[Crítica] Il Buco

 

Sinopse:

Em Il Buco, durante o boom econômico italiano em 1960, o prédio mais alto da Europa está sendo construído no norte da Itália. Já no canto oposto, o sul, jovens espeleologistas exploram a caverna mais funda do continente, no interior da Calábria. No fundo do Abismo Bifurto, 700 metros dentro da terra, é alcançado pela primeira vez. Os exploradores passam despercebidos dos habitantes da cidade local, mas não pelo pastor do planalto Pollino, onde sua vida solitária e rotineira começa a entrelaçar com a dos viajantes.



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"Il buco" pode ser traduzido como o buraco em português- o que faz todo o sentido,já que uma caverna nada mais é do que um buraco subterrâneo. O novo longa do cineasta italiano Michelangelo Frammartino(conhecido por As quatro voltas e O Dono) é praticamente sem diálogos e só não é mudo por causa dos ruídos dos animais e dos equipamentos.

É evocada uma atmosfera anacrônica; uma equipe vinda de Milão,chega em um vilarejo na região da Calábria,no sul da Itália,para investigar a caverna.Quem está observando tudo de longe é o pastor (Antonio Lanza)um idoso que mora na região há décadas e observa o progresso da equipe, enquanto um prédio é construído no lado oposto do país.

O mais impressionante é sem dúvida, a fotografia:há vários ângulos em que o espectador se pergunta como aquela cena pôde ser filmada,como uma em que eles jogam uma página recortada de uma revista incendiada para medir a profundidade,como se fosse o oposto do lançamento de um foguete.

Baseado na expedição espeleológica do Piemonte de 1961 em que uma equipe explorou o abismo de Bifurto, com 687 metros de profundidade(a terceira mais profunda do mundo que se tinha notícia na época),"Il Buco" nos faz refletir sobre a passagem do tempo e nossa relação com a natureza.


                        Trailer:





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