[News] Rec-Beat anuncia programação completa da sua 27º edição
Rec-Beat anuncia programação completa da sua 27º edição
O line-up conta com nomes como Bala Desejo, Mestre Ambrósio, Conde Só Brega, Deize Tigrona, além de cinco atrações internacionais e uma performance que conecta o Reino Unido e Pernambuco. O festival acontece de 18 a 21 de fevereiro, no Cais da Alfândega, com acesso gratuito.
Um dos festivais mais tradicionais e inovadores do país, o Rec-Beat anuncia a programação completa da sua 27º edição. Conhecido pela atitude vanguardista em explorar diferentes cenas e gêneros musicais, mas sem perder de vista a tradição, o evento retorna ao carnaval do Recife, no Cais da Alfândega, nos dias 18, 19, 20 e 21 de fevereiro, com um line-up que contempla talentos do cenário local e nacional, e atrações internacionais inéditas.
Com quase trinta anos de existência, o Rec-Beat continua reforçando seu pioneirismo ao escalar diferentes gêneros e ritmos no line-up. Com uma curadoria atenta à multiplicidade da música contemporânea, o festival é conhecido por mapear novas tendências ao redor do Brasil e do mundo para levá-las ao coração da folia carnavalesca. A ideia é criar uma programação singular e diversa a cada edição, sempre apresentando artistas e shows inéditos ao público.
"Nesta edição, assim como em todas as outras que realizamos até
aqui, o Rec-Beat aposta em novidades, mas sempre com um olho na tradição, com base em uma pesquisa curatorial atenta e constante. Evitamos o conforto de montarmos uma programação que simplesmente replique a obviedade de outros eventos, ou baseada em hypes
e algoritmos. Mesmo o festival tendo quase trinta anos de existência, buscamos sempre o frescor e a originalidade. E posso garantir que sempre conseguimos surpreender o nosso público.", observa Antonio Gutierrez, o Gutie, diretor e curador do festival.
DESTAQUES
Entre os nomes confirmados está o do grupo Bala Desejo (RJ), que se apresenta pela primeira vez na capital recifense. Com ascensão meteórica, a banda estreou com o elogiadíssimo projeto Sim Sim Sim (2022), vencedor do Grammy Latino na categoria de “Melhor Álbum Pop em Português”. Impulsionado por uma reinvenção da estética setentista, o Bala Desejo flerta com a bossa-nova, o indie pop, o pop rock e as referências tropicalistas.
O destaque também vai para Mestre Ambrósio (PE), grupo histórico que fez parte do movimento manguebeat. A banda, que funde o rock a ritmos tradicionais da cultura popular, apresenta um espetáculo catártico que marca o seu retorno em comemoração aos seus 30 anos de criação.
Outra lenda da música pernambucana, o Conde Só Brega (PE) está confirmado entre as atrações. Um ícone da cultura local e expoente de um dos ritmos mais importantes de Pernambuco, o Conde chega ao palco do Rec-Beat em consonância com sua nova fase na carreira. Após uma parceria com o cantor João Gomes, o artista atraiu a atenção do público jovem, repaginou suas redes sociais e vem lançando projetos colaborativos com novos talentos da cena nacional.
As apresentações de Mestre Ambrósio e Conde Só Brega foram viabilizadas através de uma parceria entre o Rec-Beat, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).
O piauiense radicado em Fortaleza, Getúlio Abelha (CE), também marca presença na programação, trazendo sua fusão de forró, calypso e brega, a uma linguagem pop e eletrônica. Tudo isso potencializado por um show visual e performático, que dialoga com políticas de gênero, sexualidade e críticas ao conservadorismo. Ele apresenta canções de Marmota (2021), seu álbum de estreia pelo selo Rec-Beat, que sintetiza em 12 faixas sua complexa combinação de ritmos, se expandindo até a concepção visual dos seus clipes e figurinos disruptivos.
A lenda viva do funk Deize Tigrona (RJ) sobe no palco do festival ao lado do produtor paulista Mu540 (SP), um dos principais cientistas sonoros da atualidade. Além dos seus sucessos, a dupla apresenta o disco Foi Eu Que Fiz (2022), que marcou a retomada da carreira de Deize após um longo hiato sem inéditas.
