[News] Coletiva Palabreria apresenta simpósio sobre performance, gênero e raça que antecipa a criação de nova peça
Coletiva Palabreria apresenta simpósio sobre performance, gênero e raça que antecipa a criação de nova peça
Este projeto foi contemplado pela 13ª Edição do Prêmio Zé Renato - Secretaria Municipal de Cultural de São Paulo
Palabrería. Foto - Sergio Silva
Como uma espécie de aquecimento para um espetáculo inédito previsto para estrear no primeiro semestre de 2022, a coletiva Palabreria oferece uma série de atividades ao público. A última etapa do esquenta é composta pelo Simpósio Palabreria Conversa - Sobre performance, gênero e raça, que será realizado entre 7 e 10 de fevereiro com participação de quatro artistas e pesquisadores, transmitido pelo Youtube do grupo. O coletivo também apresentou a performance presencial Palabreria Errante e o curso online Feminismos e Arte na América Latina.
Simpósio Palabreria Conversa - Sobre performance, gênero e raça
Durante o Simpósio Palabreria Conversa - Sobre performance, gênero e raça, realizado no formato virtual, a coletiva Palabreria receberá artistas e ativistas que abordarão feminicídio, artivismo, dramaturgia, raça, performance, direitos humanos, gênero e dissidências. Os eventos serão transmitidos ao vivo no Canal de Youtube da coletiva às 20h. Os artistas confirmados são Stela Fischer (7 de fevereiro), Kanzelumuka (8 de fevereiro), Elton Panamby (9 de fevereiro) e Cleiton Ferreira (10 de fevereiro).
Stela Fischer é Pós-doutora em Artes da Cena pela Universidade Estadual de Campinas (2020); Doutora em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo (2017); Mestre em Artes (Teatro) pela Universidade Estadual de Campinas (2003). Atualmente é docente do curso de Graduação em Artes Cênicas da Universidade Estadual do Paraná UNESPAR/FAP. Sua tese de doutorado "Mulheres, performance e ativismo: a ressignificação dos discursos feministas na cena latino-americana" recebeu o Prêmio Capes de Tese - Edição 2018, como melhor tese em Artes. É fundadora e integrante do Coletivo Rubro Obsceno, na cidade de São Paulo, no qual vem realizando projetos artísticos e sociais sob a perspectiva de uma cena com ênfase nos feminismos e nos estudos de gênero, com diferentes grupos de mulheres.
Kanzelumuka é artista (criadora-intérprete-
Elton Panamby é artista do corpo, desenvolve trabalhos em múltiplas linguagens ao longo de 12 anos dedicados à pesquisa acadêmica e à criação em performance. Desde 2008 desenvolve obras/ações autorais a partir de limites psicofísicos atrelados a práticas de modificação corporal em experiências rituais e performativas. Considera o corpo como ponto de força política, estética, poética, o cerne de suas buscas desde o lugar de onde fala: afroindígena, trans, não-binário. Procura pensar o anti-colonial e as rotas de fuga e ajuntamento antes, durante e pós o fim do mundo. É bacharel em Performance pelo curso de Comunicação e Artes do Corpo (PUCSP/2009). Mestre e doutore em Artes pelo PPGARTES-UERJ.
Cleiton Ferreira é especialista em Gestão Cultural (CPF SESC), Co-fundador e Gestor da Comunidade Cultural Quilombaque, Coordenador da Queixada Agência de Desenvolvimento Eco Cultural Turístico - Museu Tekoa Jopo'í e atuante no Centro Carlos Alberto Pazzini de Direitos Humanos.
Atividades anteriores
Palabreria Errante
Trata-se de uma intervenção poética-performativa que faz circular discursos feministas por ruas e bairros de São Paulo por meio de caixas de som acopladas a um carro e de encartes coloridos tamanho A2. A exemplo do "carro da pamonha" ou dos "ovos graúdos", tão característicos da paisagem sonora de São Paulo, as artistas anunciam a passagem da coletiva pela cidade, com um jingle executado nos alto-falantes de um carro. Depois, ao estacionar o automóvel, as performers distribuem uma zine com poemas, artigos e materiais textuais de artistas e ativistas feministas - retomando a estética da geração mimeógrafo e dos zines punk – compartilhado por baixo de portas, janelas e portarias.
