[News] NOVO FILME DE ANNA MUYLAERT, O NOSSO PAI, ESTREIA NO FESTIVAL DE BRASÍLIA

 

A cineasta Anna Muylaert define a estreia de seu novo curta, O NOSSO PAI, no 55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro como algo magicamente sincronizado. “Desde que o filme ficou pronto, meu sonho era exibi-lo nesse Festival depois que o Lula fosse eleito. Daí o Lula ganhou a eleição no domingo 30 de outubro, e na segunda-feira, a Sara Rocha, diretora do Festival, me ligou convidando para participar do Júri de Longas. Eu aproveitei, claro, e mostrei o filme para ela que acabou nos convidando para o apresentar hors councours”. A obra será mostrada a público em 20 de novembro, na noite da premiação. A produção é assinada pela África Filmes e Vitrine Filmes, que também distribui o curta.


 


Grace Passô, Camila Márdila e Dandara Pagu interpretam um trio de irmãs, filhas do mesmo pai, mas mães diferentes, que se veem obrigadas a morar juntas durante um dos momentos mais intensos da pandemia, em março de 2021. Da convivência, surgem discussões, um frango espatifado no chão da cozinha e também uma idéia inusitada, um plano improvável e a possibilidade de salvar o país.


 


Anna explica que filmou no auge da pandemia, mas hoje, o curta tem outro sentido. “A história e o final do filme apontam para uma libertação que na época eram distantes e controversas, mas hoje, como sabemos que a página da história já virou, creio que o filme será percebido da melhor forma possível.”


 


Com uma filmografia que inclui longas como “Quer horas ela volta?” e “Durval Discos”, que acabou de completar 20 anos, a cineasta volta ao formato de curta-metragem, com o qual começou sua carreira com “Rock Paulista” (1988) e “A Origem dos Bebês segundo Kiki Cavalcanti” (1996).


 


 “A gente queria dar algum tipo de resposta àquele caos sanitário, politico, econômico e ambiental em que estávamos vivendo e o formato do curta metragem foi o único possível. Eu amei voltar a fazer uma narrativa curtinha com poucas diárias de filmagem.”


 


Para O NOSSO PAI, Anna contou com uma equipe com a qual nunca tinha trabalhado antes , que trazia profissionais como a fotógrafa Wilssa Esser  (“Temporada”), a montadora Marina Kosa e a técnica de som Marina Bruno, além de trabalhar pela primeira vez com a atriz Grace Passô – “que considero uma gênia” –  e convidar a influencer Dandara Pagu para fazer seu primeiro papel como atriz. “Foi uma oportunidade de ampliar meus horizontes e também foi uma alegria.”


 


E esse foi realmente um trabalho coletivo, uma conjunção de talentos e ideias, tanto que todas e todos recebem também crédito de produção. Além disso, o trio de atrizes também colaborou no roteiro. “Havia uma história, uma estrutura, mas em vez de escrever os diálogos nós fizemos vários ensaios on-line no quais juntas definimos as personalidades de cada personagem, inclusive as atrizes escolheram os nomes das suas personagens, sexualidade, figurino, de modo que, seguindo uma estrutura narrativa e uma direção, cada uma fez seu próprio texto e desenvolveu suas próprias ideias como quiseram.”


 


Uma das questões centrais a O NOSSO PAI é a relação entre a vida e a arte, inclusive num momento de explícita metalinguagem, quando a personagem de Grace Passô  quebra a quarta parede, mandando um recado direto pra o espectador. “Vivemos num mundo concreto, mas cada vez mais o poder do imaginário ganha capacidade de transformar essa realidade, tanto através da arte como também das fake news.  Sabemos que alguns filmes ou obras acabam tendo capacidade de transformar a mente de quem assiste e isso acaba, a médio ou longo prazo – mudando o mundo, afinal somos nós quem fazemos nosso mundo, nossas regras! E eu acredito muito que a cada nova imagem potente que produzimos abrimos uma porta para um futuro diferente.”