Outro nome que chega ao festival com longa trajetória na música brasileira é o de MC Marechal (RJ), no ofício do rap desde 1998. Pioneiro em seu estilo de rimar e produzir, o artista foi fundador do Quinto Andar, um dos primeiros grupos a trabalhar com o Rap Alternativo no Brasil. Influenciado pelas intersecções entre o hip hop e o jazz norte-americano, o coletivo deixou sua marca abrindo um leque de possibilidades na estética e nos assuntos que a cultura do rap nacional passou a abordar.
APOSTAS
Com um trabalho que busca refrescar tendências no hip hop, um dos novos talentos mais instigantes da cena carioca, a cantora Slipmami (RJ) traz ao Rec-Beat a sua mescla autêntica de death rock, emocore, afropunk e rap. Além dos seus hits que viralizaram nas plataformas digitais, ela apresenta seu primeiro álbum de estúdio, Malvatrem (2023).
Abrindo espaço também para atrações não convencionais, que expandem o conceito de festivais de música, o palco do evento recebe o Baratino Loko (PE), um projeto montado exclusivamente para ser apresentado no Rec-Beat, que explora as possibilidades do bregafunk e da cultura musical periférica do Recife. A performance será conduzida pelos produtores Marley no Beat e TomBC, com participação de três nomes de destaque da cena do brega pernambucano: a cantora Laryssa Real, que traz a potência da sua voz para um gênero marcadamente masculino, a multiartista Mun Há, travesti não-binária que realiza experimentações com o ritmo, e o MC CH da Z.O, atualmente o artista de bregafunk com maior número de ouvintes no Spotify.
A programação também perscruta por novos talentos que estão surgindo em Pernambuco. Estarão presentes no line-up as cantoras e compositoras Joyce Alane (PE), 24 anos, e Bela Maria (PE), 21 anos – ambas explorando seus respectivos potenciais vocais em trabalhos autorais que vêm sendo reconhecidos ao redor do Brasil. Também sobe ao palco a musicista caruaruense Vitória do Pife (PE), com um espetáculo que trabalha o pífano como mediador entre o místico e o real.
O palco do evento ainda hospeda a Batalha da Escadaria (PE), um tradicional encontro de MCs, que existe desde 2008 em Recife e visa fortalecer a cultura do hip hop local. Os MCs, jovens artistas convidados pelo projeto, produzirão suas rimas freestyle para duelar durante a apresentação, em uma cerimônia que conta com interações do público presente.
Ainda entre as novidades, a banda Joe Silhueta (DF) vem ao Recife pela primeira vez apresentar um repertório que vai do rock à psicodelia, em uma identidade multifacetada que sintetiza de maneira espontânea as tradições musicais brasileiras e os elementos da cultura pop internacional. Em 2016, o grupo chegou a ser indicado ao Prêmio APCA na categoria “Artista Revelação” com o EP Dylanescas.
TRADIÇÃO
Firmando seu compromisso em representar a diversidade de sons produzidos no território brasileiro, o palco do festival recebe o grupo Suraras do Tapajós (PA), o primeiro conjunto de carimbó no Brasil composto somente por mulheres indígenas. Pertencente à Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, na Amazônia paraense, o grupo trabalha com o carimbó, um ritmo tradicionalmente executado por homens. Em 2021, as Suratas do Tapajós lançaram o seu álbum de estreia, Kiribasawa Yúri Yí-itá – A Força que vem das Águas, projeto que traz as suas vivências e a musicalidade da floresta.
Em proposta similar, o Afoxé Omô Nilê Ogunjá (PE), fundado em 2004, na comunidade recifense do Ibura, ocupará a programação do festival para uma performance histórica. O grupo cultural e artístico, formado por cerca de 30 integrantes, une música, dança e canto, para celebrar o candomblé e a arte como dinamizadores de transformações do sagrado. Nos shows do Omô Nilê Ogunjá, além da percussão, base da musicalidade do Afoxé, seis bailarinos compõem o espetáculo interpretando letras que trazem sentidos de alegria e celebração, mas também de contestação social.
INTERNACIONAIS
Também explorando ritmos ao redor do mundo e produzindo um intercâmbio cultural com o carnaval pernambucano, o Rec-Beat anuncia cinco atrações internacionais inéditas no Brasil, com forte predominância de ritmos do continente africano.
São eles a artista griot Djely Tapa (Mali), o cantor e compositor Kizaba (Congo), a dupla latina Purahéi Soul (Paraguai), o duo britânico O. (Reino Unido) e o multi-instrumentista e cantor Simon Winsé (Burkina Faso).
