[News] “A Viagem de Pedro”, filme escrito e dirigido por Laís Bodanzky, fez sua pré-estreia no Rio de Janeiro com passeio no Centro da cidade
Marial Maconme, Rita Wainer, Cauã Reymond, o guia Cosme, Laís Bodanzky e Dirce Thomaz |
Protagonizado por Cauã Reymond, o filme “A Viagem de Pedro” aborda a vida privada de Dom Pedro I, o momento em que o ex-imperador retorna para Portugal, em 1831, fugindo de ser apedrejado pelos brasileiros, nove anos depois de proclamar a Independência do Brasil. A viagem desconstrói a imagem do herói nacional, responsável por tornar o Brasil um país continental às custas de muita opressão, e joga luzes sobre questões fundamentais de gênero e raça.
Por isso, na última sexta-feira, a diretora e o elenco (Cauã Reymond, Rita Wainer, Dirce Thomaz e Marcial Mancome) fizeram uma caminhada guiada pela Pequena África, no Centro do Rio de Janeiro, seguido de sessão-debate no Museu de Arte do Rio com mediação da jornalista Thayz Guimarães. O objetivo do passeio foi refletir sobre o processo de formação do povo brasileiro sem um plano para a população negra - e como isso reflete na ocupação da cidade até os dias de hoje.
A Pequena África fica região da zona portuária do Rio e foi assim batizada por Heitor dos Prazeres no início do século XX por concentrar algumas comunidades de remanescentes de Quilombos (da Pedra do Sal, do Santo Cristo) e de escravizados alforriados de outros locais. Como conta Cauã Reymond, "o passeio fez parte do lançamento de 'A Viagem de Pedro' e fico muito feliz em poder estar nesse filme que gera discussão sobre o racismo, sobre a masculinidade tóxica, sobre o feminismo… O nosso guia Cosme nos contou várias histórias sobre a importância da Pedra do Sal, das regiões da Saúde e da Gamboa e do morro da Providência para a formação do Rio de Janeiro. Saímos dessa experiência muito mais conscientes".
Para a diretora Laís Bodanzky, a ação atualiza o contexto do longa: “Quando o filme coloca as diferenças sociais, culturais, históricas e até linguísticas que havia entre os escravizados e os recém-libertos, o que se pretende é mostrar de forma não romantizada que a história do povo preto no Brasil não é um monólito. Ela é formada por individualidades, com seus medos, desejos, vivências, memórias e conquistas”.
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