[News]HIP-HOP BLUES - ESPÓLIO DAS ÁGUAS nos teatros municipais da zonas sul e norte em maio
EM MAIO, HIP-HOP BLUES - ESPÓLIO DAS ÁGUAS, CRIAÇÃO DO NÚCLEO BARTOLOMEU DE DEPOIMENTOS, TEM SESSÕES EM TEATROS MUNICIPAIS DAS ZONAS SUL E NORTE
Espetáculo será apresentado nos Teatros Paulo Eiró (4 a 7/5) e Alfredo Mesquita (11 a 14/5); todas as apresentações têm ingressos gratuitos.
Elenco de Hip-Hop Blues - Espólio das Águas - Elenco: Cristiano Meirelles, Dani Nega, Eugênio Lima, Luaa Gabanini, Nilcéia Vicente e Roberta Estrela D'Alva.
Violão e guitarra: Dani Oliva
Foto: Cristina Maranhão
Depois de passar pelo Teatro Cacilda Becker, em maio Hip-Hop Blues - Espólio das Águas - criação do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos - terá temporadas nas Zonas Sul e Norte de São Paulo. De 04 a 07 de maio as apresentações acontecem no Paulo Eiró (Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro); e de 11 a 14 de maio no Alfredo Mesquita (Av. Santos Dumont, 1770 - Santana) - estão previstas também oficinas ligadas à criação do espetáculo e do Teatro Hip Hop - as informações completas estão no serviço abaixo. Estão previstas também temporadas no Centro e na Zona Leste em junho e julho.
Quando a pandemia pelo novo Coronavírus começou, em 2020, o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos iniciava as comemorações dos 20 anos de atividades continuadas. Em 2022, atravessados e tocados pelas consequências devastadoras causadas pela doença e pelo momento político crucial que o país atravessava, o coletivo estreou em 2022 o Hip-Hop Blues - Espólio das Águas, seu 18º espetáculo do repertório.
“Esse espetáculo é resultado de um processo pós-pandêmico em diálogo com a reflexão sobre os 20 anos de pesquisa continuada do Núcleo Bartolomeu. Ele foi se desconstruindo do que era inicialmente, uma narrativa única, e como um mosaico agregou depoimentos propostos à luz de tudo o que estávamos e continuamos vivendo individual e coletivamente” fala Claudia Schapira, diretora e dramaturga do espetáculo.
Como diz o próprio nome do grupo, o Núcleo Bartolomeu trabalha a partir de depoimentos. E é a partir desses relatos coletados que Hip-Hop Blues - Espólio das Águas é construído, costurado com música (apresentada ao vivo), performances, ações dramáticas e coreografias.
Integram o elenco Cristiano Meirelles, Dani Nega, Eugênio Lima, Luaa Gabanini, Nilcéia Vicente e Roberta Estrela D'Alva.
Enxurrada
A ideia da peça começou a ser construída em 2020 quando a obra “Os Sete Pecados Capitais dos Pequenos Burgueses" de Bertold Brecht, serviu como uma espécie de disparador para a criação do espetáculo. Conforme o processo foi avançando, com a chegada da pandemia e os questionamentos trazidos por ela, Hip-Hop Blues - Espólio das Águas começou a tomar novos rumos. O rio Mississipi presente na obra de Brecht como percurso é transposto para os rios soterrados da cidade de São Paulo, que transbordantes em dias de chuva, trazem memórias à superfície.
“O rio nunca pára, não adianta tentar apreender o inapreensível. Nos inspiramos nos percursos dos rios de São Paulo trazendo isso para a peça, criando situações que mostram o afogamento e a necessidade constante de mergulhar para ir buscar histórias , sentimentos, memórias e trazê-los à superfície”, explica Claudia Schapira.