A zine aborda a questão do feminicídio e da violência de gênero no Brasil e na América Latina. A ideia é, portanto, criar uma camada poética na paisagem sonora da cidade e, ainda, deixar uma interferência artística-feminista no universo de panfletos/flyers que os habitantes da cidade recebem diariamente. A performance passou pela Praça Inácio Dias (Perus) às 7h, pela Praça Elis Regina (Butantã) às 11h e pela Praça Alexandre Fleming (Mooca) às 16h.
Curso Feminismos e Arte na América Latina
Coordenado pelas integrantes da coletiva, o curso aborda algumas produções artísticas e teóricas de artistas latino-americanas na tentativa de compreender os levantes e reivindicações feministas em curso na última década. "Buscaremos analisar como o feminicídio, a violência sexual, o direito ao corpo, a liberdade de expressão e a resistência comunitária tomam forma na literatura, nas artes visuais e na performance", contam as integrantes da Palabrería.
Como procedimento pedagógico, serão analisadas algumas obras a partir da interlocução com referências bibliográficas feministas e, a cada encontro, um artigo, ensaio ou capítulo de livro será utilizado como propulsor da discussão. O curso está dividido em quatro encontros, sendo eles Panorama Contemporâneo, Feminismos Comunitários, Feminismo: Palavra e Voz e Feminicídio e Artivismo.
O curso é gratuito e aconteceu entre os dias 24 e 27 de janeiro de 2022, de segunda a quinta-feira, das 19h às 21h, pela plataforma Zoom.
SOBRE O GRUPO
A coletiva Palabrería nasce a partir de processos artísticos e práticas pedagógicas encabeçadas pelas artistas pesquisadoras Fernanda Machado, Luiza Romão e Sofia Boito. O encontro inicial se deu por meio do Projeto Espetáculo, na Fábrica de Cultura da Brasilândia, onde foram desenvolvidas duas peças de teatro em colaboração com cerca de 40 adolescentes: Díptico (2015) e Ponto de Fuga (2017). Em 2018, novamente, estiveram juntas para fazer a performance Scripta Manent, Verba Volant sob direção de Luiza Romão, na biblioteca do SESC Avenida Paulista.
Em 2019, um novo projeto mesclou literatura, teatro, cinema, performance e feminismo a partir de uma perspectiva latino-americana, que resultou, em 2020, no oferecimento de atividades formativas em ambiente digital para o Centro de Pesquisa e Formação do SESC (CPF - SESC SP) e para a Oficina Cultural Oswald de Andrade; além da intervenção digital Palabrería Feminista, com textos de Maria Galindo, Silvia Federici, Angela Davis, e outras. Em 2021, foi ministrado o curso "Feminismos e arte na América Latina", on-line, no Centro de Pesquisa e Formação do SESC (CPF/SESC), além das integrantes do grupo terem sido convidadas a assinar uma coluna na Revista Philos, a partir do número de Outono.
Integrantes:
Fernanda Machado - Artista e pesquisadora do corpo na cena. Doutora e mestra em Artes Cênicas pela ECA/USP. Em Bruta, sua pesquisa atual, investiga bruxaria e feminismo na América Latina.
Luiza Romão - Poeta, atriz e performer. Mestranda em Teoria Literária e Literatura Comparada (USP). Autora dos livros Coquetel Motolove, Sangria e Também guardamos pedras aqui.
Sofia Boito - Artista-pesquisadora interessada em linguagens de fronteira entre artes cênicas, literatura e artes visuais. Doutora e Mestre em Artes Cênicas pela ECA-USP e atualmente professora temporária no mesmo departamento.
SERVIÇO
- (Online no YouTube) Simpósio Palabreria Conversa - Sobre performance, gênero e raça
Todas as atividades são gratuitas e têm classificação livre
Nenhum comentário