[News] CHORO DAS 3 estreia show de lançamento do novo disco dia 18 de junho no Teatro SESC Belenzinho

Flávio Torres

Duas décadas de carreira, 11 discos e um selo próprio (Macolé), turnês internacionais de três a seis meses todo ano, Prêmio APCA de Melhor Grupo, motor home nos EUA para facilitar as viagens pelo país (que elas conhecem inteiro) e 150 mil inscritos no Youtube, além de aulas em universidades e simpósios americanos. Dedicado à música instrumental brasileira, tendo como base o choro, o grupo Choro das 3 tem uma carreira de respeito. Este ano, quando estrearem o show de lançamento novo disco (Olho de Boi, no Sesc Belezinho em 18 de junho) e derem a partida no projeto inédito Choro Lírico (em shows no Sesi, com o cantor Paulo Paulilo), as irmãs instrumentistas de Porto Feliz - Corina (flauta), Lia (violão de 7 cordas) e Elisa (bandolim, clarinete, banjo, acordeon e piano) - estarão pela primeira vez sem a presença do pandeiro do pai Eduardo, companheiro de jornada em 11 discos e viagens por 19 anos. Falecido em 2021 em decorrência da Covid, Eduardo, com certeza, estará vibrando o som de seu instrumento pelas filhas.

O Choro das 3 é um grupo familiar e sempre teve quatro integrantes. Seu nome era Balaio de Gato. Certo dia, entre 2007 e 2008, quando se apresentavam no programa de TV de Serginho Groissman, resolveram mudar porque já existia um conjunto com o mesmo nome. Foi uma sugestão de um dos diretores da Globo, pois “Balaio de Gato” tinha registro. Em 2018, o grupo esteve em turnê de quatro meses nos EUA, Canadá e Barbados. Em 2017 foi a vez de comemorar 15 anos visitando os mesmos países e, em 2016, o Choro das 3 fez a mais longa turnê nos EUA, cinco meses e mais de 30 mil quilômetros percorridos de carro. O show de lançamento do novo disco, Olho de Boi, chega aqui depois de ser lançado nos EUA, França, Portugal, Espanha e Itália, em 2019, ainda com o pandeiro de Eduardo. Ao contrário de outros trabalhos, que traziam até 15 músicos convidados, a proposta deste novo era registrar o som do quarteto.

Conheça faixa a faixa o novo disco que será apresentado no show, por Corina:

Faixa 1 - Olho de Boi – Composição de Elisa Meyer Ferreira, gravada com banjo tenor, faz homenagem ao nosso avô materno, que marcou muito nossa infância. Ele plantava jabuticaba do tipo Olho de Boi (rara e difícil de cuidar), em sua chácara, em Porto Feliz, onde morava.

Faixa 2 – Alma Portuguesa – Composição de Elisa, Corina e Lia Meyer Ferreira, um fado choro - as primeiras duas partes são fados e a terceira, um choro. Inspirado na maneira de tocar guitarra portuguesa que influenciou a forma de tocar bandolim no choro. Reflete a proximidade musical entre os dois países.

Faixa 3 – Tormenta – De Elisa Meyer Ferreira. Composição mais erudita, para piano e cello. Participação do cellista Renato Cardoso. Disco marcou o falecimento do avô e a volta do Renato, depois de um acidente doméstico. Foi uma gravação muito emocionante, momento de alívio, alegria e choro.

Faixa 4 – Segredos de Amor – Composição de Elisa Meyer para piano, flauta e cello, tem uma melodia romântica. Elisa sonhou com a música. Gravação tem a participação do músico Renato Cardoso também.

Faixa 5 – Adiós Piazzolla – Composição de Leroy Amendola. É um tango do acordeonista de Sorocaba, que participa desta faixa. Ele é um dos nossos mestres. É um tango forte, explosão de emoções. Arranjo para cello (Renato Cardoso) e baixo acústico (Gustavo Molina) e Leroy no acordeão.

