[Crítica] O Lodo

Sinopse: O Lodo acompanha Manfredo, um pacato funcionário de uma companhia de seguros. Para tratar uma depressão, Manfredo procura um psiquiatra, o Dr. Pink. O médico afirma que ele tem um verdadeiro lodaçal dentro de si e quer saber de seu passado, mas há algo que Manfredo não deseja revelar. Manfredo se irrita com a insistência do Dr. Pink, sente raiva e medo do médico, mas não consegue se livrar dele, paralisado por uma culpa que carrega e procura esquecer. O Dr. Pink passa então a persegui-lo, até mesmo em terríveis pesadelos. O passado volta de repente e a vida de Manfredo se transforma num verdadeiro inferno.

O que achei? Dirigido por Helvécio Ratton, O Lodo é baseado no conto de mesmo nome de Murilo Rubião e com roteiro do próprio Ratton e L.G. Bayão. O elenco é formado por vários atores e atrizes do Grupo Galpão, que tem uma ótima interação na grande tela e boas interpretações.

O filme tem um clima bem sufocante, parecendo uma adaptação de alguma história escrita por Kafka, onde o protagonista se encontra em uma situação bizarra e surreal da qual não vê saída.

O protagonista Manfredo (interpretado por Eduardo Moreira) sofre de depressão e procura o psiquiatra Dr. Pink (Renato Parara) que dá como diagnóstico a presença de um lodo dentro de Manfredo – que me fez lembrar da bile negra, um dos quatro humores teorizados por Hipócrates – e que é necessário que Manfredo enfrente o passado, o que ele recusa e passa a ser perseguido pelo estranho psiquiatra.

Assim como todo filme que tem temas surrealistas, há vários simbolismos durante o filme, como uma escultura de um ouvido no escritório do psiquiatra cujo significado é bastante óbvio: aquele ambiente é um lugar onde um profissional está lá para escutar os traumas de seus pacientes. Mas a forma esquisita dessa escultura mostra que a ajuda do Dr Pink é meio ortodoxa, assim como o seu diagnóstico.

As feridas que aparecem de forma misteriosa nos mamilos de Manfredo pode ser vista como uma manifestação psicossomática incomum de algo que ele não quer enfrentar ou superar.

O longa pode deixar entediado o espectador que procura algo mais agitado e sem tantos simbolismos, mas pode agradar aquele que não se importa pela trama surrealista e final aberto.

O Lodo chega aos cinemas brasileiros hoje, dia 13 de abril, distribuído pela Cineart Filmes e produzido pela Quimera Filmes.

Trailer:


 Escrito por Michelle Araújo Silva




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