[News] Saulo Rodrigues, Carol Machado e Alcemar Vieira. Foto Stefano Figalo

Saulo Rodrigues, Carol Machado e Alcemar Vieira. Foto Stefano Figalo

O infantojuvenil SUSPEITOS, texto inédito de Denise Crispun, ganha sua primeira montagem presencial, idealizada pelo ator Alcemar Vieira, no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, a partir de 23 de outubro, domingo, com Carol Machado, Saulo Rodrigues e Alcemar Vieira.

Com apoio do Centro Cultural Banco do Brasil, a temporada de Suspeitos segue até 18 de dezembro, sábado e domingo, sempre às 16h.

A peça foi parte da programação do Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens (FIL) 2022, também no CCBB, onde fez duas apresentações.

Suspeitos conta a história do desaparecimento misterioso da pintura “A megera indomável”, logo depois de um seguro milionário feito pelo seu autor. Enquanto uma cópia ocupa o lugar da tela original, dois detetives tentam solucionar o caso, mas estão sempre atrás de pistas falsas.

O elenco de três atores interpreta nove personagens, tendo ainda a participação especial das vozes dos consagrados Diogo Vilela e Antônio Pedro Borges em outros papéis.

Suspeitos é uma história de investigação, ágil e cômica, com direção dividida entre Alcemar Vieira e Rui Cortez, que também assina a direção de arte.

A obra de arte é a musa do espetáculo em uma montagem “que foge do maniqueísmo do falso versus verdadeiro: o que não é original tem valor também”, defende Alcemar Vieira.

Rui Cortez criou figurinos inspirados no cinema de Hitchcock e Tim Burton, no melhor estilo Steampunk*, evocando John Galliano, Vivienne Westwood e o escultor afro-americano Nick Cave, com suas “Artes Indumentárias”, fazendo contraste com os objetos cenográficos, que reverenciam os artistas brasileiros Farnese de Andrade [1926–1996] e Alexandre Dacosta [1959–].

*Steampunk é a ficção científica do século XIX produzida no século XXI. Em português é Tecnavapor, abreviação de tecnologia a vapor.

Os elementos de cena sugerem a amplificação dos sentidos que ajudam a desvendar circunstâncias obscuras, necessários em uma trama de averiguação: um olho aumentado inserido na lupa, a engenhoca criada por Cortez para aumentar a sensibilidade auditiva, assim como um objeto telefônico montado com engrenagens aparentes, que enriquecem o visual e ampliam sua função sensorial.

Cortez se vale da elegância irreverente do xadrez com listras misturados com calça e blazer clássicos. E muitos disfarces, como peruca, chapéu, óculos e luvas. Afinal, os personagens desconfiam uns dos outros. Todos podem ser o culpado.

Para a autora Denise Crispun, é a partir do roubo de um quadro que começa a aventura dos atores e do público. “O desafio é descobrir se ele é falso, verdadeiro e que pistas nos levam a procurar quem está por trás de muitos interesses. Tudo isso misturado às alegrias e angústias de um pintor, que precisa de sua arte, assim como nós precisamos ampliar nossos sentidos para nos colocarmos no mundo”, avalia a autora.