Partindo de depoimentos pessoais do elenco, que foram confrontados com questões contemporâneas ligadas ao eurocentrismo presente na sociedade brasileira, o Núcleo Bartolomeu entrou num intenso processo de construção-desconstrução-
“A cheia veio, os rios subiram, transbordaram, desceram e deixaram como espólio memórias d'água. Essas memórias são a matéria prima com a qual fomos trabalhando entretecendo as narrativas" fala Claudia Schapira.
Mais detalhes sobre a encenação
Depois da encenação de último espetáculo "Terror e Miséria no Terceiro Milênio - Improvisando Utopias" baseado em um dos textos mais propositivos de Brecht, Hip-Hop Blues - Espólio das Águas traz uma faceta mais processual e performática do Núcleo, que procura elaborar cenicamente os confrontos com a palavra, a forma, a representação, a linguagem, dentre tantas outras questões que nos desafiam nesse tempo que nos toca viver.
O texto costurado por Claudia Schapira, a partir de fragmentos de memórias coletivas, assimilando depoimentos pessoais do elenco, ora comentam a realidade, ora desenvolvem pequenas narrativas que se relacionam com ela criando um tecido polifônico que reverbera a impossibilidade de um discurso unificado.
A música exerce papel central em Hip Hop Blues, confluindo grande parte dos textos. “O blues é apresentado como visão de mundo, como forma de resistência e de protesto. Como ágora capaz de abrigar todas as diásporas, todos os levantes e de dar contorno ao momento desafiador pelo qual estamos passando; que lança mão do ritmo e da poesia como se fosse reza, como se fosse lamento, também reivindicação e luta, sem abrir mão do poder transformador da celebração" diz Claudia Schapira.
O cenário proposto por Marisa Bentivegna procura trazer para a cena o elemento água - e em diálogo com a iluminação de Matheus Brant e as imagens de Vic Von Poser - criando uma instalação que interpela a narrativa e interfere em seu curso. A dramaturgia sonora, as diferentes vozes, as partituras de movimento, e os figurinos, somam-se a esse contexto materializando a experiência do atravessamento pelas águas.
Além dos quatro membros-fundadores do Núcleo - Claudia Schapira, Eugênio Lima, Luaa Gabanini e Roberta Estrela D' Alva -, o espetáculo ainda conta com Cristiano Meirelles, Dani Nega, Nilcéia Vicente e Daniel Oliva, artistas-aliados que já colaboraram com coletivo Bartolomeu em outras produções. Adeleke Adisaogun Ajiyobiojo, Aretha Sadick e Zahy Guajajara, se juntam ao elenco formando a narrativa com a adição do vídeo, trazendo vozes que fortalecem o discurso na busca da construção de outras realidades possíveis.
“Estamos em um momento onde precisamos ouvir e interagir com diferentes discursos, outras narrativas que não só as nossas. Nesse sentido, convidar artistas que trouxeram essas vozes não só ampliou, mas também fortaleceu um vislumbre que se renova em direção ao futuro", diz Schapira.
Os 20 anos e o trabalho durante a pandemia
O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos completou 20 anos de criação e de atuação contínua com a construção da linguagem do teatro hip-hop e ganhou comemoração com diversas atividades programadas ao longo de 2021 e 2022. agora já são 23 anos de pesquisa.
Durante esses dois últimos anos, o coletivo ofereceu diversas atividades virtuais e gratuitas ao público - rodas de conversas, oficinas, campeonatos de slam, releituras dramáticas por outros coletivos aliades e espetáculos audiovisuais (Terror e Miséria no Terceiro Milênio - Aquilombados no Oficina e Hip-Hop Blues).
Essas duas décadas de intenso trabalho originaram não só uma cartografia que mescla linguagem e trajetória do grupo, mas também reflexões e um importante olhar para o futuro na formação de novos imaginários.