Faixa 6 - Pour Elisa – Composição de Leroy Amendola. Primeiro e único choro do disco, melodioso, apresenta algumas dificuldades técnicas. No arranjo do Leroy a flauta dobra com o acordeom. Fomos incorporando outros estilos musicais ao nosso repertório, mantendo a essência do choro, que é a linguagem, a maneira clara, limpa e precisa de tocar a ornamentação. Maneira brasileira de executar as músicas do mundo. Leroy participa.

Faixa 7 – Para Ninar Meninas – De Eduardo Ferreira. Composição do papai, um homem extremamente talentoso apesar de autodidata. Ele passou a compor, às vezes sonhava, assobiava, gravava no celular. Ele ficava tão feliz com suas composições. Fizemos um rascunho da letra com as coisinhas que ele falava pra gente quando éramos pequenas. Na introdução tem uma caixinha e música. Corina revela: “Aqui nos arriscamos a cantar porque somos instrumentistas mesmo”.

Faixa 8 – Apimentado – De Elisa Meyer. É um frevo com a instrumentação das três. Fazer um disco que não trouxesse tantos convidados. A proposta era registrar o som do nosso quarteto, sem cavaquinho em todas as faixas, que é uma característica do choro tradicional, ao lado do violão e do pandeiro.

Faixa 9 – Graciosa – De Pacheco. É uma valsa bem brasileira, de melodia rica e com variações no tempo. Composição desse senhor de mais de 80 anos, que mora em Tatuí. Grande compositor. Só o trio que participa da gravação.

Faixa 10 – A Retreta – De Pacheco. É um maxixe, com cara de música de banda. Lembra os concertos das bandas de coreto do Interior. Ele participa tocando cavaquinho ao lado de Isaías Alves, no sax tenor.

Faixa 11 – Two Friends – Composição do acordeonista Leroy Amendola, de Sorocaba. Os dois amigos são o clarinete e a flauta, que tocam em dueto o tempo todo. É inspirada no jazz tradicional americano. Nesta faixa, o Leroy faz uma base de acordeom, além de nós quatro.

Sobre o Choro das 3

O Choro das 3 é um trio de música instrumental brasileira formado pela flautista Corina Meyer Ferreira, a multi-instrumentista Elisa Meyer Ferreira, a violonista de 7 cordas Lia Meyer Ferreira. A carreira do Choro das 3 começou em 2002, quando o Consulado Americano contratou o grupo para uma apresentação em São Paulo. Desde então, o grupo se apresenta no Brasil e exterior.

Em 2006, o Choro das 3 tocou para mais de 70 mil pessoas na Missa pela Paz, no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Neste mesmo ano, também apresentou-se para mais de 2 milhões de pessoas no Réveillon da Paulista. Em 2008, a Som Livre lançou o primeiro cd do Choro das 3, “Meu Brasil Brasileiro”, com excelente aceitação da critica musical, (“...uma das grandes surpresas da música instrumental brasileira” (Yahoo News), “interpretações de extrema criatividade...um trabalho maravilhoso de preservação, e ao mesmo tempo de renovação e modernização do Choro...”(Toninho Spessoto, Blog Acordes), e ainda “sedutor (...) fiel a forma (...) muito brasileiro” (Tribuna da Imprensa).

Em 2011, o Choro das 3 foi convidado para o festival internacional Mandolines de Lunel (Bandolins de Lunel), na França, onde realizou o seu principal concerto no teatro G. Brassan Room, esgotado com 600 assentos ocupados. Depois do concerto, o produtor do festival Olivier Chabrol disse: “Esta noite ouvimos verdadeiramente o Brasil”. Em 2012, Choro das 3 lançou o seu segundo álbum, “Escorregando”, e o seu próprio selo, Macolé. Novamente, o grupo teve o trabalho reconhecido pela crı́tica musical: “Choro das 3 (...) representa a mais nova e a mais talentosa musica no panorama da música brasileira...” (Bom dia, 08/11/12), e, “um verdadeiro presente para os fãs de música instrumental (...) um feliz, eclético e inovador álbum.”(Jornal Ipanema, 22/11/12).