Natural da região de Kayes, no oeste do Mali, a cantora Djely Tapa traz ao Recife a arte vocal dos griots, enquanto trafega entre a tradição, o blues e a música eletrônica. A malinês-canadense apresenta o seu álbum de estreia Barokan (2019), em que presta homenagens às mulheres e à africanidade.
Também reinventando o tradicional, os paraguaios da Purahéi Soul cantam em guarani, espanhol e inglês. A dupla reúne um mix das suas influências e afinidades sonoras, apresentando canções folclóricas latino-americanas com padrões refeitos de jazz e blues.
Com uma performance mais virtuosa e intimista, o cantor, compositor e multi-instrumentista Simon Winsé trabalha com kora, n'goni, arco de boca e flauta Fulani, sendo reconhecido como um dos principais mestres do instrumento. A apresentação é uma parceria entre o Rec-Beat e o Consulado Geral da França para o Nordeste em Recife.
Ainda representando a abundância de ritmos do continente africano, o cantor, compositor e multi-instrumentista congolês Kizaba traz o seu pop rock afro-congolês para o palco do evento. Seus trabalhos criam vocalizações inspiradas nos seus antepassados e misturam sons de soukous congolês, afrobeat, house music e R&B.
O festival também será palco de um encontro inédito entre músicos do Reino Unido e de Pernambuco, promovido pelo programa Cultura Circular, uma realização do British Council com apoio do Oi Futuro. Neste projeto, o duo britânico O. (Tash Keary e Joe Henwood) participará de uma residência com os artistas locais, sob a direção musical de DJ Dolores (synths e sampler) e participação dos músicos Lucas dos Prazeres (ogan e mestre), Deco do Trombone (trombone), Parrô (saxofone), Henrique Albino (saxofone) e Yuri Queiroga (guitarra/baixo). O resultado desta experiência será levado ao público durante o show da O., com os músicos envolvidos.
DJs
Na line-up de DJs, o Rec-Beat continua apostando em diferentes nomes que trazem pesquisas sonoras distintas e interessantes. Indo da DJ Makeda (PE), trafegando entre o afrohouse, o afro tech e o kuduro, passando por roupaspreta (PE/SE), projeto da multiartista Anti Ribeiro que costura texturas da música eletrônica do sul global, indo até o sets viscerais e plurais da DJ MX (PE) e do DJ Calani (PE).
INCLUSIVO
Mais que uma fusão de expressões artísticas heterogêneas, o evento é uma experiência única dentro da folia recifense. O acesso gratuito proporciona um espaço democrático, inclusivo e libertário para os foliões conhecerem novos artistas e experimentarem ritmos provenientes de várias partes do mundo.
O festival também conta área reservada para pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida, e intérprete de libras no palco durante os shows.
IRMÃOS CREDO
Para simbolizar toda a miscelânea cultural, a identidade visual desta edição do Rec-Beat é assinada pelos Irmãos Credo, artistas visuais de Trindade, interior de Goiás, que têm como referências afrofuturismo, musicalidade e cultura popular. Com um discurso que transita entre o sagrado e o profano, a dupla concebeu um “kalunga andrógino” para estampar o cartaz do festival.
Na estrada há mais de cinco anos, eles vêm unindo cultura popular e negritude em obras que já estamparam peças na SPFW 21, cartazes do Itaú Rock in Rio 22, além de murais ao redor do país. Em 2022, os irmãos realizaram um tour por Caruaru, Olinda e Recife em uma residência artística com o artista visual Max Motta.
O FESTIVAL
Com 28 anos de existência, o Rec-Beat está entre os mais importantes e tradicionais festivais de música do país. Sediado no Recife, onde já promoveu, ao longo de sua trajetória, mais de 600 shows para 3 milhões de pessoas, o evento vem abrindo braços, se expandindo e levando sua experiência sonora para outras cidades, tendo já passado por Fortaleza e Sobral (CE), João Pessoa (PB), Caruaru (PE), Salvador (BA), Curitiba (PR) e São Paulo (SP).
O palco do festival já recebeu atrações como Emicida, Céu, Erasmo Carlos, Luiz Melodia, Gaby Amarantos, João Donato, Johnny Hooker, Dona Onete, Nação Zumbi, Liniker, Baianasystem, Mudhoney (EUA), Bomba Estéreo (Colômbia), Ana Tijoux (Chile), Keziah Jones e Nneka (Nigéria), dentre outros, que entraram para a história do evento.
