[News]Gui Schwab e Jonavo lançam composição dedicada ao Pantanal

 Gui Schwab e Jonavo lançam composição dedicada ao Pantanal

 

Crédito Vinícius Giffoni

Violeiro fluminense e violonista sul-mato-grossense compartilham Só no Pantanal na criação, na gravação e nas plataformas de streaming

 

Ouça aqui Só no Pantanal:

https://tratore.ffm.to/sonopantanal

 

 


Assista aqui o clipe de Só no Pantanal:

https://youtu.be/aFn19PBwZtE

 

 

 

Por Chris Fuscaldo*, escritora e jornalista

 

Gui Schwab e Jonavo (leia-se Jônavo) são parte da seara de músicos brasileiros que cultivaram o talento do canto, da composição e da execução de múltiplos instrumentos. Os artistas se conheceram em 2014, quando ambos faziam parte de bandas com uma musicalidade em comum: o pop rural (ou, como também é chamado por aí, o folk pop brasileiro). O gênero que mistura rock com pop, MPB com folk, misturou também Rio de Janeiro com Mato Grosso do Sul. E foi a partir desta afinidade que eles se reaproximaram em 2020, em meio à pandemia, para começar a colher canções. Resultado deste reencontro, Só no Pantanal é uma das composições dos dois escolhidas para selar a união entre um violeiro fluminense e um violonista sul-mato-grossense, espaços que ocupam de forma inusitada e curiosa. É também o segundo single do álbum Respirar, que Schwab lançará no segundo semestre. Nas vozes de Gui e Jonavo, a faixa poderá ser conferida no dia 18 de março, em todas as plataformas de streaming, nos perfis dos dois artistas.

 

“A viola é um instrumento muito típico da região onde Jonavo foi criado, enquanto o violão é um instrumento mais urbano, é mais normal para um músico do Rio de Janeiro. No entanto, descobri nele um grande violonista enquanto eu sempre estive atento ao som dos violeiros pantaneiros para poder reproduzir essa sonoridade.”, conta Schwab, que sempre teve uma queda forte pelo mundo rural e encontrou no novo amigo um grande parceiro de composição.

 

Só no Pantanal começou a ser composta por Jonavo em 2020, diante das terríveis queimadas que assolaram o bioma sul-americano. O cantor, compositor, violonista e bandolinista que, até então, nunca tinha composto um chamamé – estilo musical tradicional de sua região – se viu inspirado pelas tristes cenas transmitidas pela TV. De forma despretensiosa, rabiscou as primeiras palavras lembrando de suas experiências descendo o Rio Paraguai rumo à Serra do Amolar. Com um esboço de melodia gravada com uma guitarra desplugada, enviou o rascunho em seguida para o amigo.

 

“Me mudei para São Paulo dez anos atrás sem querer carregar o estigma de artista regional. Meu trabalho foi baseado no folk. Aprendi a tocar músicas da minha terra morando fora e, numa turnê pelos Estados Unidos, confirmei a máxima do (escritor Leon) Tolstói em que ele diz que, se você quer ser universal, fale da tua aldeia: quando toquei um chamamé, todo mundo me enxergou. Na pandemia, voltei para Campo Grande e senti uma enorme reconexão com minha terra”, diz Jonavo.

 

E foi assim... No momento em que o mundo se isolava, a dupla se viu unida pela tela do computador ou do telefone celular. E das trocas de mensagens brotaram várias composições. Só no Pantanal nasceu nesse clima de amor à ecologia como a segunda parceria da dupla – a primeira, Respirar, foi lançada em janeiro por Gui Schwab, inaugurando o playlist que formará seu terceiro álbum. O cantor, compositor e multi-instrumentista niteroiense ouviu e enxergou de cara o potencial da canção. Para ele, o tema em si já era um grito de socorro pronto para virar uma canção-manifesto:

 

“Acho que a música desenha um quadro do Pantanal. Nela, descrevemos este ambiente pelo qual é impossível não se apaixonar. A música eterniza momentos, histórias… Esperamos, com ela, atingir e conscientizar as pessoas sobre a importância deste lugar para o mundo, sobre o desafio que é preservar a fauna e a flora que temos. O Pantanal é majestoso e merece ser descrito com romantismo, mas principalmente com responsabilidade, lembrando do impacto de nossas atitudes na natureza”.

