No mês de setembro os brasileiros terão a oportunidade de conhecer de perto a versão brasileira de Gaslight – Uma relação tóxica, o último trabalho de Jô Soares no teatro. O sucesso da Broadway escrito originalmente pelo dramaturgo britânico Patrick Hamilton, em 1938, marcaria o retorno do humorista aos palcos como diretor, quatro anos após dirigir e atuar em A Noite de 16 de janeiro.
Com estreia marcada para o dia 12 de setembro no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, o elenco contará com Érica Montanheiro, Giovani Tozi, Kéfera, Leandro Lima, Neusa Maria Faro e com produção de Priscila Prade.
Previsto para ficar dois meses em cartaz, Gaslight acaba de ganhar uma novidade, a venda de ingressos em NFTs, que proporcionará uma experiência única aos fãs, e dependendo do ativo digital adquirido, poderão ter acesso exclusivo até mesmo aos bastidores na coxia - atrás das cortinas.
Os ingressos em Tokens Não Fungíveis já estão disponíveis pelo site Muzik-Art (https://www.muzik-art.com/) em quantidade limitada e exclusiva em três categorias: NFT Estreia, NFT Backstage e NFT Gaslight Day.
NFT Estreia - Serão apenas 100 NFTs para o dia da estreia da peça no Teatro Procópio Ferreira (SP). Os compradores terão direito a um ingresso da peça, nos melhores lugares do teatro, participação do coquetel de estreia VIP junto com todo o elenco e convidados especiais. Também receberão um cartaz exclusivo da peça autografado pelo elenco.
NFT Backstage - Serão apenas 60 NFTs que além de um ingresso no melhor setor do teatro, darão direito a acompanhar toda a logística e movimentação da coxia, para entender como funciona o processo de preparação antes de abrirem as cortinas. Os compradores chegarão com antecedência ao Teatro, participarão de um Tour guiado pelo cenário e camarins, poderão ver o elenco e equipe se preparando para a peça e ainda terão um delicioso lanche. Levarão de brinde uma linda caneca com tiragem limitada, apenas para os participantes dessa categoria.
NFT Gaslight Day - Será uma sessão extra da peça para as empresas que queiram levar instituições, colaboradores e funcionários para assistir ao espetáculo em uma data exclusiva, e depois participar de um debate, sobre a temática da peça com os atores e profissionais relevantes da área.
Jô Soares e seus últimos dias em Gaslight
A montagem era cuidada de perto por Jô Soares, que trabalhou na concepção da encenação até os últimos dias de vida. A versão brasileira começou a ser gestada em 2018.
“Gaslight nasceu numa noite de cinema no apartamento do Jô, quando nós dois assistíamos à versão cinematográfica, de 1944, estrelada por Ingrid Bergman. Fiz o convite arriscado para levarmos a história aos palcos e ele topou”, conta o ator e idealizador do projeto Giovani Tozi.
"O desejo foi amadurecendo, compramos os direitos, Jô estava empolgado, sempre falando “e aí, tá pensando na peça?”, “tive esta ideia”, vamos marcar uma reunião com todo mundo na semana que vem”, Tozi lembra reproduzindo as palavras do amigo. “Jô era um diretor exigente, buscava a perfeição e estava atento aos detalhes”, continua. A encenação já estava toda idealizada, inclusive o cenário, quando Jô Soares partiu. Ele só não viu os atores caracterizados – o que aconteceu no ensaio fotográfico de 5 de agosto, evento que o diretor acompanharia por vídeo, do hospital onde estava internado. Uma teia de aranha de 14 metros vai tomar conta do palco, ideia do eterno Soares para retratar a difícil situação em que a personagem se encontra envolvida, sem forças para se desvencilhar.
Sobre o enredo
Vale ressaltar que Gaslight traz no enredo uma temática atual. Baseada no filme homônimo sobre abuso psicológico nos relacionamentos afetivos, a peça retrata um casal em conflito. Jack (Giovani Tozi), no início do casamento, se mostrava doce e apaixonado. No entanto, sob a alegação de que sua mulher Bella (Erica Montanheiro) sofre de algum tipo de desequilíbrio mental, revela-se um homem impaciente e menos cordial.
A esposa sente que está ficando louca, mas ao buscar o amparo do companheiro para lidar com a suposta doença, encontra apenas a resistência do homem, que justifica não ter mais forças para lidar com a situação. A complicação do diagnóstico de Bella é acompanhada de perto pela fiel governanta Elizabeth (Neusa Maria Faro) e pela jovem e extrovertida Nancy, a nova arrumadeira do casarão. Ralf (Leandro Lima), um inspetor de polícia, possui uma ligação curiosa com a casa, agora habitada pelo casal. Essa relação pode despertar fantasmas do passado que ainda habitam os cômodos com seus segredos, e podem revelar grandes surpresas.
Sobre Gaslight
Gaslight estreou no Richmond Theatre, em 1938, antes de ir para a Broadway, na década de 40. No Brasil, Gaslight teve uma montagem notável em 1949, no TBC, com direção de Adolfo Celi.
O texto foi adaptado para o cinema em 1944, com direção de George Cukor, e é a origem do termo gaslighting, usado sobretudo para descrever a ação do agressor que faz com que a vítima, a pessoa agredida, duvide de si mesma e de sua sanidade. O termo ganhou maior repercussão nos últimos anos graças ao movimento feminista.
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