[News] ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA ANEXO ENCERRA ATIVIDADES EM 16 DE FEVEREIRO
Em 16 de fevereiro de 2023, o Espaço Itaú de Cinema Anexo, localizado na rua Augusta, 1470, vai encerrar as atividades, após 28 anos de funcionamento, com sessão GRATUITA do filme A ÚLTIMA FLORESTA, de Luiz Bolognesi, nas salas 4 e 5. Ingressos poderão ser retirados a partir das 19h. Adhemar Oliveira, diretor de programação do circuito Itaú Cinemas, chama a sessão de “penúltima, porque a última só deve acontecer com o fim do mundo”.
O imóvel alugado que abriga duas salas de cinema foi vendido para a incorporadora Vila 11. Inaugurado em março de 1995 em um sobrado bem à frente da sede, o Anexo do Espaço Itaú Augusta se transformou, ao longo de quase três décadas, no point cinematográfico mais querido da cena paulistana, devido ao privilegiado espaço com quintal e jardim, além do Café Fellini.
Adhemar Oliveira inaugurou o Espaço Augusta em outubro de 1993 – na época patrocinado pelo Banco Nacional. O cinema foi o primeiro a apostar na iniciativa de exibir cinematografias independentes do mundo todo, além de promover a formação de público através de cursos e projetos como o Escola no Cinema, Sessão Cinéfila e Clube do Professor. Credita-se ao cinema a revitalização da rua Augusta. O comércio do seu entorno, como lojas, bares e restaurantes, foi estimulado pelo expressivo número de frequentadores do cinema.
Prestes a completar 30 anos, o Espaço Itaú de Cinema Augusta continua vivo do outro lado da rua, assim como as unidades Frei Caneca, Pompeia, Brasília e Rio de Janeiro. Além de seguir em plena operação, o Augusta vai incorporar a programação do Anexo, assim como estuda uma possível ampliação do ambiente do Café Fellini no número 1475.
O Anexo foi aberto em um sobrado bem à frente da sede, em março de 1995. O aconchegante cinema acolheu projetos cinematográficos importantes como o Curta às Seis, que diariamente projetava curtas-metragens brasileiros em sessões gratuitas na sala 4, e cursos do Escola no Cinema destacando a história e o desenvolvimento da linguagem cinematográfica, os movimentos da cinematografia mundial e filmografias de diretores consagrados. A Mostra Internacional de Cinema exibiu ali inúmeros filmes, realizou debates com cineastas e promoveu o ciclo de depoimentos com personalidades da cultura “Memórias do Cinema”. Obras que integraram edições do Festival Internacional de Curtas-Metragens também ganharam as telas do Anexo.
Títulos clássicos, tais como “Stromboli” (1950), de Roberto Rossellini, “Morangos Silvestres” (1957), de Ingmar Bergman, "Um Corpo que Cai" (1958), de Alfred Hitchcock, “Hiroshima, Meu Amor” (1959), de Alain Resnais, “Acossado” (1960), de Jean-Luc Godard, “A Doce Vida” (1960), de Federico Fellini, e “Nosferatu - O Vampiro da Noite” (1979), de Werner Herzog, foram relançados e entraram em cartaz no irmão caçula do Espaço Itaú de Cinema Augusta.
Durante as quase três décadas de existência, o Anexo teve ainda outro papel fundamental: o de dar continuidade à exibição de filmes que estrearam do outro lado da rua – no número 1475. Em vez de deixarem o circuito, essas produções entravam na programação das salas menores, a 4 (88 lugares) e a 5 (33 lugares), permanecendo, assim, mais semanas em cartaz.
O Café Fellini sempre foi uma atração à parte do Anexo, uma espécie de refúgio em meio ao clima caótico e agitado da rua Augusta. Em dois ambientes, um interno e outro ao ar livre, ambos decorados com flores, são oferecidos quitutes, como bolos, tortas e salgados, e bebidas, como cafés, chás e cervejas. O estabelecimento tocado por Silvia Oliveira, Silvinha, para os frequentadores mais assíduos, foi eleito cinco vezes a melhor bomboniere de cinema da cidade de São Paulo por um ranking anual promovido pelo Guia Folha, da Folha de S.Paulo.
Para marcar o fim das atividades no local, na quinta-feira, dia 16, o filme A ÚLTIMA FLORESTA será exibido nas salas 04 e 05, em sessão às 20h.
A ÚLTIMA FLORESTA
Brasil, doc, 2021, cor, 74min
Direção: Luiz Bolognesi
Sinopse: Os yanomami vivem numa área do norte do país, numa região de montanhas da floresta amazônica marcada por paisagens muito diferentes das que estamos habituados a ver. Chapadões imensos, cachoeiras, corredeiras descem pela mata densa. Muitas vezes, cerrados exóticos se sobrepõem às nuvens, no alto da floresta.
Nessas paisagens exóticas e pouco comuns, os yanomami escrevem uma rara história de resistência cultural em nossos dias. Enquanto outros povos são arrastados para a identidade do homem branco, seja pela invasão das igrejas evangélicas, seja pela penetração autorizada ou não de madeireiros, garimpeiros e engenheiros abrindo estradas ou construindo hidrelétricas, os yanomami, liderados pelo líder e grande pajé Davi Kopenawa Yanomami lutam para se isolar e manter a cultura espiritual e cotidiana viva. Travam uma verdadeira guerra para preservar suas identidades, com inúmeros conflitos internos, como o desejo dos jovens de terem celulares ou deixarem a vida na floresta pela vida nas cidades.
O filme "A Última Floresta" é um documentário que pretende apresentar esses personagens e esse conflito através da observação de situações cotidianas dos yanomami. Do convívio com eles, do desejo de escutá-los e entendê-los a partir da lógica deles próprios, nascerá nosso filme.
O documentário coleciona uma série de premiações relevantes no Brasil e no mundo. Entre eles, o Prêmio do Público no Festival de Berlim e Melhor Filme no Festival de Seul.
Espaço Itaú de Cinema - Augusta
Rua Augusta, 1475
Sala 1: 242 lugares (5 cadeirantes + 5 obesos)
Sala 2: 211 lugares (4 cadeirantes + 2 obesos)
Sala 3: 175 lugares (4 cadeirantes + 1 obeso)
Bilheteria: todos os dias, das 13h30 às 22h
Espaço Itaú de Cinema - Augusta Anexo
Rua Augusta, 1470
Sala 4: 88 lugares (3 cadeirantes + 1 obeso)
Sala 5: 33 lugares (2 cadeirantes + 1 obeso)
Bilheteria: todos os dias, das 13h30 às 22h
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