[News] 1972 – 50 ANOS DEPOIS na Cinemateca Brasileira e no Cinesesc
Com curadoria do cineasta Paulo Sacramento, o evento tem entrada gratuita e apresenta 16 títulos, de 10 a 20 de novembro, na Cinemateca Brasileira
Corrida em Busca do Amor, de Carlos Reichenbach, Quando os Deuses Adormecem, de José Mojica Marins e O Mundo de Anônimo Jr, de Aron Feldman, são alguns dos filmes da programação
A Faca e o Rio, longa embargado pela censura, dirigido pelo holandês George Sluizer, inteiramente rodado no Brasil e falado em português, ganha exibição em 4k
Na abertura, será projetada na tela externa da instituição, a cópia em 35 mm do longa TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA, de Arnaldo Jabor, vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim
A Cinemateca Brasileira apresenta em parceria com o SESC-SP, a produtora Olhos de Cão e com curadoria do cineasta Paulo Sacramento um amplo panorama da produção cinematográfica realizada em 1972, exibindo obras que completam atualmente meio século de seu lançamento. Trata-se de rara oportunidade para observar possíveis interrelações entre esses filmes e a prevalência de temas e estéticas que nos permitem refletir sobre as próprias mudanças ocorridas em nossa sociedade ao longo de cinco décadas.
A programação será dividida entre as salas da Cinemateca Brasileira (filmes brasileiros) e Cinesesc (filmes internacionais), sendo composta também de exibições adicionais na plataforma SESC Digital e de uma ampla exposição de posters e materiais diversos de filmes brasileiros no foyer Grande Otelo da Cinemateca.
A programação da Cinemateca Brasileira apresentará 16 longas-metragens que revelam a grande diversificação do cinema nacional no início dos anos 1970. Os anos fulgurantes do Cinema de Invenção ou Marginal já se esgotavam e algo novo estava por surgir. No Rio de Janeiro, Arnaldo Jabor encontrava enfim sua caligrafia com Toda Nudez será Castigada, Leon Hirszman fazia a partir de Graciliano Ramos uma de suas obra-primas e Glauber buscava atônito sintonizar o desespero para além das paredes do Cinema Novo. Em São Paulo, por sua vez, a Boca do Lixo ensaiava passos bastante diversos, buscando o público popular através da afirmação do cinema de gênero: comédias eróticas, filmes de ação, faroestes. Mazzaropi mantinha sua trajetória entregando um sucesso por ano. À margem das tendências, Khouri e Mojica seguiam fiéis à sua forte e prolífica marca autoral. E Carlos Coimbra surpreendia com o retumbante sucesso de Independência ou Morte.
Ao contrário de exibir apenas obras-primas de nosso cinema ou sublinhar coerências e qualidades na obra de realizadores pontuais, a mostra convida o público a olhar livremente para uma produção diversificada, difundindo a pluralidade de nossa produção audiovisual. Desta forma, democraticamente e sem preconceitos, 1972 - 50 ANOS DEPOIS fomenta a ampla discussão em torno de nossa cultura da maneira mais generosa possível.
A mostra apresentará principalmente cópias em 35mm do acervo da Cinemateca Brasileira, mas também exibições em 16mm, arquivos digitais e DCPs recentes. Ao lado de clássicos, serão apresentados filmes raros que dispõe de cópia única e não são exibidos há mais de uma década na cidade de São Paulo, como Corrida em Busca do Amor (a estreia na direção de longas de Carlos Reichenbach), Quando os Deuses Adormecem (filme raro de José Mojica Marins) e O Mundo de Anônimo Jr (filme de Aron Feldman embargado pela censura, nunca lançado comercialmente). Destacamos também a exibição inédita no Brasil do DCP restaurado em 4K pelo Eye Film Museum do pouco conhecido A Faca e o Rio, dirigido pelo holandês George Sluizer e inteiramente rodado no Brasil, falado em português e com elenco brasileiro.
Em homenagem ao cineasta Arnaldo Jabor, falecido este ano, a mostra será aberta com a exibição ao ar livre em 35mm de Toda Nudez Será Castigada (filme laureado com o Urso de Prata em Berlim) e contará também com a exibição de materiais originais inéditos de seu lançamento comercial no exterior.
Além dos longas a mostra apresentará também três curtas, um média-metragem e cine-jornais da época.
PROGRAMAÇÃO DISPONÍVEL aqui
1972 – 50 ANOS DEPOIS
10 a 20 de novembro, sessões de quinta-feira a domingo
Ingressos gratuitos e distribuídos uma hora antes de cada sessão, na bilheteria
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana
Horário de funcionamento
Espaços públicos: de segunda a segunda, das 08 às 18h
Salas de cinema: conforme a grade de programação.
Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados
Sala Grande Otelo (210 lugares + 04 assentos para cadeirantes)
Área Externa (400 lugares)
Exposição no Foyer da Sala Grande Otelo
CINEMATECA BRASILEIRA
A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.
O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.
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