[News] “Sinfonia de um homem comum”, de José Joffily, selecionado para o IDFA, principal festival de documentários do mundo
José Maurício Bustani | Créditos: Pedro Rossi |
O documentário “Sinfonia de um homem comum”, dirigido por José Joffily, foi convidado para o 35º Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, o IDFA, mais importante festival de documentários do mundo, que ocorre entre os dias 9 e 20 de novembro. Competindo na categoria Frontlight, o longa conta a história do diplomata José Mauricio Bustani, primeiro diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que tentou impedir a invasão ao Iraque pelos Estados Unidos. Entre os depoimentos apresentados no doc estão os dos ex-presidentes do Brasil Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva e dos diplomatas Celso Amorim, Richard Boucher e John Holmes. “Sinfonia de um homem comum” estreia nos cinemas no dia 3 de novembro. A produção é da Coevos Filmes em coprodução com Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil. A distribuição é realizada pela Bretz Filmes.
O IDFA é o terceiro festival que o documentário participa este ano, tendo antes sido convidado para a 27ª edição do brasileiro É Tudo Verdade, onde recebeu menção honrosa, e para o HotDocs, no Canadá, principal festival de documentários da América do Norte.
“Tenho a satisfação e a honra de estar de novo no IDFA, agora com o filme ‘Sinfonia de um homem comum’. É interessante o filme passar lá porque é na Holanda, mais especificamente na cidade de Haia, onde fica a organização que o protagonista dirigia, que foi sabotada pelos americanos quando queriam invadir o Iraque. Estou curioso para ver essa plateia holandesa que vai assistir. Esta é uma das muitas razões pelas quais eu vou ao Festival, não só, evidentemente, para ver o resultado, mas pela reação que eu acho que vai ser especial, por conta da coincidência de o festival acontecer a uma hora de onde fica a sede da OPAQ”, comenta o diretor.
“Sinfonia de um Homem Comum” destaca a atuação de Bustani como primeiro diretor-geral da OPAQ, entre 1997 e 2002. A organização internacional independente, afiliada à ONU e sediada na Holanda, tinha como objetivo implementar a Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Armazenagem, Produção e Uso de Armas Químicas e sua Destruição. O diplomata defendia a adesão do Iraque à OPAQ a fim de possibilitar as inspeções de armas no país. Já o então presidente George W. Bush afirmava que o país possuía armas de destruição em massa.
Após o 11 de setembro, Bustani já estava em seu segundo mandato e começou a sofrer pressões do governo americano pela renúncia. Ele não deixa o cargo. Em 2002, os Estados Unidos lideraram uma assembleia para sua destituição. O Iraque foi invadido em 2003, as armas químicas nunca foram encontradas. No primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Bustani foi nomeado embaixador do Brasil na Inglaterra e, posteriormente, na França. Durante as filmagens de "Sinfonia de um Homem Comum", o diplomata foi convidado a dar um depoimento sobre denúncias de inspetores da OPAQ, mas foi barrado pelos representantes de Washington, Londres, Paris e Berlim. Hoje, aposentado no Rio de Janeiro, longe do front, Bustani aprecia sua primeira paixão: a música.
Sinopse
O diplomata José Mauricio Bustani, primeiro diretor geral da OPAQ (Organização para a Proibição de Armas Químicas) tentou impedir a destruição do Iraque e, por pressão dos americanos, foi demitido. Hoje, decorridos 19 anos, situações semelhantes se repetem nos bastidores das organizações multilaterais.
