[News]Guga Szabzon inaugura Tremor, sua primeira individual na Millan
Guga Szabzon inaugura Tremor, sua primeira individual na Millan
A mostra apresenta conjunto de obras que lidam com as passagens entre escrita, costura e desenho
Guga Szabzon (1987, São Paulo, SP) utiliza a costura sobre placas de feltro, em sua maior parte de grandes dimensões, para construir imagens que se assemelham a ensaios cartográficos, paisagens ou, ainda, desenhos que sugerem automatismo e rapidez. Esses trabalhos são realizados no contraste entre o gesto da mão e a imprevisibilidade da costura por meio da máquina. Em suas obras recentes, selecionadas para a primeira exposição individual da artista na Millan, as linhas se tornaram autônomas, sua produção assume suportes de maiores dimensões, bem como intensificam a liberdade de experimentação com as formas e materiais.
Tremor (2022) – que dá título à exposição – é um dos destaques entre as obras inéditas da mostra. O trabalho se estende da parede até pousar sobre o chão. Nele, linhas formadas com alternância de cores primárias se estilhaçam em tracejados cujo declive é sugerido por essa passagem progressiva entre movimentos dotados de direcionamento espacial à completa dispersão. “O título da mostra faz menção a essas brechas, acidentais e intencionais, que irrompem continuamente entre os movimentos e relações das linhas que coexistem nos trabalhos de Guga”, escreve o curador da mostra. Tal movimento é enfatizado pela própria ocupação dos trabalhos no espaço expositivo, revelando um pensamento que perpassa toda a mostra.
Em seu processo, Guga Szabzon se volta para o tecer, a escrita e o desenho como práticas que se misturam. Pela primeira vez, serão apresentados os cadernos da artista que são utilizados para registrar sonhos, desenhar, fazer colagens, reunir escritos poéticos e conjuntos de frases ditas ou escutadas em seu cotidiano – que posteriormente informam sua obra em tecido seja formalmente, seja recuperando frases que irão nomear ou serem tecidas nos trabalhos em feltro. As obras carregam a ideia de mapas feitos à mão que registram as impressões sensíveis de pequenos acontecimentos (Ventania, 2022) a estados oníricos.
Tremor é a quinta individual da artista e sua primeira na Millan, desde que sua obra passou a ser representada pela galeria em fevereiro de 2022. A exposição tem abertura no dia 21 de janeiro e ocupa o térreo e o mezanino da galeria. A curadoria fica a cargo de Cristiano Raimondi, com assistência de Daniel Donato Ribeiro.
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Serviço
Tremor
Guga Szabzon
Curadoria de Cristiano Raimondi
Curador assistente: Daniel Donato Ribeiro
De 21 de janeiro a 25 de fevereiro de 2023
Millan. Rua Fradique Coutinho, 1360, Pinheiros. São Paulo.
Seg a sex, 10h - 19h
Sáb, 11h - 15h
Sobre a artista
Guga Szabzon é graduada em Artes Visuais pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, em 2009, e licenciada pela Faculdade Paulista de Artes – FPA, em 2010. Neste mesmo ano foi selecionada para o programa de residência artística Brasil goes Berlin, financiado pelo governo alemão. Em 2009, fez parte do Projeto Tripé no SESC Pompeia e, em 2012, Szabzon participou do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo – CCSP. Em 2014, realizou o programa de residência artística organizado pela artista Elisa Bracher no Instituto Acaia, em São Paulo e, em 2016, participou do programa de residência artística de A Ilha, em Lisboa. Em 2018, integrou a coletiva A Vastidão dos mapas, com curadoria de Agnaldo Farias, no Palacete das Artes, em Salvador, e a coletiva Hóspede, na Fundação Ema Klabin, em São Paulo. Neste mesmo ano foi uma das artistas que realizou a ativação de obras na 33ª Bienal de São Paulo. Em 2019, seu trabalho passou a integrar o acervo do Museu de Arte do Rio - MAR.
Dentre suas exposições individuais, somam-se: Raspadinha, com curadoria de Thais Rivitti, na Galeria Transversal, em 2012; em 2015, Atlas/Salta, na Galeria Superfície, e Um nó deve ter duas importantes qualidades, poder ser desatado facilmente, e ao mesmo tempo não se desfazer sozinho, na Casa Samambaia, em São Paulo; em 2021, realizou Dia e noite. Ainda é longe?, na Galeria Superfície, com curadoria de Diego Matos.
Sobre o curador
Cristiano Raimondi nasceu em Bolonha, na Itália, em 1978. Sua perspectiva interdisciplinar reúne arte contemporânea e história, design, moda, humanidades e ciências sociais. Estudioso de artistas brasileiros com especial interesse pela abstração geométrica, publicou o livro “Alfredo Volpi, A Poética da Cor”, e foi curador da primeira retrospectiva de Volpi na Itália em 2018. Entre 2016 e 2019, foi o responsável pelo espaço De Volta ao Futuro na feira internacional de arte contemporânea Artissima, em Turim.
Nos últimos dez anos, organizou exposições de importância internacional, incluindo mostras individuais de Thomas Demand, Thomas Schütte, Erik Boulatov, Richard Artschwager, Gilbert & Georges, Nathalie Du Pasquier, Tom Wesselmann, entre outros. Fundou em 2018, ao lado de Silvia Fiorucci Roman, a Società delle Api em Mônaco. Atualmente é diretor artístico do Prêmio Internacional de Arte Contemporânea da Fundação Príncipe Pierre.
Sobre a Millan
Fundada em 1986, a Millan vem trabalhando com artistas cujas práticas atemporais abrangem, sobretudo, aspectos transcendentais nos âmbitos espacial, contextual e linguístico, tendo contribuído para a preservação da memória histórica de produção em sintonia com a contemporaneidade.
Desde sua formação, a galeria reconhece a importância de diálogos entre a produção de artistas modernos e sua contribuição para a formação da nova geração. Ao longo de seus mais de trinta anos de atividade, a Millan se consolidou como referência nacional por fomentar a potência de cada artista, posicioná-lo dentro do mercado internacional e apoiar sua participação em importantes exposições coletivas, incluindo a Documenta de Kassel e a Bienal de Veneza, e mostras individuais em grandes instituições, como Louvre, Palais de Tokyo, Jeu de Paume, Museo Tamayo, Museo Reina Sofía e Tate Modern. Atualmente, sua programação está direcionada a integrar essas práticas a partir da produção de artistas internacionais e nacionais, bem como suas contextualização e consolidação em diferentes cenários dentro e fora do Brasil.
A galeria trabalha com artistas em ativa produção, incluindo Ana Prata, Elena Damiani, Henrique Oliveira, José Damasceno, Miguel Rio Branco, Paulo Pasta, Peter Halley e Thiago Martins de Melo, bem como espólios consolidados como de Feliciano Centurión e Tunga. Atualmente é dirigida por André Millan, Socorro de Andrade Lima, João Marcelo Andrade, Hena Lee e Camila Siqueira e composta por dois espaços expositivos na Rua Fradique Coutinho, em São Paulo.
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