[News] LIVRO DE JOCY DE OLIVEIRA QUE SERÁ LANÇADO EM ABRIL REÚNE ROTEIRO, FOTOS, PARTITURAS E QR CODE DAS MÚSICAS DE SUA PRÓXIMA ÓPERA CINEMÁTICA E O ROMANCE DE ADRIANA LISBOA
O lançamento de “Realejo de Vida e Morte”, sétimo livro da autora, compositora e artista multimídia Jocy de Oliveira, vencedora do prêmio Jabuti de 2015, vai ocorrer no dia 11 de abril, na Livraria da Travessa de Ipanema, no Rio; e no dia 19, na Travessa de Pinheiros, em São Paulo.
O conceito circular dessa criação faz a originalidade desse livro de arte editado pela Relicário, compilando o roteiro de Jocy, composto de 46 cenas para o longa-metragem de “Realejo de vida e morte”; profusão de fotos da estreia em versão multimídia no teatro do SESC Pompeia, em São Paulo, 2022; 14 partituras para o futuro filme e QR codes para o leitor ouvir a música simultaneamente com a leitura do roteiro, além do belo romance de Adriana Lisboa, “Realejo dos mundos”, que inspirou a história criada por Jocy.
O filme está em fase de produção e captação e tem lançamento previsto para 2024.
INSPIRAÇÃO DE MÃO DUPLA
No prefácio, a jornalista Josélia Aguiar conta uma peculiaridade desta obra:
“Quando atravessávamos em pavor uma pandemia, Jocy de Oliveira recebeu em seu apartamento ‘Realejo dos mundos’, romance inédito de uma das vozes mais importantes da literatura brasileira contemporânea, Adriana Lisboa. A narrativa ficcional é construída como uma homenagem à influência que Jocy teve na trajetória da escritora.
Diante de tal leitura de sua obra o que Jocy fez? Outra leitura, agora da obra de Adriana. E foi assim que elaborou, como livre adaptação, ‘Realejo de vida e morte’. Na paisagem pós-hecatombe, faz-se a luz.
Como se nota até aqui, outra de suas características é esse pensamento artístico em progresso contínuo: cada obra pode se desdobrar, migrar para outro meio, virar outra coisa.”
Josélia Aguiar
A história se passa num futuro distópico mas repleto de reminiscências. É como um círculo que se fecha e se alimenta: em seu romance “Realejo dos mundos” – cujo título é homônimo da peça multimídia de Jocy, de 1987, que levou mais de 20 mil pessoas ao Estádio de Remo da Lagoa – Adriana Lisboa narra, em linguagem poética, a influência da música e das criações de Jocy na sua formação. Jocy, por sua vez, criou seu roteiro em uma livre adaptação do texto de Adriana. As vozes de Adriana e Jocy narram, comentam, se confundem. O trabalho consolida o mergulho numa multimidialidade nos moldes do primeiro e internacionalmente premiado longa-metragem de Jocy – “Liquid Voices”.
SOBRE O ROTEIRO
A espinha dorsal da história: um homem e uma mulher estão confinados em um refúgio isolado. Lá fora, o mundo parece estar em uma silenciosa pós-hecatombe. “É um planeta abandonado. Se a destruição é ambiental, política, por repressão, guerras, pandemias, não importa”, diz Jocy. “Nessa realidade, o consumo é escasso e a vida é simples: resume-se em suas memórias, seus fantasmas, os sonhos da juventude repletos de arte, música, teatro. De liberdade.”
De todos esses sonhos e desejos, só resta um piano avariado, abandonado em uma casa vazia. Novamente, como em “Liquid Voices”, o piano destruído é símbolo icônico de uma decadência, sua lembrança viva versus a aridez de uma realidade estranha.
SOBRE A COMPOSITORA – JOCY DE OLIVEIRA
Reconhecida no Brasil e internacionalmente como uma das pioneiras da música eletroacústica e artista multimídia, por décadas, a produção de Jocy abrange música, teatro, textos, instalações, vídeo e cinema. Sua música tem sido apresentada em teatros e festivais nas Américas, na Europa e na China. Como compositora e pianista, gravou mais de 30 discos no Brasil, Inglaterra, EUA, Alemanha, Itália e México. Teve a honra de ser solista, sob a direção de Igor Stravinsky, e ter executado primeiras audições de Luciano Berio, John Cage, I. Xenakis, Claudio Santoro; além de ter gravado a obra pianística de Olivier Messiaen.
Autora de 7 livros publicados no Brasil, EUA e França. Um deles, Diálogo com cartas, recebeu o Prêmio Jabuti de 2015, e foi editado, na França, pela Honoré Champion. Jocy também compôs, escreveu e dirigiu o roteiro de suas 10 óperas multimídias apresentadas no Brasil e em diferentes países.
Em 2019, aprimorou ainda mais o caldeirão de interseções entre gêneros artísticos que sempre caracterizou sua obra, incluindo o cinema, com o longa “Liquid Voices”, uma ópera especialmente criada para a tela grande, gênero que batizou de "ópera cinemática". Publicou também o livro do filme, “Além do Roteiro”, que deu origem ao formato do “Realejo de vida e morte”.
Distribuído pelo selo Naxos International, “Liquid voices – A história de Mathilda Segalescu”, foi concebida simultaneamente em linguagem teatral/cinemática nos anos 2017/2019, e foi premiada em 11 Festivais de Cinema em Londres, Nice, Madrid, Varsóvia, Antuérpia, Nazareth (Israel), New York e Santiago.
Premiada pelas Fundações Guggenheim, Rockefeller, entre outras, Jocy recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É membro da Academia Brasileira de Música e Mestre em Artes pela Washington University Saint Louis, dos Estados Unidos.
Eventos de lançamento:
• 11 de abril (terça-feira), às 19h: Travessa Ipanema (R. Visconde de Pirajá, 572 – Ipanema, Rio de Janeiro – RJ) Leitura dramática com Jocy de Oliveira, Adriana Lisboa e bate-papo sobre a obra com Arthur Dapieve. Intervenção performática do Coro de 4 sopranos: Gabriela Geluda, Doriana Mendes, Claudia Alvarenga e Luciana Costa e Silva.
• 19 de abril (quarta-feira), às 19h: Travessa Pinheiros (R. dos Pinheiros, 513 - Pinheiros, São Paulo – SP) Bate-papo com Jocy de Oliveira, Adriana Lisboa e a jornalista Josélia Aguiar.
www.youtube.com/jocydeoliveira
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