[News]Mara Maravilha volta no tempo e se reencontra com o romantismo no álbum raro "Um Grande Amor"
MARA MARAVILHA VOLTA NO TEMPO E SE REENCONTRA COM O ROMANTISMO NO ÁLBUM RARO “UM GRANDE AMOR”
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Disco estava guardado há 36 anos e revela como Mara adiantava um movimento feminino que aconteceria décadas depois: “Era aquela sofrência com esperança de que o amor desse certo”
Vamos voltar no tempo? Ele vai nos revelar várias surpresas. Há 36 anos, em 1986, quando ainda se apresentava em shows e programas de televisão como Mara, a cantora Mara Maravilha gravou o que seria o seu primeiro LP, após ter lançado três compactos, entre eles o primeiro sucesso, “Por um Olhar”. Aos 18 anos, era um sonho entrar no estúdio da EMI Records para gravar um disco romântico, com músicas sobre amor e paixão. Porém, pouco antes do lançamento, Mara foi convidada para apresentar um programa infanto-juvenil no SBT. Os planos mudaram e, no ano seguinte, ela lançou o “Show Maravilha”, com repertório mais voltado para este público.
O trabalho, cuidadosamente produzido por Paulo Debétio, foi guardado. A antiga gravadora foi adquirida pela Universal Music e, para a surpresa de todos, no dia 5 de agosto, a artista retoma os laços com a companhia e lança nas plataformas digitais o álbum inédito “Um Grande Amor”, com nove canções que mostram uma Mara adolescente e pop, cantando como uma jovem ora apaixonada, ora desiludida. Como o tempo nos surpreende, hein?
Os antigos e novos fãs da cantora poderão mergulhar na sua história com este trabalho. Inicialmente batizado de “Simplesmente Mara”, o disco “Um Grande Amor” seria seu primeiro trabalho 100% voltado para o público adulto. Este momento de reencontro – e recomeço – estava guardado no coração da artista há bastante tempo. Para Mara, o melhor de tudo é que os áudios e os arranjos são originais e trazem a voz e o estilo inconfundíveis da artista. “Sou eu ainda”, comenta Mara ao ouvir o álbum depois de tanto tempo.
São cinco faixas inéditas: “Doce Companhia”, de Nando; “Um Grande Amor” e “Não Chore”, de Marcelo; “Ah! Como É Bom”, de Piska; e “Anjo Travesso”, de Paulo Debétio e Paulinho Rezende - que se uniram a mais quatro canções já lançadas por Mara em outros trabalhos: “Coração na Mão”, de Michael Sullivan e Paulo Massadas; “Por Um Olhar”, de Dalto/Cláudio Rabello, “Média 5, Passei”, de Bruno Nunes/Mara; e “Suga Suga”, de Mara/Ana Lívia. A música de trabalho, “Doce Companhia”, é para lá de caliente e apaixonada, o que explica a mudança de planos da gravadora:
Quero ficar no teu colo
Brincar no teu corpo e amar
Poder provar tua boca todo dia.
Quero cuidar do teu mundo, te fazer feliz
Ser teu amor, tua flor, doce companhia [...]
A artista também disponibilizará em seu canal oficial no YouTube vídeos em que canta e conta em detalhes os bastidores da gravação deste disco, especialmente as músicas inéditas, até agora desconhecidas do público.
A reviravolta deste lançamento nos traz mais uma surpresa: canções altamente românticas nas quais Mara já cantava a sofrência nos anos 1980. “Era um romantismo profundo, aquela sofrência com esperança de que o amor desse certo, uma paixão quente”, lembra ela, romântica assumida. “Quando eu entrava no estúdio, imaginava-me sendo Zizi Possi, Simone, Joana... Ou mesmo meu lado mais pop, com Rita Lee, Baby Consuelo, Olívia Newton John e, claro, Michael Jackson. Eu estava vivendo aquilo, era a minha verdade”, desabafa.
“Um Grande Amor” é um trabalho bastante especial para os fãs de Mara, dos mais antigos aos que a conheceram em sua carreira gospel. Uma relíquia que mostra o quanto ela estava alinhada com a emoção e o sentimento natural das pessoas, seja qual for a época: o amor. “Faço parte da sofrência raiz, que vem de Dolores Duran, Maysa, que passou por outras grandes intérpretes e, recentemente, foi abraçada por Marília Mendonça, Simone & Simaria, Maiara e Maraisa. Não me sinto com 18 ou 36 anos. Quero cantar o amor sem preconceito de idade”, enfatiza ela, hoje mãe do pequeno Miguel Benjamim, de 4 anos.
Daquela época, Mara guarda ótimas lembranças e agradece a oportunidade de reviver este trabalho. “Tenho ótimas memórias desta época. Paulo Debétio, Jorge Davison, minha saudosa mãe, a maior incentivadora, orientando-me para tirar um pouquinho o sotaque e eu insistindo para deixar. Foi uma época muito especial”, lembra ela, que contou com músicos de peso nas gravações, como Cleberson Horsth e Ricardo Feghali, ambos integrantes do grupo Roupa Nova. “Mara cantando, ninguém questiona”, dizia o produtor pela entrega que ela colocava em sua voz, gravando de primeira, com bastante emoção e afinação.
Mara sempre fez o que seu coração manda. Mesmo sendo um grande sonho lançar este disco para uma jovem entrando na vida adulta, ela se ouviu e escolheu investir no momento. O que lhe rendeu diversos Discos de Ouro, Platina, Platina Dupla e Diamante. Levou sua voz para lugares jamais imaginados nas Américas, Europa, África e Ásia, incluindo Oriente Médio. Mara Maravilha gravou álbuns em espanhol e inglês, participou de várias trilhas sonoras de novelas e foi indicada ao Grammy Latino.
Influenciadora digital ativa na Internet com quase 2 milhões de seguidores, a cantora e apresentadora integra o elenco de artistas do SBT e, no momento, está se dedicando a divulgar o novo trabalho: “Quis o destino que eu fizesse outro voo há 36 anos. Agora, quero cantar o amor sem preconceito”.
Pelo visto, com tantas reviravoltas, essa história ainda terá novos e surpreendentes capítulos. Maravilha.
Lúcia Rocha e Kelita Myra
Agosto de 2022
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