São Paulo, 26 de outubro de 2022 - A literatura é uma importante ferramenta de desenvolvimento da capacidade crítica e da formação cultural de crianças e adolescentes. Ao mesmo tempo em que a leitura incentiva a imaginação, na prática ela abre caminhos para que os leitores de diferentes idades enxerguem na diferença um elemento de encontro e respeito da diversidade.
Ao longo de 2022, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) selecionou 15 livros que tratam a temática do deslocamento forçado de pessoas e com apoio do Jornal JOCA e da organização I Know My Rights (IKMR), desenvolveu um material pedagógico para que educadores possam se apropriar dos diferentes conteúdos literários a fim de os incorporar em espaços de educação, seja em salas de aula ou espaços de leitura. Todo esse conteúdo faz parte de uma mala que dá nome ao projeto: “Mala dos Saberes Deslocados”. Além dos 15 livros, a mala é acompanhada por um guia pedagógico que orienta aos educadores sobre possibilidades de discutir os livros em espaços de aprendizagem junto ao público jovem, já a partir dos 4 anos de idade. Um incentivo ainda maior é que as malas tiveram uma arte especial que as envelopa. O artista Eduardo Kobra, que recentemente pintou um mural na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York e outro em frente ao Museu da Imigração, em São Paulo, propôs uma arte que sugere um planeta sem fronteiras, em que os direitos humanos sejam respeitados e assegurados. Ao todo foram produzidas três malas com conteúdos idênticos, sendo que cada “Mala dos Saberes Deslocados” pode ser solicitada por escolas e instituições de ensino diretamente ao ACNUR por meio do email brabrpi@unhcr.org. O prazo para que a mala esteja na escola ou instituição é de quatro semanas, facilitando assim que as obras possam circular entre diferentes classes e projetos de educação. “Facilitar o acesso de livros incríveis como os que selecionamos, abordando o tema do deslocamento forçado por diversos ângulos, é uma maneira de promover a empatia dos jovens brasileiros pelas pessoas refugiadas e de construir conhecimento para a cidadania, sendo um instrumento de enfrentamento da xenofobia e de outras formas de discriminação”, afirma Francesca Spadiliero, Oficial de Registro do ACNUR Brasil. A primeira mala estará à disposição do Museu da Imigração, em São Paulo, durante a programação “Férias no Museu 2023”. Este programa ocupa uma ampla sala do museu com brincadeiras, oficinas, atividades recreativas e educativas que convidam as crianças e famílias para uma viagem pelo brincar de diferentes culturas e países e pelo próprio museu. A garotada poderá usufruir das atividades, inclusive dos livros da Mala de Saberes Deslocados, até o dia 29 de janeiro, de quarta a domingo, das 10h às 16h. As 15 obras que integram a Mala de Saberes Deslocados foram cedidas gratuitamente ao ACNUR pelas suas respectivas editoras como forma de ampliar o acesso às obras pelo público leitor. Conheça os títulos da Editora do Brasil que fazem parte do projeto: - Ilegais, de Luiz Antonio Aguiar (autor)
Jair tem um sonho: ser o melhor jogador de futebol. Mas os testes para alcançar esse sonho são pesados, cansativos e às vezes até injustos. Seu amigo Rildo também tem um sonho: vida nova nos Estados Unidos. Ele até já tem contato com um "coiote" e tenta convencer Jair de que essa é uma boa ideia. Ambos são jovens e têm pressa para alcançar o sucesso. Mas será que estão dispostos a pagar o preço? Tornar-se imigrante ilegal em um país estranho não é um mar de rosas. Será mesmo a melhor saída? Acompanhe Jair nessa jornada de indecisão e amadurecimento, cheia de reflexões que vão surpreender e emocionar. - Layla, a menina síria, de Cassiana Pizaia, Rima Awada Zahra e Rosi Vilas Boas (autoras)
Layla veio de Alepo, no norte da Síria. Ela e sua família tiveram que deixar o país por causa da guerra, assim como quase todos os seus amigos e familiares, obrigados a procurar um lugar seguro para viver. Neste emocionante livro, Layla conta histórias do período tão conturbado que viveu antes de finalmente chegar ao Brasil. Através de sua sensível narração, o leitor entrará em contato com um mundo completamente diferente, com outros cheiros, sabores, cores e dores. Como será ficar longe de tudo e todos que conhecemos, viver com tantas lembranças tristes, ter que recomeçar do zero? No mundo contemporâneo, faz-se mais que necessário entender diferentes realidades, ouvir as histórias dos outros e aprender com eles o que é empatia, superação e coragem.
- O Haiti de Jean, de Cassiana Pizaia, Rima Awada Zahra e Rosi Vilas Boas (autoras)
Jean e sua família tiveram que se separar: enquanto o pai buscava um lugar melhor para onde levá-los, Jean e a mãe tentavam sobreviver com o mínimo que podiam. A narrativa que se segue, através do olhar de um menino, mostra as dificuldades enfrentadas pela população haitiana para sobreviver após um fenômeno tão destrutivo como um terremoto. Não se trata apenas do relato de uma família do Haiti, mas a luta de toda uma população para recomeçar. Jean e seus pais rumam ao Brasil em busca de um porto seguro e uma nova vida. Esse é um livro de superação, coragem e determinação, capaz de emocionar a todos.
- O sonho de Youssef, de Isabella Paglia (autora)
Youssef e Maryam são amigos desde sempre. Mas a guerra os separa, e Maryam vai embora com a mãe em um barco. Youssef então desenha uma caravela na parede de sua casa: é o navio das descobertas que, um dia, o levará a Maryam novamente. Mesmo que tudo desmorone sob as bombas, o sonho de Youssef encontrará um jeito de se tornar realidade. Porque os sonhos das crianças sempre acham uma maneira de sobreviver. Com uma linguagem poética e belas ilustrações, a obra traz um final aberto a interpretações, estimulando a imaginação do leitor. Mais que guerra ou perdas, este comovente livro fala sobre sonhos, esperança e a delicadeza da infância.
- Origens, de Alexandre de Castro Gomes, André Kondo, Eliane Potiguara, Luis Eduardo Matta e Sonia Rosa (autores)
Cinco escritores. Cinco histórias de família e de memórias. Cinco lugares de origem: Portugal, Japão, África, Líbano e Brasil. Ficção e realidade se cruzam para resgatar histórias seculares especialmente para o jovem leitor. Venha se deliciar com essas narrativas sobre as raízes de cada um, seus antepassados e as conexões familiares que nos unem. Afinal, todos nós temos uma história de origem, seja recente ou longínqua. Qual é a sua?
- Todo Mundo Junto, de Telma Guimarães (autora) e Evandro Marenda (ilustrador)
A professora de Geografia tem um desafio: fazer a turma do quinto ano integrar os quatro novos alunos estrangeiros, que vieram de Angola, Peru, Bolívia e Síria. Eles são tão diferentes que a galera acha graça de suas roupas, nomes e sotaques, fazendo-os se sentirem mal. Ainda bem que a professora é atenta e sensível, e coloca em ação um projeto para transformar a curiosidade das crianças em aprendizado e respeito. Neste livro, não há lugar para o preconceito, e o leitor vai viajar para outros países e culturas através das ricas ilustrações.
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