"Pequeno Exilado" ainda guarda uma curiosidade: Elis gravou a canção no início de 1980 em uma manhã nos estúdios Reunidos, em São Paulo. Após enxugar uma lágrima do rosto, partiu para outra sala de gravação no mesmo local, e, com sua banda, em um clima totalmente diferente da faixa que acabara de cantar ao lado de Ellwanger, registrou "Alô, Alô, Marciano" para um compacto que saiu antes da versão mais conhecida, incluída em "Saudade do Brasil". Nela, mostra-se cantora leve, debochada, como a música de Rita Lee e Roberto de Carvalho pedia. Na coletânea, "Pequeno Exilado" e "Alô, Alô, Marciano" (cuja versão de compacto também estava indisponível nas plataformas digitais até agora) aparecem na sequência em que foram gravadas. Assim, o ouvinte poderá ouvir o que – só – Elis era capaz de fazer e sentir.
Antigos admiradores e novos fãs poderão ouvir na compilação "O Bêbado e a Equilibrista" (João Bosco e Aldir Blanc), "Cai Dentro" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), "Essa Mulher" (Joyce Moreno e Ana Terra), "Altos e Baixos" (Sueli Costa e Aldir Blanc), "As Aparências Enganam" (Tunai e Sérgio Natureza) e "Aos Nossos Filhos" (Ivan Lins e Vitor Martins).
"Madalena" (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro), "Upa, Neguinho" (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri) e "Águas de Março" (Tom Jobim), três de seus grandes sucessos, saíram do álbum Elis Regina Montreux Jazz Festival (gravado ao vivo em 1979 e lançado em 1982). Do disco "Elis Vive" (1998), com registro de show feito na cidade de São Paulo em 1979, foi extraída a faixa "Corsário" (João Bosco e Aldir Blanc).
"Elis – Essa Saudade" ainda resgata "No Céu da Vibração", música que Gilberto Gil fez para o médium Chico Xavier lançada em compacto, "Velho Arvoredo", de Hélio Delmiro e Paulo César Pinheiro (sobra de "Essa Mulher" que foi retrabalhada para o projeto póstumo "Luz das Estrelas",ainda inédito nas plataformas) e o bolero "Me Deixas Louca", versão de Paulo Coelho para o original de Armando Manzanero. Esta foi a última faixa gravada por Elis, no fim de 1981, para a trilha sonora da novela Brilhante.
Notem: a coletânea contempla quase a totalidade dos autores mais significativos da carreira de Elis. Com isso, conseguimos homenageá-la duas vezes: por meio de sua voz, registradas nessas eternas gravações, e pela reverência a compositores que ela tanto prezava. Elis, essa saudade é real. |
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