O Festival Rec-Beat tem patrocínio da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Secretaria de Cultura e Prefeitura do Recife. Incentivo do Funcultura - Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura e Governo de Pernambuco, apoio do Consulado Geral da França para o Nordeste em Recife e Cultura PE. Mídia parceira Embrazado e O Grito!. Festival filiado à Abrafin e Adimi. Realização da Leão Produções, Rec-Beat Produções e Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal - Prêmio Funarte Festivais de Música 2022.
Serviço:
FESTIVAL REC-BEAT 2023
De 18 a 21 de fevereiro a partir das 19h
Cais da Alfândega, Bairro do Recife
Acesso gratuito
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Titita Dornelas
patriciadornelas.news@gmail.
(11) 99365-0944
Conheça mais sobre os artistas:
Nacionais
Bala Desejo (RJ) - Um dos grupos mais instigantes da nova música brasileira, o Bala Desejo é o resultado dos encontros e afinidades entre os músicos cariocas Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra. Amigos desde a época da escola, os quatro decidiram morar juntos em uma residência que virou sinônimo de imersão durante a pandemia. O resultado foi a criação do Bala Desejo, coletivo impulsionado pela reinvenção de uma estética setentista, que flerta com a bossa-nova, o indie pop, o pop rock e as referências tropicalistas. Com ascensão meteórica, o Bala Desejo estreou com o elogiadíssimo projeto Sim Sim Sim (2022), que foi vencedor do Grammy Latino na categoria de “Melhor Álbum Pop em Português”.
Deize Tigrona (RJ) - Deize Tigrona é uma das primeiras mulheres do funk e há mais de 20 anos vem transformando o ritmo com suas músicas que vão do cômico ao erótico. No início dos anos 2000 foi a primeira mulher do funk a colaborar com nomes internacionais, quando trabalhou com Diplo e teve o hit Injeção sampleado na música Bucky Done Gun da M.I.A. Depois de uma pausa na carreira, Deize a retomou em 2019 no selo Batekoo Records e lança o álbum Foi Eu Que Fiz composto apenas por músicas inéditas.
Getúlio Abelha (CE) - Piauiense radicado em Fortaleza (CE), Getúlio Abelha é um multiartista brasileiro que mescla referências de gêneros tradicionais, como o forró, calypso e brega, a uma linguagem pop e eletrônica com ímpeto punk. Toda essa mistura musical é potencializada pela sua presença performática, que dialoga com políticas de gênero, sexualidade e críticas ao conservadorismo. Em 2021, lançou Marmota, álbum de estreia pelo selo Rec-Beat, sintetizando em 12 faixas sua complexa combinação de ritmos, que se expande até a concepção visual dos seus clipes e figurinos disruptivos.
Joe Silhueta (DF) - Joe Silhueta é o grupo formado pelo cantor e compositor brasiliense Guilherme Cobelo, Gaivota Naves (voz), Marcelo Moura (baixo), Carlos Beleza (guitarra), Sombrio da Silva (clarineta e synth), Márlon Tugdual (bateria) e Tarso Jones (teclado). Sonoramente prismático, suas músicas vão da cantiga à psicodelia, da balada ao cateretê, da valsa ao rock, criando uma identidade multifacetada que sintetiza de maneira livre e espontânea as tradições musicais brasileiras e os elementos da cultura pop internacional. Em 2016 foi indicado ao Prêmio APCA na categoria “Artista Revelação” com o EP Dylanescas. Em 2022, o grupo lançou o álbum Sobre Saltos y Outras Quedas, expandido seus horizontes musicais.
MC Marechal (RJ) - No ofício do rap desde 1998, Marechal é um dos principais nomes precursores do “Rap Underground” no Brasil. Pioneiro em seu estilo de rimar e produzir, o carioca foi fundador do Quinto Andar, um dos primeiros grupos responsáveis por instituir o Rap Alternativo no Brasil. Influenciado pelo hip hop e jazz norte-americano, o coletivo deixou sua marca como quem abriu o leque de possibilidades na estética e nos assuntos que o rap nacional aborda. Influenciado pela espiritualidade oriental e sua vivência de rua, Marechal instituiu sua filosofia “Um Só Caminho”, uma corrente de pensamento que trouxe uma mentalidade para a produção cultural do Hip Hop da época. Na carreira solo, Marechal possui uma série de singles, e colaborações, como recentemente no sucesso Favela Vive 5 (2023).
