( foto: Daniel A. Rodrigues) - cena do ensaio de O Barbeiro de Sevilha
Il barbiere di Siviglia (O Barbeiro de Sevilha) é uma ópera em dois atos de Gioachino Rossini com libreto de Cesare Sterbini baseado na peça homônima de Beaumarchais. O título original da obra era Almaviva, o sia l'inutile precauzione (Almaviva, ou seja, a precaução inútil).
Antes de Rossini, Giovanni Paisiello compôs o seu Barbeiro de Sevilha em 1782 (dez anos antes do nascimento de Rossini). Com esse mesmo trabalho, Paisiello recebeu um dos maiores sucessos de sua carreira.
Tendo sido Paisiello um dos maiores representantes da ópera napolitana, o sucesso anterior de seu Barbeiro de Sevilha fez parecer inadmissível que um compositor de 23 anos, mesmo que tão talentoso, ousasse desafiá-lo. Só que Rossini não queria desafiar ninguém, pois que, na verdade, nem teve nenhuma responsabilidade pelo assunto.
O que aconteceu foi que a obra tinha sido escolhida pelo empresário do Teatro Argentino em Roma, o Duque Francesco Sforza Cesarini, que encomendou a Rossini um trabalho para o próximo carnaval. E, naquela época, qualquer representação tinha que submeter-se à censura papal. Com isso, por precaução e estratégia o empresário propôs O Barbeiro de Sevilha como tema, que foi imediatamente aprovado pelos censores papais.
A primeira apresentação ocorreu em 20 de fevereiro de 1816 no Teatro Argentina em Roma e terminou em meio a assobios. O clima geral foi de boicote total, devido aos adeptos da versão da ópera de Paisiello, favorecida também pela morte súbita do empresário do Teatro Argentina.
Contudo, já a partir da segunda apresentação, o público aclamou a obra de Rossini, levando-a a obscurecer a versão anterior de Paisiello e tornando-se uma das óperas mais representadas no mundo.
Enredo da obra:
Em Sevilha o Conde d'Almaviva apaixona-se pela bela Rosina, que no entanto vive praticamente prisioneira por causa do seu tutor, Dom Bartolo, que, por querer desposá-la, tem muitos ciúmes dela...porém com um interesse econômico muito maior do que por verdadeira afeição.
O Conde, apesar da estreita vigilância de Don Bartolo, ainda consegue comunicar seu amor a Rosina, mas não revela imediatamente sua identidade, por desejar que ela o ame por quem ele é e não por seu título. Assim, ele se apresenta a ela como Lindoro, um simples estudante. Rosina corresponde ao seu assédio, mas não sabe como fugir da vigilância de Dom Bartolo.
É neste momento que Figaro, um barbeiro inteligente e simpático, entra em cena para ajudar os dois amantes atuando como 'mensageiro': a seu conselho, o Conde, inicialmente consegue entrar na casa de Dom Bartolo sob a identidade falsa de um soldado em busca de hospitalidade; depois de um instrutor de música.
Mas Don Bartolo, que é muito desconfiado, tem um assistente, Don Basilio, que lhe sugere inventar uma calúnia para desacreditar o Conde aos olhos de Rosina. No entanto, o Conde e Rosina espertamente, conseguem organizar-se para a fuga, graças à cumplicidade de Fígaro, que os ajuda distraindo Dom Bartolo com a desculpa de barbeá-lo.
Dom Bartolo e Dom Basilio seguem tentando desacreditar o Conde aos olhos de Rosina, dizendo-lhe que ele mentiu para ela e que ele não é nenhum estudante.
Aí Rosina, arrependida de ter confiado nele, está prestes a desistir de sua fuga e casar-se com Dom Bartolo por puro despeito. Só que, no final, o Conde esclarece tudo, revela sua verdadeira identidade e o motivo pelo qual se apresentou a ela como Lindoro. Rosina, então, entende tudo o que se passou e concorda em casar-se com ele, jogando por terra os planos de Don Bartolo.
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