[News] “Belchior – Apenas um coração selvagem”, estreia no Brasil no É Tudo Verdade
Belchior – Apenas um coração selvagem” terá sua primeira exibição no Brasil no 27º É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários (31/03-10/04). É a estreia de Natália Dias e Camilo Cavalcanti na direção de um documentário. A dupla, que têm longa carreira na produção de projetos brasileiros, assina também o roteiro com Paulo Henrique Fontenelle, diretor e roteirista de “Cássia Eller” (2014) e “Loki, Arnaldo Baptista” (2008). A produção é da Clariô Filmes, do mineiro Camilo Cavalcanti, responsável pela produção executiva de longas-metragens como “A Vida Invisível”.
“Nosso filme começa em 2016, com Belchior ainda vivo. Um desejo que nasce junto ao grito 'Volta, Belchior!', movimento que, para além da internet, já estampava os muros do país. Atravessados por essa obra potente, decidimos mergulhar nas palavras de Bel. Nosso foco sempre foi a palavra, a construção de uma poesia afiada, a força das mensagens, a atemporalidade dos versos. Fomos conduzidos por esse personagem complexo e contraditório no processo de descoberta do filme”, conta o diretor Camilo Cavalcanti.
“No momento de sua morte, naquele dia fatídico em 2017, decidimos que o projeto merecia e deveria seguir. Cresceu em nós a certeza da importância de seguirmos mergulhados nesta obra pulsante e atemporal. Aprendemos com Belchior, este artista único da Música Popular Brasileira, sobre a força de sua presença, mesmo diante de sua ausência. E estrear no É Tudo Verdade, o festival de documentários mais importante do país, representa a coroação dessa jornada e o reconhecimento da obra do eterno rapaz latino-americano”, pontua a diretora Natália Dias.
A história e as contradições do rapaz latino-americano são mostradas no filme por meio de imagens de arquivo e depoimentos de diferentes momentos dos 40 anos de carreira do artista. Contado em primeira pessoa, o longa traz entrevistas do cantor cearense O documentário também apresenta poemas e letras da obra do cantor, declamadas por Silvero Pereira (“Bacurau”). Conterrâneo de Belchior, o ator foi a escolha imediata dos diretores, por sua relação com o Nordeste, as semelhanças com o cantor e a potência de sua atuação.
“Nosso desejo era trazer a palavra do Belchior através de pessoas que tivessem alguma ligação com o artista, ou algum atravessamento pela sua obra. Sempre pensamos no Silvero como uma dessas pessoas por toda sua força como artista, por ser também cearense e trazer muitos signos presentes na poesia de Belchior. Silvero abraçou a ideia imediatamente, disse que se sentia parte da poesia cantada pelo Belchior. Que muitas das músicas poderiam falar de sua vida e trajetória artística”, lembra Natália.
Nascido em Sobral, no Ceará, Belchior relata no filme a influência poética, lírica e religiosa do nordeste em suas canções. O cantor era conhecido por ser crítico às letras do tropicalismo com frases como “nada é divino, nada, nada é maravilhoso”, em alusão à música de Caetano Veloso. O longa passeia por composições de sucesso como “Sujeito de Sorte”, “Como Nossos Pais”, “Paralelas”, “A palo seco”, “Apenas um rapaz latino-americano” e “Coração Selvagem”.
“Belchior – Apenas um coração selvagem” acompanha a trajetória de um dos compositores mais importantes da Música Popular Brasileira. Com a canção “Mucuripe”, em 1972, em parceria com o também cearense Fagner, Belchior começa a ganhar destaque. A faixa foi gravada na voz de Elis Regina, que ajudou a consagrar a obra do artista ao interpretar “Como Nossos Pais”. O compositor alcançou o auge do sucesso em 1976 com “Alucinação” e lançou dezenas de álbuns nas décadas seguintes. Nos anos 2000, Belchior desaparece da cena pública e passa quase 10 anos vivendo recluso. Morre em 2017, vítima de um aneurisma. Seu trabalho permanece vivo.
SINOPSE:
Belchior - Apenas um Coração Selvagem é um documentário sobre, com e através do artista, poeta, compositor e cantor Belchior. Um filme em primeira pessoa no qual o próprio personagem nos conduz por sua carreira e obra contundentes. Os casos e conversas nos revelam diversas facetas do rapaz latino-americano: o peregrino, o crítico, o atemporal, o cidadão comum, o irônico, o sensual, o filosófico, o ácido, o retirante, um homem do seu tempo (e para além dele). Sem a pretensão de explicar cada uma dessas personas e sem abrir mão das contradições desse instigante personagem da Música Popular Brasileira, o filme viaja pela importância e contemporaneidade de letras e mensagens que compõem uma obra pulsante, viva e cortante.
