[News] De Débora Mamber Czeresnia, UM SAMURAI EM SÃO PAULO estreia dia 30 de março
Quando tinha 20 anos de idade, a roteirista Débora Mamber Czeresnia procurou as artes marciais para se fortalecer. Na academia Butoku-kan, em Pinheiros (SP), comandada pelo japonês Taketo Okuda, ela se surpreendeu com o que descobriu. “Desde o primeiro soco, fui fisgada. Acompanhando Okuda em sua forma de ensinar, sempre treinando junto com os alunos, não podia deixar de observar sua obstinação, seu empenho, sua atenção aos detalhes, e a força que exprimia na prática.”
A vida e a obra de Okuda são o tema de seu primeiro filme como diretora, o documentário UM SAMURAI EM SÃO PAULO, que chega aos cinemas em 30 de março, com distribuição da Elo Studios, como parte do Selo ELAS, uma iniciativa que fomenta filmes feitos por mulheres na intenção de ajudar na equidade de gênero do setor.
Débora se coloca como narradora do filme, resgata também sua experiência e memórias ao lado do mestre, falecido no início de 2022 aos 79 anos depois de mais de seis décadas dedicadas à arte marcial das mãos vazias. “Ser aluna de Okuda me fazia querer dar o melhor de mim a cada golpe, não importando o cansaço, a preguiça, as dores no corpo, as frustrações da vida.”
“Okuda foi um grande guerreiro. Mesmo com idade já avançada, ninguém ousava ficar frente a frente com ele numa luta. Ao mesmo tempo, sua prática era o oposto da agressividade. Para ele, o karatê era uma maneira de se conectar com a natureza e com o universo.”
Discípulo de Masatoshi Nakayama, responsável pela difusão do karatê Shotokan no Ocidente, Okuda se mudou para o Brasil na década de 1970 incumbido da missão de ensinar as técnicas da Associação Japonesa de Karatê. A partir de então, formou uma geração de atletas que marca o desenvolvimento da modalidade no país. Com a morte de seu mestre, nos anos 1980, afastou-se das competições esportivas e passou a usar a prática como ferramenta para alcançar a transcendência.
“A trajetória de Okuda foi marcada pela infância no Japão pós-Segunda Guerra Mundial. O paralelo entre a vida desse imigrante e a de meus avós, também sobreviventes do Holocausto, foi se costurando à medida que o documentário se construía. Ao longo dos dez anos que levei para realizar o filme, percebi o quanto a batalha que minha avó travou é ainda hoje inseparável do meu modo de ver o mundo, e entendi outros significados da luta e da resistência de povos da diáspora.”
Dessa forma, UM SAMURAI EM SÃO PAULO explora esse encontro entre uma judia brasileira e um japonês, ambos atravessados pelos traumas de regimes fascistas.
“Por tudo o que ele representava, sinto que sua história conversa muito com a situação que vivemos hoje, carregada de uma hostilidade imensa. Nós, judeus, sabemos bem as consequências de discursos que demonizam o outro, o diferente.”
UM SAMURAI EM SÃO PAULO será lançado no Brasil pela Elo Studios.
Sinopse
O japonês Taketo Okuda foi um dos grandes mestres de karatê dos nossos tempos. Marcado pela infância na Segunda Guerra e preparado para ser um guerreiro pronto para matar ou morrer, Okuda foi enviado ao Brasil para difundir a arte marcial das mãos vazias. Sua trajetória, de professor de campeões a um mestre em busca da transcendência, é narrada por uma de suas alunas, uma brasileira neta de sobreviventes do Holocausto. Esse encontro de dois personagens tão distintos investiga os significados profundos da arte marcial e da autodefesa diante de um mundo ameaçador.
Sobre a diretora
Débora Mamber Czeresnia nasceu em 1976 e é paulistana. Escreve roteiros audiovisuais desde de 2015, dentre os quais o curta-metragem “Timing”, seleção oficial no Festival de Annecy (França) e vencedor de diversos prêmios nacionais e internacionais, como melhor curta internacional no Arouca Film Festival (Portugal) e menção honrosa no Festival de Cine de Huesca (Espanha). Graduada em Jornalismo, com pós-graduação em Jornalismo na Northwestern University (EUA) e em Escrita Criativa no Instituto Vera Cruz, atuou por 18 anos em diversos veículos da grande imprensa. O documentário UM SAMURAI EM SÃO PAULO é sua estreia na direção.
Sobre a ELO STUDIOS
A ELO STUDIOS é um estúdio audiovisual que desenvolve, produz, e comercializa narrativas brasileiras em múltiplas plataformas e países. Especializada em inovação e entretenimento de impacto, desde 2005 distribuiu mais de 500 títulos, incluindo filmes de mais de 1 milhão de espectadores no Brasil à premiados internacionalmente (indicação ao Oscar como “O Menino e o Mundo”) e distribuídos em mais de 100 países.
Focada em conectar ideias, criadores e talentos, a ELO STUDIOS possui um forte line up de produções originais, além de desenvolver e produzir o conteúdo certo para cada mídia. Como resultado de significativo investimento e parcerias, a ELO STUDIOS está trabalhando em 20 produções próprias para os próximos três anos, sendo nove delas já confirmadas com parceiros.
A ELO STUDIOS lançou em 2022 o filme “Medida Provisória”, de Lázaro Ramos, sendo o maior sucesso nacional do ano, em número de semanas em cartaz, e segundo em público. A empresa também é responsável pela incubadora de projetos com diretoras - SELO ELAS - e outras iniciativas que valorizam a diversidade de estórias na frente e atrás das telas.
Em 2023, irá distribuir mais de 14 lançamentos nos cinemas, incluindo “Depois da Saideira”, (comédia estrelada por Thati Lopes e produzida pela Glaz), “De Repente Miss” (co-distribuição ELO STUDIOS e Sony Pictures, com Fabiana Karla e Giulia Benite no elenco), “Madame Durocher” (com Mateus Solano e as premiadas Marie-Josée Croze e Sandra Corveloni), e “Viva a Vida” (dirigido por Cris D'amato em Israel e estrelado por Thati Lopes e Rodrigo Simas).
Fundada há 17 anos por Sabrina Nudeliman Wagon, Ruben Feffer e Flávia Feffer, a ELO STUDIOS pretende inovar a cada ano e levar diversas produções nacionais a um número cada vez maior de pessoas, tanto no Brasil como no mundo.
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