[Crítica] O Pacto
Sinopse:
A intensa amizade entre Karen Blixen, a autora dinamarquesa mais conhecida por seu romance autobiográfico "Out of Africa", e Thorkild Bjørnvig, um poeta jovem e promissor.
O quê eu achei?
17 anos atrás a renomada escritora dinamarquesa Karen Blixen (Birthe Neumann)desistiu de sua aventura africana (que resultou no best-seller Out of Africa, no qual o filme Entre Dois Amores, com Meryl Streep e Robert Redford, foi baseado. Ela retornou para a Dinamarca, onde retornou para uma vida monótona e sem propósito. Além de receber o diagnóstico de sífilis, ainda perde sua antiga fazenda e sofre de um amor não-correspondido.
Agora, aos os 63 anos, ela é mundialmente conhecida por sua obra-prima, porém tem uma vida solitária. Mas esse cenário sofre uma mudança drástica quando ela conhece o jovem poeta de 30 anos Thorkild Bjornvig (Simon Bennebjerg) quando ele recebe um convite para ir na casa dela. O motivo: ela quer que ele escreva sua biografia. O pedido soa um tanto fora de ordem, já que eles mal se conheciam e ela nem havia sequer lido algum livro dele, mas Blixen dá a desculpa de que uma amiga sua havia elogiado o livro dele. Ele declina educadamente mas se mantém em contato com ela. Durante uma festa na casa de Blixen, Thorkild indaga a amiga que supostamente tinha recomendado as obras dele mas descobre que ela não estava familiarizada com seus livros; ou seja, a Baronesa, como era conhecida, havia mentido. Mas com qual intuito alguém tão influente como ela havia contado uma mentira para poder conhecê-lo?
Essa situação é o ponto de partida para a proposta do pacto: ele deveria obedecê-la sem questionar e em contrapartida, ela o ajudaria a construir sua carreira de autor.
Logo fica evidente que há um quê de realismo mágico porque coisas estranhas começam a acontecer, como um acidente doméstico sofrido por Thorkild que Blixen havia pensado. Parece que a barganha é um tanto...faustiana.O plano dela é fazê-lo viver uma vida sem medo de se arriscar para poder escrever sobre. Ela o afasta o máximo possível de Grete e do filho deles- ao ponto de fazê-lo passar uma temporada na casa dela em Rungstedlund após o acidente para se recuperar-e até mesmo o encoraja a ter um relacionamento extraconjugal; não com ela,pois se considera velha,feia e doente, mas com a esposa de outro escritor, Benedicte (Asta Kamma August).
Thorkild tem uma esposa,Grete(Nanna Skaarup Voss)e um filho pequeno.Mas seu casamento começa a se desgastar quanto mais ele se aproxima de Blixen.
Do mesmo jeito que um autor manipulando os personagens de um livro, Blixen manipula os eventos e chega ao ponto de enviar Benedict para acompanhar Thorkild em Bonn, na Alemanha, onde ele fora estudar, enquanto Grete continua em casa. Mas o tiro sai pela culatra quando ele acaba se apaixonando por ela genuinamente e os joguinhos dela ameaçarem terem sérias consequências para todos os envolvidos.
O filme é baseado no livro escrito pelo verdadeiro Thorkild em 1974 que conta seu relacionamento com Blixen e resulta em um drama psicológico morno que traça um interessante retrato de relacionamentos tóxicos para ambas as partes.
Trailer:
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