 


“Então ter feito esse filme, foi naquele momento a única forma que encontramos de enfrentar uma terrível sensação de impotência através da potência do cinema e dos encontros que o cinema proporciona”.


 


O NOSSO PAI será lançado no Brasil pela Vitrine Filmes.


 


 


Sinopse


No meio de uma pandemia descontrolada, três irmãs de um mesmo pai, decidem tomar uma atitude. 



Ficha Técnica


Roteiro e direção: Anna Muylaert 


Elenco: Grace Passô, Camila Márdila e Dandara Pagu 


Direção de fotografia: Wilssa Esser


Som direto: Marina Bruno


Montagem: Marina Kosa


Edição de som e mixagem: Miriam Biderman e Ricardo Reis


Música: André Abujamra


Assistência de direção: Joaquim Muylaert


Produção Vitrine: Amanda Kadobayashi


Uma produção: África filmes, Vitrine filmes


Coprodução: Tanto, Effect films, Quanta


Produzido por: Anna Muylaert, Silvia Cruz, Felipe Lopes


País: Brasil


Duração: 23 min.


 


Biografia da diretora


Anna Muylaert nasceu em São Paulo e estudou Cinema e Artes na USP. Nas últimas décadas escreveu roteiros para programas de TV (MUNDO DA LUA, CASTELO RÁ-TIM-BUM, UM MENINO MUITO MALUQUINHO, FILHOS DO CARNAVAL, AS CANALHAS, entre outros) e cinema (O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS, XINGU, PRAIA DO FUTURO e outros). Anna dirigiu DURVAL DISCOS, É PROIBIDO FUMAR e 3 outros filmes, mas tornou-se internacionalmente conhecida com QUE HORAS ELA VOLTA? em 2015. O filme recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Sundance, e de público no Panorama do Festival de Berlim em 2015 e foi lançado em salas em 30 países, o que levou Anna a ser convidada a fazer parte da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Oscar).  Atualmente está em preparação para filmar seu novo longa-metragem O CLUBE DAS MULHERES DE NEGÓCIOS.  Ela é mãe de José e Joaquim.



Sobre a África Filmes

Fundada na década de 90, em São Paulo, pela cineasta Anna Muylaert, a África Filmes é um núcleo de criação e produção de conteúdo de qualidade para cinema e TV.  Já produziu curtas, clips, telefilmes e seis longas metragens: "DURVAL DISCOS”( 2002) , "É PROIBIDO FUMAR :( 2008) , “CHAMADA A COBRAR” ( 2013) e "QUE HORAS ELA VOLTA?”( 2015) , vencedor de prêmios nos festivais de Sundance e Berlinale.  Em 2016 lançou “MÃE SÓ HÁ UMA, e esse ano lança "ALVORADA”, documentário sobre o período de afastamento da presidente Dilma Roussef durante seu processo de impachement e está em desenvolvimento do projeto O CLUBE DAS MULHERES DE NEGÓCIOS.


Sobre a Vitrine Filmes

A Vitrine Filmes, em dez anos de atuação, já distribuiu mais de 160 filmes e alcançou mais de quatro milhões de espectadores. Entre seus maiores sucessos estão 'O Som ao Redor', 'Aquarius' e 'Bacurau' de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Outros destaques são 'A Vida Invisível', de Karim Aïnouz, representante brasileiro do Oscar 2020, 'Hoje Eu Quero Voltar Sozinho', de Daniel Ribeiro, e 'O Filme da Minha Vida', de Selton Mello. Entre os documentários, a distribuidora lançou 'Divinas Divas', dirigido por Leandra Leal e 'O Processo', de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional.

Além do cinema nacional, a Vitrine Filmes vem expandindo o seu catálogo internacional ao longo dos anos, tendo sido responsável pelo lançamento dos sucessos ‘O Farol’, de Robert Eggers, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia; ‘Você Não Estava Aqui’, dirigido por Ken Loach, e 'DRUK - Mais uma rodada', de Thomas Vinterberg, premiado com o Oscar de Melhor Filme Internacional 2021.





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