animal, e culpa e sexualidade, Emilia terá de confrontar seu passado.


Ficha Técnica


Direção: Agustina San Martín


Roteiro: Agustina San Martín


Produção: Diego Amson, Lucila de Arizmendi, Santiago Carabante, Aline Mazzarella, Matheus Peçanha, Florencia Rodriguez Araya, Dominga Ortúzar Bullemore


Elenco: Tamara Rocca, Ana Brun, João Miguel, Sabrina Grinschpun, Juliette Micolta


Direção de Fotografia: Constanza Sandoval


Direção de arte: Agustín Ravotti    


Trilha Sonora: O Grivo


Montagem: Hernán Fernández, Ana Godoy


Técnica de Som: Laura Zimmerman


Microfone: Dani Barcellos


Mixagem: Tiago Bello


Gênero: drama, terror


País: Argentina, Brasil, Chile


Ano: 2021


Duração: 79 min.


 


Sobre a Estúdio Giz


Estúdio Giz é uma produtora audiovisual fundada em 2014. Com sede no Rio de Janeiro, a empresa trabalha no desenvolvimento e produção de projetos para TV e cinema em parceria com criadores independentes. É produtora dos longas "Sem Seu Sangue" (2019), de Alice Furtado, com estreia mundial na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2019, e "Paulistas" (2017), de Daniel Nolasco, com estreia mundial na mostra competitiva "Next Masters" do Dok Leipzig 2017. É coprodutora dos longas “Matar a la Bestia” (2021), de Agustina San Martín, com estreia mundial no Festival de Cinema de Toronto 2021, “A Alma Quer Voar” (2020), de Diana Montenegro e“Canto dos Ossos” (2020), de Jorge Polo e Petrus de Bairros (Prêmio de melhor longa na Mostra de Tiradentes 2020). A Estúdio Giz é também produtora associada de "El Auge del Humano" (2016), de Eduardo Williams, filme vencedor do Leopardo de Ouro da mostra "Cineasti del Presente" no Festival de Locarno em 2016. Além disso, a produtora conta com 13 curta-metragens em seu catálogo, exibidos e premiados em mais de 40 festivais de cinema, como FICUNAM, Festival de Havana, Mostra de Cinema de Tiradentes, Queer Lisboa, entre outros.


Sobre a Vitrine Filmes


A Vitrine Filmes, em dez anos de atuação, já distribuiu mais de 160 filmes e alcançou mais de quatro milhões de espectadores. Entre seus maiores sucessos estão 'O Som ao Redor', 'Aquarius' e 'Bacurau' de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Outros destaques são 'A Vida Invisível', de Karim Aïnouz, representante brasileiro do Oscar 2020, 'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho', de Daniel Ribeiro, e 'O Filme da Minha Vida', de Selton Mello. Entre os documentários, a distribuidora lançou 'Divinas Divas', dirigido por Leandra Leal e 'O Processo', de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional.


Além do cinema nacional, a Vitrine Filmes vem expandindo o seu catálogo internacional ao longo dos anos, tendo sido responsável pelo lançamento dos sucessos “O Farol”, de Robert Eggers, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia; “Você Não Estava Aqui”, dirigido por Ken Loach, e premiado com o Oscar de Melhor Filme Internacional 2021: 'DRUK - Mais uma rodada', de Thomas Vinterberg.

Em 2021, a Vitrine Filmes apresenta mais novidades, começando a atuar diretamente na produção audiovisual e também na capacitação de profissionais, com o programa de formação Vitrine Lab. Entre as estreias deste ano estão a Sessão Vitrine edição especial de 10 anos com lançamento coletivo de quatro longas, entre eles "A Torre", de Sérgio Borges, "Entre Nós, um Segredo", de Beatriz Seigner e Toumani Kouyaté, "Chão", de Camila Freitas e "Desvio", de Arthur Lins; o novo documentário sobre o impeachment da Dilma, "Alvorada", de Anna Muylaert e Lô Politi; “First Cow”, da diretora Kelly Reichardt; “O Livro dos Prazeres”, de Marcela Lordy e muitos outros títulos.





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