Mu540 (SP) - Um dos cientistas sonoros mais inventivos da atualidade, Mu540 (SP) é DJ, produtor musical e cria de Praia Grande, na Baixada Santista. Há mais de 10 anos provocando, experimentando e influenciando a cena musical paulistana, seus beats embalaram e contribuíram com a noite local e nacional através de parcerias com artistas como Sodomita, Tasha & Tracie, KYAN, Deize Tigrona, Mc GW, Jup do Bairro, VHOOR, dentre outros. Seu caldeirão musical mistura funk, trap, rap, garage, música eletrônica e muito mais.
Slipmami (RJ) - Natural da Vila Urussaí, Duque de Caxias (RJ), Slipmami ficou primeiro conhecida sob o nome de slipknstot e seu trabalho com shit-rap no SoundCloud e Youtube. A jovem artista é um dos nomes mais promissores da nova cena rap carioca. Seus trabalhos são uma mescla autêntica de death rock, emocore, afropunk e rap. Recentemente, ela lançou o seu primeiro álbum de estúdio, Malvatrem (2023), composto por composições autorais e várias colaborações
Suraras do Tapajós (PA) - O primeiro grupo de carimbó no Brasil composto somente por mulheres indígenas, as Suraras do Tapajós fazem parte da Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, em Alter do Chão, na Amazônia paraense. Com a música, mais especificamente o carimbó, elas marcam presença em um ritmo tradicionalmente executado por homens, e ecoam suas lutas para além dos seus territórios. O grupo já tem vários trabalhos lançados nas plataformas de streaming, incluindo um videoclipe e o álbum de estreia, Kiribasawa Yúri Yí-itá – A Força que vem das Águas (2021). O projeto traz as vivências das mulheres indígenas e a musicalidade da floresta, com uma forte introdução em Nheengatu – língua falada pelos povos do Baixo Tapajós –, além de oito faixas em português.
Internacionais
Djely Tapa (Mali) - Natural da região de Kayes, no oeste do Mali, a cantora Djely Tapa explora a arte vocal dos griots, figuras emblemáticas da sociedade maliense antiga e contemporânea. Ao lado de sua banda, a artista malinês-canadense trafega entre a tradição griot, seu potencial vocal, o blues e a música eletrônica. Todas essas características estão presentes em Barokan (2019), seu álbum de estreia solo, que presta homenagens às mulheres e à africanidade. O trabalho ganhou o prêmio Juno de Melhor Álbum de World Music em 2020, com Djely Tapa também tendo sido eleita World Music Revelation da Rádio-Canada em 2019.
Kizaba (Congo) - Congolês radicado em Montreal, no Canadá, o cantor, compositor e multi-instrumentista Kizaba é um dos pioneiros do pop rock afro-congolês. Seus trabalhos criam vocalizações inspiradas nos seus antepassados e misturam sons de soukous congolês, afrobeat, house music e R&B. Kizaba também é vocalista e baterista do Afrotronix, projeto que percorre as intersecções entre ritmos africanos e música eletrônica. Agora em carreira solo, o músico estende suas pesquisas no seu álbum de estreia, Kizavibe (2022). Em suas performances, bateria e percussão se misturam à batidas eletrônicas e sons tradicionais do Congo para criar um universo afrofuturista.
O. (Reino Unido)* - O. é uma banda britânica composta por Tash Keary (bateria) e Joe Henwood (sax). Expandindo as possibilidades dos seus instrumentos com pedais e amplificadores, a dupla de sax e bateria mistura dubs e batidas mosh. Tendo desempenhado papéis importantes em bandas de hip-hop e jazz londrino, o duo pega suas referências musicais favoritas e as improvisa livremente em cima do palco, criando sonoridades autênticas e sempre surpreendentes. Formada durante o lockdown pandêmico, O. já coleciona importantes conquistas, como rodar a Europa abrindo shows lotados do ascendente grupo britânico Black Midi.