 

Só no Pantanal conta ainda com contribuição de Juliano Cortuah costurando a composição e se tornando parceiro de Schwab e de Jonavo. Cortuah assumiu o contrabaixo e assinou a produção e a mixagem da canção, gravada em seu estúdio no Rio de Janeiro, o Nave 33. A bateria ficou a cargo do catarinense Diego Jean Vicente, único a gravar à distância. Nas cordas, claro, estão Schwab e Jonavo, que esteve no Rio para as gravações. O “feat. recíproco” chega ao mundo com foto de Vinicius Giffone na capa e junto a um clipe produzido pela Memória Lúdica, a ser lançado no canal de YouTube de Schwab.

 

“Esse trabalho marca uma parceria que está vingando e que está sendo um belo exercício, porque desde o início resolvemos encarar isso de compor junto tentanto tirar o ego da frente. Trata-se de dois homens olhando um para o outro, com instrumentos dialogando e vozes complementares, a dele mais grave que a minha. Vamos lançar Só no Pantanal juntos, vai ser emoção para os dois lados”, diz Jonavo, que, fora o single, vem lançando em seu canal do YouTube o DVD solo Revoada Acústica.

 

A canção fortalece a construção dessa bela amizade, e a parceria reforça o poder da inspiração: “No Pantanal, histórias de estrelas cadentes / Onça pintada, solta nos campos / Amor selvagem pulsa na gente / Só no Pantanal o sol renasce na ponta de um rio / seu ambiente é obra de arte / e preservar-te é nosso desafio”, cantam Schwab e Jonavo. Só no Pantanal oferece aos ouvidos sensíveis um arranjo cristalino e rústico, em perfeita consonância com a poesia que visa chamar a atenção para a preservação da rica biodiversidade pantaneira. A viola caipira gravada por Schwab tem presença marcante na faixa, instrumento que faz parte da sua carreira de maneira tão significativa quanto a guitarra, o violão e o didjeridoo, instrumento australiano que poucos brasileiros se arriscam a tocar.

 

Sobre Gui Schwab

 

Cantor, compositor e multi-instrumentista expoente da cena musical de Niterói, Rio de Janeiro, Schwab deu início ao seu trabalho como artista solo em 2013 com o lançamento do seu primeiro álbum físico e autoral, intitulado Pangea. No ano seguinte, estreou no programa Superstar, da TV Globo, como integrante do Suricato. Em 2015, com a banda, tocou no Rock in Rio, explodiu a canção Trem nas rádios, levou um Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro com Sol-te e emplacou canções em novelas. Como instrumentista, acompanhou em palcos, estúdios, programas de TV e trilhas sonoras alguns dos maiores nomes da cena musical brasileira e internacional, entre eles Pepeu Gomes, Baby do Brasil, Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Tiago Iorc, Preta Gil, Moska, Chitãozinho e Xororó. Em 2020, lançou seu segundo álbum solo, Tempo dos Sonhos. Guitarrista de mão cheia, Schwab também traduz timbres de instrumentos considerados exóticos aos brasileiros para uma linguagem pop e acessível, como didgeridoo (australiano) e weissenborn (violão havaiano), além de viola caipira, violão e gaita.

 

 

Sobre Jonavo

 

O cantor, compositor e violonista de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, lançou seu primeiro álbum em 2011, Jonavo & Barulho Zen, produzido pelo renomado baixista e produtor Arthur Maia, outro músico oriundo da cena niteroiense. Jonavo partiu para São Paulo e, em 2013, idealizou e criou o festival Folk+Brasil, primeiro evento a juntar gerações de artistas que se reconhecem como parte desse estilo no país. A partir deste evento, deu início a uma nova fase de sua música. Entre 2015 e 2021, fez parte do grupo Folk na Kombi, alcançando reconhecimento de mídia e público com os DVD’s  Um filme de música e Ao vivo no Auditório Ibirapuera. Ao longo de sua carreira, já tocou com nomes como Zeca Baleiro, Renato Teixeira, Zé Geraldo, O Teatro Mágico, Almir Sater, entre outros. Em 2017, lançou o aclamado álbum Casulo. No mesmo ano, foi convidado a participar do reality show Sky Na Rota do Rock com mais de 20 milhões de exibições no YouTube, e que levou o artista para se apresentar no palco Sky Rock Station do Rock in Rio. Atualmente, está em fase de lançamento de seu 1º DVD solo Revoada Acústica.

 

* Colaborou Laura Zandonadi

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