Ficha Técnica
Direção: José Joffily
Produção: Isabel Joffily
Roteiro: David Meyer, Pedro Rossi, Jordana Berg e José Joffily
Direção de fotografia: Pedro Rossi
Montagem: Jordana Berg
Desenho de som: Felippe Mussel
Mixagem: Bernardo Adeodato
Trilha: Pedro Leal
Produção: Coevos Filmes
Coprodução: Globo Filmes, GloboNews, Canal Brasil
Distribuição: Bretz Filmes
Diretor | José Joffily
José Joffily dirigiu filmes de ficção e não ficção ao longo de sua carreira. Seus filmes já estiveram em festivais como IDFA, É Tudo Verdade, Havana, Berlin, Rotterdam, Guadalajara, entre outros. No Brasil, teve filmes premiados nos mais importantes festivais do país, como Brasília e Gramado. Seus últimos dois projetos são os documentários Caminho de Volta (2015) e Soldado Estrangeiro (2020). O primeiro conta a história de dois brasileiros que emigraram para o exterior e desejam voltar para a sua terra natal depois de anos no exílio. O segundo faz o caminho inverso, se aproximando de brasileiros que desejam sair do país para lutar em exércitos estrangeiros.
Produtora | Coevos Filmes
A Coevos Filmes foi fundada em 1981. Nos seus 40 anos de estrada, a empresa produziu obras para cinema e televisão. Seus filmes estiveram presentes e foram premiados em festivais nacionais e internacionais, como Brasília, Berlin, Havana, Rotterdam, Festival Internacional de Documentários de Amsterdã (IDFA), Visions du Réel, Guadalajara, Biarritz, entre outros. Seus últimos projetos de documentário são: Depois da Primavera, longa-metragem que estreou internacionalmente na competição oficial do Festival de Toulouse em março de 2021 e está programado para a Première Brasil do Festival do Rio, em agosto próximo; Soldado Estrangeiro, que estreou em 2019 no Festival É Tudo Verdade! e foi um dos poucos filmes nacionais distribuídos comercialmente nos cinemas em 2020, com destaque na crítica especializada.
Coprodutoras | Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil
A Globo Filmes, a GloboNews e o Canal Brasil assinam, juntos, a coprodução de diversos documentários, que transitam pelos mais diversos assuntos relacionados à cultura brasileira e que apresentam olhares únicos sobre personagens, épocas e fatos da nossa história. A parceria pretende fomentar a produção, a exibição e a divulgação de filmes do gênero, que ainda tem pouca visibilidade no mercado brasileiro, mas representa muito mais do que uma fonte de entretenimento: é essencial para a preservação da memória de uma nação. Juntos, Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil já investiram em mais de 40 documentários, entre eles “Libelu – Abaixo a Ditadura”, de Diógenes Muniz (vencedor do É Tudo Verdade de 2020); “Babenco - Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, de Bárbara Paz (premiado como melhor documentário sobre cinema da Venice Classics, mostra paralela do 76º Festival de Veneza em 2019); “Cine Marrocos”, de Ricardo Calil (vencedor do É Tudo Verdade 2019); "Barretão", de Marcelo Santiago; “Henfil”, de Ângela Zoé (vencedor do Cine PE de 2018); “Menino 23”, de Belisário Franca (melhor doc do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2017); “Tá Rindo de Quê”, de Claudio Manoel, Álvaro Campos e Alê Braga; “Fevereiros”, de Marcio Debellian; “Mussum - Um Filme do Cacildis”, de Susanna Lira; “Setenta”, de Emília Silveira (melhor doc da Mostra São Paulo de 2014). Atualmente, mais de 15 documentários estão em produção, em diferentes regiões do país.
Distribuidora | Bretz Filmes
A Bretz Filmes iniciou as atividades em 1990, atuando no mercado de vídeo como distribuidora e representante das principais empresas. Paralelamente, entre os anos de 2003 e 2011, Luiz Ernesto Mendes Bretz, seu fundador, atuou como diretor de distribuição na Videofilmes. Em 2011, a empresa iniciou sua atuação no mercado nacional e internacional, passando a adquirir títulos brasileiros e estrangeiros para distribuição própria em cinema, vídeo, televisão e VOD, especializando-se em documentários e filmes de autor e cinema independente, nacional e internacional, lançando títulos como: "Woody Allen", "O Cavalo de Turim", "Nostalgia da Luz" e "Another Year". Mais recentemente, foram lançados os filmes "For Sama", “Honeyland", "Cézanne e eu", "Gabriel e a montanha", dentre outros.
Nenhum comentário