FICHA TÉCNICA:
Produção: Clariô Filmes
Um filme de Natália Dias e Camilo Cavalcanti
Produzido por Camilo Cavalcanti
Participação Especial: Silvero Pereira
Roteiro: Paulo Henrique Fontenelle, Camilo Cavalcanti e Natália Dias
Produção Executiva: Camilo Cavalcanti
Montagem: Paulo Henrique Fontenelle
Pesquisa: Isabela Mota
Produção de Licenciamento: Leticia de Souza Barbosa
Direção de Fotografia: Milena Seta
Desenho de Som: Waldir Xavier
Mixagem: Bernardo Adeodato
Sobre o diretor Camilo Cavalcanti
Camilo Cavalcanti é produtor e documentarista. Além de torcedor apaixonado do Clube Atlético Mineiro. Com uma trajetória nada trivial, Camilo trabalhava com educação para crianças autistas quando foi “descoberto” produtor. Depois de três anos entre Suíça, Inglaterra e Índia, volta para o Brasil e, a partir de 2010, muda-se para Brasília para trabalhar com audiovisual. Já em 2011 assina a direção de produção do documentário "Cuba Mucho Gusto" de Caetano Curi. Dali em diante, constrói uma carreira pautada no diálogo, na confiança e na horizontalidade. Depois de passar o ano de 2012 produzindo uma série de documentários em treze países do Continente Africano, Camilo volta ao Brasil e funda a Clariô Filmes. Já no Rio, fica, por 3 anos, à frente da Produção Executiva da LC Barreto, uma das produtoras mais tradicionais do cinema brasileiro, liderando diversos projetos entre longas e séries. Camilo assina a produção executiva do longa-metragem “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, produção RT Features, filme ganhador da Mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes 2019. Entre suas produções mais recentes estão duas séries para a HBO Latin America - “Em Busca de Anselmo”, de Carlos Alberto Jr, e “Escravidão Século XXI”, de Marcelo Santiago e Bruno Barreto - e os longas-metragens “Tia Virgínia”, de Fabio Meira e “Vovó Ninja”, de Bruno Barreto, uma co-produção LC Barreto e Galeria Distribuidora. Em 2021 assina a Produção da série “Sobrepostas”, de Lívia Cheibub e Martina Sönksen, para o Canal Brasil, e a Produção Executiva da série “As Seguidoras”, de Mariana Youssef e Mariana Bastos, para a Paramount+. Em 2022, lança seu longa-metragem de estreia como diretor em parceria com Natália Dias, “Belchior - Apenas um Coração Selvagem”, documentário sobre o cantor, compositor e poeta, no qual também assina a produção.
Sobre a diretora Natália Dias
Natália Dias é produtora criativa e especialista em desenvolvimento de conteúdo. Bacharel em Marketing, começou sua carreira no audiovisual como produtora em produtoras independentes. Atuou no mercado de TV por assinatura, com passagens pelos canais GNT, Viva e Mais Globosat. Em sua atuação na Globo, atualmente, trabalha no segmento de Conteúdo Original de Ficção da plataforma de streaming Globoplay, no qual é responsável pela avaliação, curadoria e acompanhamento do processo de produção de séries e longas-metragens ficcionais, produzidos pelos Estúdios Globo ou em parceria com produtoras independentes como O2, Boutique, Glaz, Gullane, Paranoid, Casa de Cinema Porto Alegre e muitas outras. No streaming, trabalhou no desenvolvimento das séries A Vida Pela Frente, Rensga Hits!, As Aventuras de José & Durval, Rota 66, Arcanjo Renegado, A Divisão, Sessão de Terapia, Dragon e Turma da Mônica. Criou, roteirizou e codirige o documentário “Belchior – Apenas um Coração Selvagem”, seu primeiro projeto autoral.
Sobre a produtora - Clariô Filmes
A Clariô Filmes nasce em 2013 no Rio de Janeiro, com DNA mineiro e pertencente ao mundo. Surge do desejo e aspiração por um modelo de produção audiovisual mais transparente, horizontal e colaborativo. Clariô, do mineirês, significa “iluminou-se”, “fez-se dia”, “tornou-se claro”. E certamente, a clareza nas relações, nas planilhas, nos projetos, seja onde for, é um valor fundamental da produtora. Inicia a carreira no cinema com o longa-metragem de estreia do filósofo, roteirista e diretor Humberto Giancristofaro intitulado “Aquilo que Sobra”. Um filme construído com 60 mil reais e muitas parcerias, e que teve sua estreia mundial no Festival CPH:DOX, na Dinamarca em 2018. Nos últimos anos, a Clariô produziu séries e longas junto com parceiros como HBO, Globo Filmes, Canal Brasil, Canal Curta, Canal OFF, Unicef Brasil, entre outros. Dentre estes destacam-se "Barretão", longa de Marcelo Santiago, "Sobrepostas", série de Lívia Cheibub e Martina Sönksen, "Em Busca de Anselmo", série de Carlos Alberto Jr (estreia HBO 2022), "Copan", longa de estreia de Carine Wallauer (em produção, selecionado para os laboratórios de desenvolvimento IDFA e Doc Station na Berlinale) e "Apenas um Coração Selvagem", longa de estreia de Camilo Cavalcanti e Natália Dias, selecionado para a competitiva do Festival É Tudo Verdade.
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