*O duo britânico O. participará de uma residência com os artistas locais, sob a direção musical de DJ Dolores (synths e sampler) e participação dos músicos Lucas dos Prazeres (ogan e mestre), Deco do Trombone (trombone), Parrô (saxofone), Henrique Albino (saxofone) e Yuri Queiroga (guitarra/baixo). O resultado desta experiência será levado ao público durante o show da O., com os músicos envolvidos. O encontro faz parte do programa Cultura Circular, uma realização do British Council e Apoio do Oi Futuro.
Purahéi Soul (Paraguai) - Purahéi Soul é o nome da dupla formada pelos artistas paraguaios Miguel Narvaez e Jennifer Hicks. “Purahéi” significa canção em Guarani e “Soul” refere-se a sons afro-americanos e a própria palavra em inglês. A dupla reúne um mix das suas influências e afinidades sonoras, apresentando canções folclóricas latino-americanas com padrões refeitos de jazz e blues. Em 2018, estrearam com Swing Guarani, álbum com 11 canções em guarani, espanhol e inglês, que os permitiu percorrer o mundo em turnê. Desde então, Purahéi Soul continua produzindo novas músicas, como Desapego, single que se tornou hit instantâneo no Paraguai.
Simon Winsé (Burkina Faso) - Simon Winsé é um cantor, compositor e multi-instrumentista, que trabalha com kora, n'goni, arco de boca e flauta Fulani. O seu universo musical é alimentado pelo jazz fusion, blues e música tradicional do povoado de San, no noroeste de Burkina Faso, seu país de origem. Com uma longa trajetória de formação dentro da música africana, Winsé é reconhecido como um dos grandes flautistas Fulani contemporâneos. Despontou na carreira ao lado do seu irmão Tim Winsé, também músico. Em 2007, Simon embarcou em carreira solo e fundou seu grupo Simpaflute com músicos franceses: uma fusão de ritmos tradicionais do seu país e jazz. Em 2018, lançou seu primeiro álbum, Dangada (La Joie), pelo selo Gigantonium.
Locais
Afoxé Omô Nilê Ogunjá (PE) - Fundado em 2004, na comunidade do Ibura, periferia do Recife, o Afoxé Omô Nilê Ogunjá é um grupo cultural e artístico, formado por cerca de 30 integrantes, que une música, dança e canto, para celebrar o candomblé e a arte como dinamizadores de transformações do sagrado. Nos shows do Omô Nilê Ogunjá, além da percussão, base da musicalidade do Afoxé, seis bailarinos compõem o espetáculo interpretando letras que trazem sentidos de alegria e celebração, mas também de contestação social.
Baratino Loko (PE) - Baratino Loko é um projeto montado exclusivamente para ser apresentado no Rec-Beat, que explora as possibilidades do bregafunk e da cultura musical periférica do Recife. A performance será conduzida pelos produtores Marley no Beat e TomBC, com participação de três nomes de destaque da cena do brega pernambucano: a cantora Laryssa Real, que traz a potência da sua voz para um gênero marcadamente masculino, a multiartista Mun Há, travesti não-binária que realiza experimentações com o ritmo, e o MC CH da Z.O, atualmente o artista de bregafunk com maior número de ouvintes no Spotify.
Batalha da Escadaria (PE) - A Batalha da Escadaria é um duelo de MCs, que existe desde 2008 em Recife, e é realizado na primeira e terceira sexta-feira de cada mês, na escadaria de uma loja no centro da capital pernambucana, em frente ao Beco da Fome, famoso ponto de encontro dos integrantes do movimento Hip Hop na cidade. Os MCs se inscrevem meia hora antes do início, e as rimas são feitas no estilo freestyle e cada participante tem 45 segundos para duelar. O intercâmbio entre os MCs que acontece no evento é de suma importância para a criação de uma rede que visa fortalecer ainda mais o Hip Hop local.
Bela Maria (PE) - Bela Maria é uma cantora e compositora pernambucana, de 21 anos, que atua na cena musical como artista independente. Nascida na cidade de Paulista, em Pernambuco, deu início oficialmente à sua carreira autoral em 2020, e desde então passeia pelas diversas vertentes do Pop e R&B. Premiada pelo Women’s Music Event, na categoria “Manas For Reels” (2022), o trabalho autoral da artista vem sendo cada vez mais reconhecido. Em 2022, lançou o seu primeiro EP intitulado Só Te Usei Pra Compor, com cinco canções autorais que apresenta durante suas performances.
