Há mais de 15 anos, a cineasta e artista visual Marina Thomé acompanha Alzira E de perto. “Comecei a fotografar seus shows, fomos ficando mais próximas com o passar dos anos, e fui conhecendo também sua família. Hoje em dia é uma grande amiga e parceira de trabalho, sempre presente”, conta.
Marina conta que queria produzir um filme que contemplasse as várias facetas dessa mulher fascinante e inspiradora, que podem ser vistas pelos olhos do público até mesmo no ato de mudar seu nome artístico de Alzira Espíndola para Alzira E. A diretora costuma dizer que tem com Alzira “uma relação cinematográfica”. Além de fotografar seus shows, criou vídeo-cenários, videoclipes, capas e fotografias da CORTE, a nova banda de rock liderada por Alzira.
A partir da relação construída com a protagonista, a diretora teve acesso a um vasto acervo de fitas MDs, VHSs e K7s, entre vídeos e músicas, que foi digitalizado especialmente para esse documentário. AQUILO QUE EU NUNCA PERDI traz também gravações e entrevistas inéditas que tecem a narrativa do filme, dando conta das importantes transformações ao longo da carreira da artista, assim como suas parcerias com figuras como Anelis Assumpção, Tiganá Santana, Benjamim Taubkin, Renato Teixeira, Luli e Lucina.
Para Alzira E, profissão e família andam juntas, por isso o documentário retrata também a relação com sua família de artistas, como os irmãos Geraldo, Celito, Humberto, Jerry e Tetê Espíndola, além de suas filhas Iara Rennó e Luz Marina, que são cantoras e compositoras como ela.
Para AQUILO QUE EU NUNCA PERDI, produzido por Marcia Mansur, Marina contou com o trabalho de outros três pesquisadores, o que lhe ajudou a trazer ainda mais profundidade de informações para o filme. “Um especializado em mídias mais tradicionais, como TVs, rádios, e jornais de alcance nacional, outro apenas focado no Mato Grosso do Sul, que encontrou coisas maravilhosas da família Espíndola. Além disso, uma terceira pesquisadora fez um trabalho bonito em SP, coletando arquivos biográficos com muitos amigos e parceiros de Alzira.”
O processo de montagem durou 6 meses e contou com roteiro feito com Dellani Lima. “O roteiro gerou 4h de filme na primeira montagem. O processo todo durou aproximadamente 6 meses e tive a consultoria de Idê Lacreta e Renato Vallone, que foram essenciais para o processo.”
O filme teve sua estreia mundial no BAFICI - Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, na Argentina, seguindo para vários festivais nacionais e internacionais, como o brasileiro In-Edit – Festival Internacional do Documentário Musical, no qual levou o prêmio de Melhor Filme, a CineOP – Mostra de Ouro Preto, e também os estrangeiros WOMEX - The World Music Expo, em Portugal, e o Festival Internacional de Cinema de Cracóvia, na Polônia. No prêmio ABC 2022, promovido pela Associação Brasileira de Cinematografia, AQUILO QUE EU NUNCA PERDI foi indicado em duas categorias: Melhor Montagem (Marina Thomé) e Melhor Equipe de Som Longa-Metragem Documental (Victor Jaramillo, Ricardo Zollner, Simone Alves e Ariel Henrique).
“Quanta emoção é Alzira no documentário AQUILO QUE EU NUNCA PERDI. Um ganho para nossa alma”, escreveu Marcelino Freire, na Folha de S. Paulo. “Com inegável vigor, o filme faz um acerto de contas e exibe a artista em um esplendor milagroso”, escreveu David Obarrio, do BAFICI.
Sinopse
Nascida no Mato Grosso do Sul, Alzira E começou a compor com seus irmãos, Geraldo e Tetê Espíndola. Nos anos 80, emigrou para São Paulo onde construiu uma sólida carreira como instrumentista e compositora com parceiros como Itamar Assumpção e Ney Matogrosso. Aos 65 anos, Alzira E lidera uma banda de rock.
AQUILO QUE EU NUNCA PERDI
Direção, Fotografia e Montagem: Marina Thomé
Produção: Marcia Mansur
Roteiro: Dellani Lima
Produção executiva e direção de produção: Marcia Mansur
Pesquisa de Imagem: Naiara Magalhães, Vitor Santi, Rodolfo Ikeda
Produção: Estúdio Crua
Distribuição: Descoloniza Filmes
Ano: 2021
Duração: 86 min.