Dentre as comemorações dos 20 anos que aconteceram nesse período vale ressaltar também o lançamento a "A Palavra como Território - Antologia Dramatúrgica do Teatro Hip-Hop", livro que reune 14 peças do Núcleo Bartolomeu com apresentações de convidades como Zé Celso Martinez Correa, Jé Oliveira, Georgette Fadel, entre outros.
Este projeto foi realizado com apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura e agora faz sua circulação mediante o prêmio Zé Renato.
O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos
O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, formado por Claudia Schapira, Eugênio Lima, Luaa Gabanini e Roberta Estrela D'Alva, nasceu no ano de 2000 e tem como pesquisa de linguagem o diálogo entre a cultura hip-hop, com a contundência da autorrepresentação como discurso artístico, e o teatro épico e seus recursos: o caráter narrativo, apoiado por uma dramaturgia que se configura depoimento do processo histórico; como instrumento que elucida uma concepção do mundo, e coloca o ator-narrador em face de si mesmo como objeto de pesquisa; como homem mutável; em processo, fruto do raciocínio, da reflexão.
Estreou em 2000 Bartolomeu, O Que Será que Nele Deu, o primeiro espetáculo do Núcleo, dirigido por Georgette Fadel e inspirado no romance de Herman Melville "Bartleby, O Escriturário". Acordei Que Sonhava, uma livre adaptação de "A Vida É Sonho", de Calderón de la Barca, foi o segundo espetáculo da companhia, estreado em 2002, dirigido por Claudia Schapira.
Entre os anos de 2002 e 2003, o Núcleo desenvolveu Urgência nas Ruas – obras-manifesto, intervenções pelas ruas de São Paulo. Esse projeto foi o primeiro a ser contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
Em 2006 estreia Frátria Amada Brasil – Pequeno Compêndio de Lendas Urbanas, espetáculo inspirado na Odisseia de Homero.
5 x 4 – Particularidades Coletivas, de 2008, gerou cinco espetáculos: Encontros Notáveis, 3×3 – Três DJs em busca do vinil perdido, Manifesto de Passagem – 12 Passos em Direção à Luz, Vai te Catar! e Cindi Hip-Hop – Pequena Ópera Rap.
Em 2009, o Núcleo iniciou Pajelança de Kuarup no Congá, que depois de quase três anos de intensa pesquisa resulta no espetáculo Orfeu Mestiço, uma Hip-Hópera Brasileira.
Antígona Recortada estreou em 2013 e em 2014, BadeRna, último espetáculo realizado na sede do grupo, que foi demolida pela Ink Incorporadora e todos seus associados.
No Teatro de Arena Eugênio Kusnet, realizou a Ocupação Arena Urbana – De onde viemos, para onde voltamos (em 2015) que contou com a temporada de três obras inéditas: Memórias Impressas, Olhos Serrados e 1, 2, 3 – Quando acaba começa tudo outra vez (que marcou a incursão do grupo no universo do teatro infantil).
Em maio de 2016, estreou Cassandra – Na calada da voz, uma performance teatral, trazendo à luz a violência infringida através dos tempos ao discurso feminino.
Em 2022 estreou Hip-Hop Blues - Espólio das Águas resultado de um processo pós-pandêmico em diálogo com a reflexão sobre os 20 anos de pesquisa continuada do Núcleo Bartolomeu. O texto traz depoimentos do elenco, ora comentam a realidade, ora desenvolvem pequenas narrativas que se relacionam com ela.
Além dos espetáculos, o Núcleo criou vários projetos, em 2008, ZAP! Zona Autônoma da Palavra, o primeiro poetry slam (campeonato de poesia) brasileiro, que deu origem ao SLAM SP e ao SLAM BR e, em 2009, DCC – Dramaturgia Concisa e Contemporânea, um espaço dedicado à criação e debate sobre produção de textos cênicos curtos e inéditos.
