[News]AMÉFRICA: Em Três Atos, do Coletivo Legítima Defesa, elabora as confluências negras e indígenas

AMÉFRICA: Em Três Atos, do Coletivo Legítima Defesa, elabora as confluências negras e indígenas

 

Com dramaturgia de Claudia Schapira (Ato 1), Aldri Anunciação (Ato 2) e Dione Carlos (Ato 3), coletivo paulistano trata das trajetórias negras e indígenas a partir de seus próprios legados, trazendo à tona narrativas soterradas pela herança colonial; estreia acontece no Teatro do Sesc Pompeia, no dia 18 de agosto, com temporada até setembro.

 



Cena de AMÉFRICA: Em Três Atos - Crédito da foto de Cristina Maranhão 

 


 

Dia 3 de setembro acontece a Roda de Conversa Afropindorâmica (Confluência na Retomada), gratuita, na Área de Convivência da unidade. Participam Cacique Babau, Antônio Nego Bispo, Tereza Onã e Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe, com a mediação de Eugênio Lima e Majoí Gongora. 

 

No termo cunhado pela intelectual negra mineira Lélia Gonzalez ‘amefricanidade’ é a experiência comum de mulheres e homens negros na diáspora e à experiência de mulheres e homens indígenas contra a dominação colonial. O tema se refere às sabedorias e às experiências negras e indígenas no continente americano, se aproximando ao quilombismo de Abdias Nascimento.

 

O conceito de Lélia serve de livre inspiração, e as artes de Abdias disparam a iconografia do novo espetáculo do coletivo Legítima Defesa. AMÉFRICA: Em Três Atos, tem estreia e temporada no Teatro do Sesc Pompeia, de 18 de agosto a 18 de setembro de 2022 - quintas, sextas e sábados às 20h, e domingos às 18h. Os ingressos custam de R$ 12 a R$ 40.

 

A realização é do Coletivo Legítima Defesa e convidades e tem a direção de Eugênio Lima. No palco estão os integrantes do coletivo - Walter Balthazar, Luz Ribeiro, Jhonas Araújo, Gilberto Costa, Tatiana Rodrigues Ribeiro, Fernando Lufer, Nádia Bittencourt, Eugênio Lima, Luan Charles e Marcial Macome - além da atriz convidada Janaína Silva e da participação (em vídeo) de Hukena Yawanawa e Antônio Pitanga.

 

No espetáculo, o Coletivo Legítima Defesa elabora de forma poética e política as confluências negras e ameríndias e seus desdobramentos sociais e históricos no Brasil. As trajetórias negras e indígenas em diálogo e em confluências permitem criar alianças a partir de seus próprios legados, trazendo à tona narrativas soterradas pela herança colonial. 

 

No dia 3 de setembro, das 16h às 18h, acontece uma Roda de Conversa Afropindorâmica (Confluência na Retomada), na Área de Convivência da unidade. Participam Cacique Babau, Antônio Nego Bispo, Tereza Onã e Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe,  com a mediação de Eugênio Lima e Majoí Gongora. 

 

Os Atos

Em três atos, AMÉFRICA tem uma narrativa fragmentada, porém complementar. O Ato 1: A Cicatriz Tatuada, que tem dramaturgia de Claudia Schapira, é um filme online que deverá ser visto previamente pelo espectador. O Ato 2: A Retomada, é uma peça-intervenção e foi escrita por Aldri Anunciação. O Ato 3: A Tempestade é assinado por Dione Carlos, e é uma intervenção performática, contra-narrativa, que une videoinstalação, música, dança, mixtape, teatro e performance.

 

Fazem parte da peça, ainda, intervenções em vídeo - com reproduções de falas de intelectuais e artistas, além de diálogos com outros artistas - como Jairo Pereira e Thereza Morena - e coletivos de teatro (Espiralar Encruza e O Bonde). 

 

“A ideia de ‘Confluência na Retomada’ é a própria metáfora do espetáculo, nossa função é localizá-la num espaço onde se revelam as tensões da nossa sociedade, na qual negros e indígenas ainda lutam para escapar do genocídio e do racismo estrutural, procurando recuperar a dignidade e a liberdade num sistema colonial que se atualiza constantemente”, explica o diretor Eugenio Lima.