Foram realizados concertos de lançamento do cd “Escorregando” em São Paulo (SP), Sorocaba (SP) e João Pessoa (PB), com cobertura de Tvs, rádios, jornais e revistas. E, novamente a critica aplaude: “(...) interativo e vivo,” (Bom Dia, 08/12/12), “(...) graça, talento e uma séria pesquisa do Choro”, (PBAgora, 26/11/12).

Em 2013, lançou “Boas Novas”, primeiro trabalho com obras inéditas do grupo. O álbum ganhou turnê de lançamento nos EUA e percorreu mais de 20 estados americanos com a apresentação de 30 concertos e workshops. Mike Marshall, bandolinista americano, diz que o Choro das 3 apresenta “(...) o Choro de mais alta qualidade que pode ser ouvindo em qualquer lugar do mundo hoje em dia (...)” As “jovens irmãs (que) tocam choro com bagagem de veteranas” (Folha de Sã o Paulo – Nov. 2014) lançaram um novo álbum em 2014, “Boca de Goiaba”, que também ganhou turnê no Brasil e nos EUA.

Novamente, o grupo lança 14 faixas inéditas, mostrando a riqueza e a vivacidade da música instrumental brasileira. Neste mesmo ano é lançado o disco autoral de piano solo de Elisa Meyer, “Dias de Verão”. Mark Davis, maestro e concertista americano, disse que o disco o faz pensar em “Chopin à brasileira” e que Elisa “exala musicalidade por cada poro de seu corpo”. Em 2015, foi a vez de “Pé de Choro” (Choro Tree, em inglês), com 14 faixas inéditas. “(...) som sedutor do Brasil”* (The Comercial Appeal, Jul. 2015), lançado nos EUA. “Esta coesa, descontraída e divertida família musical não é uma peça de museu, já que ela não está apenas resgatando clássicos e choros menos conhecidos, mas estão compondo.” (Brazilophiles, Ago. 2015)*.

Em 2016, o Choro das 3 apresentou sua mais longa turnê nos EUA, com duração de cinco meses e mais de 30 mil quilômetros percorridos, apresentando mais de 50 shows e workshops por todo o paı́s. Nesta turnê, o grupo lançou “Impressões”, com 14 faixas inéditas. “Em cada faixa existe um recorte espontâneo do universo musical trilhado pelo grupo, com tons regionais e muitos cenários e inspirações típicas do interior paulista, onde vivem as meninas do Choro das 3. Entre valsas, floreios, forró e, claro, choro, o "Impressões" novamente evidencia o talento que consolida o Choro das 3 como um dos mais importantes grupos de música brasileira da atualidade.” (Primeira Página, Out. 2016).

Em 2017 o grupo comemorou seus 15 anos, lançando o álbum “Choro das 3 – 15 Anos” nos Estados Unidos, França, Itália e Portugal, em festivais, bibliotecas, salas de concerto e universidades. “Viajantes” foi lançado em 2018 nos EUA, Canadá e Barbados, numa turnê que durou quase quatro meses, onde foram apresentados cerca de 50 concertos e workshops e residências em universidades. Em 2019 foi a vez de “Olho de Boi”, lançado nos EUA, França, Portugal, Espanha e Itália. Em 2020, o Choro das 3 deu continuidade às lives mensais que vinha realizando no Youtube e, quando a pandemia atingiu o Brasil, aumentou a frequência para uma vez por semana, nas quintas às 21hs.

Discografia

1. 2008 - Meu Brasil Brasileiro - Som Livre

2. 2012 - Escorregando – Macolé

3. 2013 - Boas Novas – Macolé

4. 2014 – Boca de Goiaba – Macolé

5. 2014 – Dias de Verão (autorais para piano solo por Elisa M.Ferreira) – Macolé

6. 2015 – Pé de Choro – Macolé

7. 2016 – Impressõ es – Macolé

8. 2017 – 15 Anos – Macolé

9. 2018 – Viajantes – Macolé

10. 2019 – Olho de Boi – Macolé

11. 2020 – Feliz Natal – Macolé