Sinopse
Chove, chove muito. Os rios transbordam e ocupam São Paulo, reivindicando seu lugar de existência. "Hip-Hop Blues - Espólio das águas" é um espetáculo tecido em fragmentos. Em um galpão, algo que parece ser um teatro, artistas da cena refletem e ensaiam tentando dar contorno a estes tempos. Num jogo cênico que fricciona depoimento e ficção, o centro da ágora é permeado por histórias e ancestralidades que revelam e contrapõem o racismo, a moralidade, a lgbtqia+fobia, a intolerância, a supremacia branca e patriarcal e seus inúmeros braços estruturais.
Ficha Técnica
Direção: Claudia Schapira
Dramaturgia: Claudia schapira e elenco
Atores/Atrizes-MC's e dramaturgia: Cristiano Meirelles, Dani Nega, Eugênio Lima, Luaa Gabanini, Nilcéia Vicente e Roberta Estrela D'Alva
Músico: Daniel Oliva (Guitarra)
Assistência de direção: Rafaela Penteado
Cenografia: Marisa Bentivegna
Desenho de Luz: Matheus Brant
Adaptação de Mapa e Operação de Luz: Nara Zocher
Montagem de Luz: Matheus Brant, Matheus Ferreira e Nara Zocher
Criação de vídeo: Vic von Poser
Operação de vídeo: Vic von Poser, Julia Ro e Gabriela Miranda
Técnico de Som: João de Souza Neto e Clevinho Souza
Cenotécnico e assistente de palco: Wanderley Wagner da Silva
Figurinos: Claudia Schapira
Figurinista assistente: Maria Eugenia Portolano
Direção de Produção: Mariza Dantas
Produção Executiva: Quica Produções | Thais Venitt e Thais Cris
Coordenadora Projeto: Jessica Rodrigues (Contorno Produções)
Coordenação das redes sociais: Vanessa de Campos
Programação Visual e Desenhos: Murilo Thaveira
Fotos divulgação: Sérgio Silva
Serviço
Hip-Hop Blues - Espólio das águas
TEATRO PAULO EIRÓ
DATAS: 04 a 07 de Maio de 2023
HORÁRIO: Quinta, Sexta e Sábado às 21h e Domingo às 19h (Sábado - Oficina às 14h às 18h / Domingo - Debate após o espetáculo)
VALOR DO INGRESSO: Gratuito - Presencial
END.: Avenida Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro
TEL.: (11) 5686-8440 / 5546-0449
TEATRO ALFREDO MESQUITA
DATAS: 11 a 14 de Maio de 2023
HORÁRIO: Quinta, Sexta e Sábado às 21h e Domingo às 19h
(Sábado - Oficina às 14h às 18h / Domingo - Debate após o espetáculo)
VALOR DO INGRESSO: Gratuito - Presencial
END.: Avenida Santos Dumont, 1770 - Santana
TEL.: (11) 2221-3657
OFICINAS
OFICINA: Teatro Hip-Hop com Eugênio Lima do grupo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos.
DATA: 06 de Maio de 2023
HORÁRIO: 14h às 18h
VALOR DO INGRESSO: Gratuito - Presencial
LOCAL: TEATRO PAULO EIRÓ
END.: Avenida Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro
TEL.: (11) 5686-8440 / 5546-0449
Link Inscrição - https://forms.gle/
OFICINA: Teatro Hip-Hop com Claudia Schapira do grupo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos.
DATA: 13 de Maio de 2023
HORÁRIO: 14h às 18h
VALOR DO INGRESSO: Gratuito - Presencial
LOCAL: TEATRO ALFREDO MESQUITA
END.: Avenida Santos Dumont, 1770 - Santana
Link Inscrição: https://forms.gle/
Informações para a imprensa:
Canal Aberto Assessoria de Imprensa
Márcia Marques - marcia@canalaberto.com.br - 11 99126 0425
Carol Zeferino - carol@canalaberto.com.br - 11 99425 1328
Daniele Valério - daniele@canalaberto.com.br - 11 98435 6614
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