 

Este projeto foi contemplado pela 13ª Edição do Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura.

 

Roda de Conversa

No início de 2022, os curadores, Majoí Gongora e Eugênio Lima conversaram com convidados de diferentes gerações de lideranças e artistas ameríndios. Foram três painéis de discussão sobre as questões relacionadas às sabedorias e às experiências ameríndias e quilombolas no continente americano, com transmissão online - os vídeos podem ser vistos em youtube.com/c/ColetivoLegitimaDefesa.

 

Os encontros inspiraram a dramaturgia cênica, trazendo à tona trajetórias negras e indígenas a partir de seus próprios legados. Assim, as rodas foram uma amostra de outros imaginários possíveis sobre as experiências negras e ameríndias no Brasil, revelando narrativas soterradas pela herança colonial.

 

Com a estreia da temporada de AMÉFRICA: Em Três Atos, o Legítima Defesa retoma a troca, desta vez presencial. O evento acontece no dia 3 de setembro, sábado, às 16h, no Sesc Pompeia - a entrada é livre.

 

Participam: Cacique Babau (liderança dos Tupinambá da Serra do Padeiro), Antônio Nêgo Bispo (morador do Quilombo do Saco-Curtume, no Piauí, uma das principais vozes do pensamento quilombola no Brasil), Tereza Onã (mulherista pan africana) e Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe (liderança indígena), com a mediação de Eugênio Lima e Majoí Gongora.

 

Sinopse

O espetáculo AMÉFRICA: Em Três Atos fundamenta-se em uma narrativa épica/ fantástica criada a partir de histórias diversas sobre personagens presentes nos levantes históricos, nas cosmovisões e nas narrativas negras e indígenas, incluindo as diferentes práticas rituais e literaturas orais existentes no país. A partir da noção de Amefricanidade, cunhada por Lélia Gonzalez, do Conceito-ação de Retomada, dos Tupinambás da Serra do Padeiro e do Conceito de Confluência, elaborado por Antônio “Nego Bispo”, serão feitos contrapontos aos personagens da história oficial colonial no continente americano.

 

Ficha Técnica

Direção: Eugenio Lima

Dramaturgia: Claudia Schapira, Aldri Anunciação e Dione Carlos

Intervenção Dramatúrgica: Coletivo Legítima Defesa

Com a participação: Frantz Fannon, Racionais MCs, Lélia Gonzalez, Aimé Cesarie, Maurinete Lima, Neusa Santos Sousa, bell hooks, W. E. B. Du Bois, Amílcar Cabral, William Shakespeare, Silvia Federici, Eliane Brum, Yina Jiménez Suriel, Robin DiAngelo, Célia Xakriabá, Renata Tupinambá, Denilson Baniwa, Ailton Krenak e Samora Machel

Elenco Legítima Defesa: Walter Balthazar, Luz Ribeiro, Jhonas Araújo, Gilberto Costa, Tatiana Rodrigues Ribeiro, Fernando Lufer, Nádia Bittencourt, Eugênio Lima, Luan Charles e Marcial Macome

Atriz convidada: Janaína Silva

Convidados: Hukena Yawanawa e Antônio Pitanga (em vídeo)

Retomadas: Coletivo O bonde, Jairo Pereira, Thereza Morena e Espiralar Encruza (em vídeo)

Convidados: Edivan Fulni-ô e Renata Tupinambá 

Consultoria Artística: Renata Tupinambá

Consultoria em culturas ameríndias: Majoí Gongora

Produção Executiva: Gabi Gonçalves_Corpo Rastreado e Iramaia Gongora_Umbabarauma Produções Artísticas