Trailer:
Sobre Marina Thomé
Cineasta e fotógrafa, desenvolve projetos documentais para plataformas multimídia, cinema e música. Seus filmes foram apresentados em festivais como Biarritz Amérique Latine (FR), Margaret Mead Film Festival (NY), BAFICI - Buenos Aires Festival Internacional de Cinema Independente (AR) e MiradasDoc (ES). Possui mestrado em Documentário Criativo pela UAB (Espanha, 2011) e Comunicação, Arte e Tecnologia pela Belas Artes (Brasil, 2006). Atuou na área de Comunicação da Cinemateca Brasileira entre 2016 e 2018. www.marinathome.com.br
Sobre a Descoloniza Filmes
Fundada em 2017 por Ibirá Machado, a Descoloniza Filmes nasceu com o propósito de equiparar a distribuição de filmes dirigidos por mulheres e que tragam novas propostas narrativas e temáticas, contribuindo com a construção de uma nova forma de pensar. Em 2018, a Descoloniza lançou o filme argentino "Minha Amiga do Parque", de Ana Katz, vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Sundance, "Híbridos - Os Espíritos do Brasil", de Priscilla Telmon e Vincent Moon, o chileno "Rei", de Niles Attalah, vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Roterdã, e "Como Fotografei os Yanomami", de Otavio Cury. Em 2019 codistribuiu junto à Vitrine Filmes a obra "Los Silencios", de Beatriz Seigner, e levou aos cinemas "Carta Para Além dos Muros", de André Canto. Durante a pandemia, lançou diretamente no streaming os filmes "Saudade Mundão", de Julia Hannud e Catharina Scarpellini, e "Castelo de Terra", de Oriane Descout, retomando os lançamentos em salas no segundo semestre de 2021, com "Cavalo", de Rafhael Barbosa e Werner Sales, "Parque Oeste", de Fabiana Assis, e "Aleluia, o canto infinito do Tincoã", de Tenille Barbosa. Agora em 2022 realizou os lançamentos de "Sem Rosto", de Sonia Guggisberg, e "Gyuri", de Mariana Lacerda, e prepara os lançamento de "Aquilo que eu Nunca Perdi", de Marina Thomé, "Espera", de Cao Guimarães, "Para Onde Voam as Feiticeiras", de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral, dentre outros.
Sobre o Estúdio CRUA
O Estúdio CRUA atua entre São Paulo e Lisboa, produzindo documentários e desenvolvendo projetos que utilizam novas tecnologias para impacto social e promoção cultural. As sócias Marcia Mansur e Marina Thomé, possuem 15 anos de experiência em produção de conteúdo documentário e projetos interativos, como o premiado projeto de documentário expandido "O Som dos Sinos" (2016), pioneiro no uso de novas mídias e tecnologia para promoção do patrimônio cultural brasileiro. O longa-metragem do projeto participou do 26º Festival Biarritz Amérique Latine e 42º Margaret Mead Film Festival no Museu de História Natural de Nova Iorque. No Brasil, foi premiado como Melhor Direção de Fotografia da Mostra Sesc de Cinema Paulista e Melhor Documentário pelo júri no Florianópolis Audiovisual Mercosul. O projeto transmídia “Som dos Sinos” ganhou o 29º Rodrigo Melo Franco de Andrade, principal prêmio para projetos de promoção e preservação do patrimônio cultural brasileiro. Em 2017, a produtora lançou o curta documentário "GARY", filmado em NYC, selecionado para festivais em diversos países, incluindo 11º Festival Internacional de Cine Documental de Uruguay - Atlantidoc, 12º Festival de Cine Documental MiradasDoc (Espanha), 8º Art of Brooklyn Film Festival (USA) e 11º Porto7 - Festival Internacional de Curtas-Metragens do Porto (Portugal). Atualmente, o Estúdio CRUA está produzindo dois novos longas metragens: "Céu Vermelho", projeto selecionado para residência de desenvolvimento da Arché no Porto/Post/Doc 2021 realizada em parceria com Apordoc - Associação pelo Documentário e Doclisboa e "The Dual Nature of Light", documentário selecionado durante o Festival Biarritz Amerique Latine para desenvolvimento na Residência Liziéres (França) em 2018. O Estúdio atua também na frente de formação pela qual organiza atividades de formação na área de narrativas transmídia, memória e território, assim como laboratórios de criação e ateliês de desenvolvimento de projetos em instituições culturais diversas como Sesc São Paulo, Oficina Oswald de Andrade, Poesis, SP Cine, Universidade São Paulo e festivais de fotografia e Cinema.
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