Conde Só Brega (PE) - Um ícone da cultura local e expoente de um dos ritmos mais importantes de Pernambuco, Conde Só Brega é uma lenda viva do brega romântico. Nascido e criado na Mustardinha, Zona Oeste do Recife, Ivanildo Marques da Silva recebeu o apelido de "Conde" pelos seus avós ainda na infância, por ter nascido com cabelos e olhos claros. No final dos anos 1990, fundou ao lado de um grupo de amigos a Banda Só Brega. O conjunto lançou nove discos, seis coletâneas, quatro DVDs e emplacou sucessos atemporais, como Não Devo Nada a Ninguém, A Vida é Assim, Azafama, Pensando em Você e Espelho do Poder. Após uma colaboração com o cantor João Gomes, o Conde atraiu a atenção do público jovem, repaginou suas redes sociais e vem lançando novas composições e projetos. Aos 67 anos, gravou o DVD Livre pra Voar (2021), em comemoração aos 22 anos de carreira.
Joyce Alane (PE) - Natural de Recife, Joyce Alane é um dos grandes talentos a despontar na cena musical pernambucana. Com 24 anos, a cantora e compositora estreou com Leão, canção que foi hit durante o isolamento social, e traz um arranjo maduro e leve com o brilho de um trio de metais. Desde então, Joyce vem exibindo seu potencial vocal nas redes sociais, readaptando clássicos e lançando suas próprias canções autorais, que estarão presentes no seu repertório ao vivo.
Mestre Ambrósio (PE) - Um dos grupos mais importantes do movimento manguebeat, Mestre Ambrósio se reuniu novamente para uma turnê comemorativa dos seus 30 anos de criação. Fundada em 1992, a banda é formada por Siba (vocal, guitarra e rabeca), Eder “O” Rocha (percussão), Helder Vasconcelos (fole de 8 baixos, percussão e coro), Cassiano (vocal e percussão) Mazinho Lima (baixo e coro) e Maurício Badé (percussão e coro). Homenageando o Cavalo Marinho em seu nome e estética, Mestre Ambrósio funde o rock a ritmos tradicionais da cultura popular pernambucana, como o maracatu rural, coco e caboclinho, a partir da combinação incomum de instrumentos como rabeca, guitarra, ilú, caracaxá, pandeiro, alfaia, fole de oito baixos e a zabumba. Mesclando tradições com tendências sonoras da época, o grupo despontou no cenário musical brasileiro e gravou três álbuns, que compõem o repertório dos seus shows.
Vitória do Pife (PE) - Vitória Maryellen também conhecida como Vitória do Pife é natural de Caruaru, agreste de Pernambuco. Conheceu o pife através do Mestre João do Pife, e desde então trabalha como luthier de pífanos, professora, musicista e compositora. Em 2019 idealizou um projeto chamado "Passarinho Passarada" que visa levar a música como forma de educação para as crianças do bairro do Salgado, na sua cidade natal. Faz parte da Orquestra de Pífanos de Caruaru & Maestro Mozart Vieira, da banda Forró Agarradim, Banda de Pífanos Zé do Estado, Banda de Pífanos Caruaru Camaleão e tem seu projeto de música autoral que carrega seu nome "Vitória do Pife". Sendo ativa em manifestações culturais de cunho religioso de matriz afro-ameríndia traz em suas composições uma poética que reúne o místico com o real, buscando trazer o equilíbrio entre o sagrado e o profano.
DJs
Makeda (PE) - Makeda é DJ e co-produtora da MaddaM Music, selo que reúne DJs, VJs, produtoras musicais e performers com o objetivo de estimular o protagonismo feminino no campo da música eletrônica. Pesquisa sonoridades da diáspora africana, sobretudo, estilos como Afro House, Afro Tech e Kuduro.
DJ roupaspreta (PE/SE) - roupaspreta é o projeto de discotecagem e pesquisa sonora de Anti Ribeiro, pesquisadora em audiovisual e produtora sônica. Com o projeto, a DJ coleta texturas sedutoras da música eletrônica do sul global, costurando os fragmentos num repertório que vai da música brasileira ao voguebeat. Como produtora sônica, já trabalhou na Bienal de Veneza de 2022 (ITA), com o teatro L'Usine (SUI), com o IASPIS (SUE), com GfZk (ALE), com a Serpentine Gallery (ING), com o Beursschouwburg (BEL), entre outras instituições internacionais.
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