Direção Musical: Eugênio Lima

Vídeografia: Bianca Turner e Mônica Ventura

Iluminação: Matheus Brant

Cenário: Iramaia Gongora

Figurino: Claudia Schapira

Música: Eugênio Lima, Neo Muyanga, Luan Charles e Roberta Estrela D’Alva

Vídeo: Ana Júlia Trávia, Matheus Brant e Cristina Maranhão

Direção de gesto e Coreografia: Luaa Gabanini 

Spoken Word: Roberta Estrela D’Alva

Fotografia: Cristina Maranhão

Tradução Tupi Guarani: Luã Apyká , etnia Tupi Guarani, aldeia Tabaçu Rekoypy -SP

Design: Sato do Brasil

Artistas Convidadas: Juliana Munduruku e Marcely Gomes

Assistência de Direção: Gabriela Miranda e Iramaia Gongora

Assistência de Produção: Thaís Cris e Thaís Venitt_ Quica Produções

Músicos: Eugênio Lima e Luan Charles

Cenotécnico: Wanderley Wagner

Desenho de som: Eugênio Lima

Engenharia de som: João Souza Neto, Clevinho Souza e Nick Guaraná

Costureira: Cleusa Amaro da Silva Barbosa

Voz Off: Sandra Nanayna, Maurinete Lima, Dorinha Pankará, Hukena Yawanawa e Cacique Babau

Parceiros: Márcio Goldmann, Casa do Povo, Próxima Cia, Sandra Nanayna, Karine Narahara, Dorinha Pankará, Antônio Bispo, Naine Terena, Edivan Fulni-ô, Cacique Babau e Geni Nuñez.

 

Sobre o Legitima Defesa

Coletivo de artistas, atores e atrizes, djs e músicos, de ação poética, portanto política, que tem como foco a reflexão e representação da negritude, seus desdobramentos sociais históricos e seus reflexos na construção da persona negra no âmbito das linguagens artísticas. Constituindo desta forma um diálogo com outras vozes poéticas que tenham a negritude como tema e pesquisa. 

Legítima Defesa é um ato de guerrilha estética que surge da impossibilidade, da restrição, da necessidade de defender a existência, a vida e a poética.

Formado por: Eugênio Lima, Walter Balthazar, Luz Ribeiro, Gilberto Costa, Jhonas Araújo, Tatí de Tatiana, Fernando Lufer, Luiz Felipe Lucas, Luan Charles e Marcial Macome.

 

Histórico

Formado em 2015, o Coletivo Legítima Defesa apresentou a performance poético-política Em Legítima Defesa na MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, de 2016. Em 2017, estreou o espetáculo A Missão em Fragmentos: 12 Cenas de Descolonização em Legítima Defesa também na programação da MITsp. Tem em sua bagagem uma série de intervenções urbanas, como Racismo é Golpe? e Um rosto à procura de um nome. Em 2019, estreou o espetáculo Black Brecht – E se Brecht fosse negro?, projeto contemplado pelo Prêmio Zé Renato, considerado pelo Guia da Folha como um dos mais relevantes ano de 2019.

 

O Coletivo vem provocando diversas imersões poéticas em lugares onde a presença negra é ausente, tais como MASP, Pinacoteca e Bienal de São Paulo, entre outros.

 

Entre as suas diversas parcerias, cabe destacar a realizada com o músico e performer sul-africano Neo Muyanga. Além das colaborações em A Missão em Fragmentos: 12 Cenas de Descolonização em Legítima Defesa e em Black Brecht – E se Brecht fosse negro? também estiveram juntos, Coletivo e Muyanga, na performance para a 34ª Bienal de São Paulo, A Maze in Grace, em 2020.

 

Serviço

AMÉFRICA: Em Três Atos, do Coletivo Legítima Defesa

De 18 de agosto a 18 de setembro de 2022

Temporada: quintas, sextas e sábados às 20h, e domingos às 18h

Sesc Pompeia - Rua Clélia, 93 - Pompeia - São Paulo/SP

Ingressos: R$ 12 (credencial plena), R$ 20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino); e R$ 40 (inteira).

Classificação indicativa: 14 anos

Duração: 125 minutos (com intervalo)

 

Roda de Conversa

Afropindorâmica (Confluência na Retomada)

Área de Convivência da unidade

3 de setembro, sábado, às 16h

Com Cacique Babau, Antônio Nego Bispo, Tereza Onã e Agnaldo Pataxó Hã Hã Hãe - mediação de Eugênio Lima e Majoí Gongora. 

grátis

😷 Protocolos de segurança

O uso da máscara, cobrindo boca e nariz, é recomendado. Se você apresentar os sintomas relacionados à Covid-19, procure o serviço de saúde e permaneça em isolamento social.

 Para informações sobre outras programações, acesse o portal: sescsp.org.br/pompeia

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