[Crítica] O Livro dos Prazeres
Sinopse: Lóri, uma atraente professora do ensino fundamental obcecada por liberdade, vive uma rotina entre a escola e encontros casuais que saciam seu desejo, afastando qualquer possibilidade de conexão afetiva. Num acaso, ela conhece Ulisses, um professor de filosofia egocêntrico e provocador, que nela desperta uma profunda mudança. É com ele que Lóri aprende a amar enfrentando sua própria solidão.
O que achei? Chegou aos cinemas brasileiros no dia 22, O Livro dos Prazeres foi dirigido e roteirizado (junto com Josefina Trotta) por Marcela Lordy e adaptado do romance de Clarice Lispector “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres”, é uma coprodução entre Brasil e Argentina com Simone Spoladore e Javier Drolas como protagonistas no longa.
A contemplação e introspecção temas recorrentes nas obras de Clarice Lispector não são fáceis de serem adaptadas para o cinema. A Hora da Estrela, lançado em 1985, conseguiu fazer isso. O Livro dos Prazeres, não muito.
Apesar de Simone Spoladore ter conseguido transmitir as emoções, a solidão, sentimentos, dificuldade de estabelecer conexões afetivas profundas com as pessoas e dores de Lóri, o filme em si não conseguiu mostrar esses temas muito bem em sua realização e narrativa.
As cenas de solidão e introspecção da personagem são um pouco frias. As cenas de sexo são gratuitas não no sentido erótico da coisa, mas no sentido de desconexão. Essas cenas que supostamente eram para ser orgânicas e intensas por se tratar de um momento íntimo de entrega entre os personagens acabam sendo frias e artificiais.
As cenas de sexo e intimidade nos créditos finais do filme são desnecessárias e não fazem muito sentido. Na minha opinião, ficaram soltas.
No geral, O Livro dos Prazeres peca pelo enfadonho.
Trailer:
Escrito por Michelle Araújo Silva
Nenhum comentário