[News]Poemas da multiartista Pagu são temas da Roda de Leitura on-line do Itaú Cultural
Poemas da multiartista
Pagu são temas da Roda de Leitura
on-line do Itaú Cultural
Quinzenalmente, a
instituição realiza a atividade a fim de promover a leitura compartilhada e
incentivar o ato de ler com pessoas de qualquer lugar do país.
Para este encontro, foram
selecionados três textos de Pagu, um dos nomes
de destaque no movimento
modernista brasileiro.
Nothing, Natureza morta e Canal, publicados no
livro Pagu – vida-obra, são os poemas debatidos na Roda de Leitura do
dia 21 de junho, às 19h30, via zoom, com mediação da professora e escritora
Renata Pimentel. Os textos são da produção poética de Patrícia Rehder Galvão,
mais conhecida como Pagu, e um deles está assinado sob o pseudônimo Solange
Sohl. A reserva de ingressos pode ser feita em https://itaucultural-eventos.byinti.com/#/ticket/futureEvent/rodadeleitura-pagu.
Os poemas trazem o seu olhar sobre o
cotidiano e a veia política, como em Nothing. “O nada. Fisionomias
massacradas, tipoias em meus amigos, portas arrombadas, abertas para o nada”,
escreve a autora. Também abordam o engajamento, questões do feminino e afeto, mostrados
em Natureza morta, por exemplo: “os livros são dorsos de estantes
distantes quebradas. Estou dependurada na parede feita um quadro. Ninguém me
segurou pelos cabelos. Puseram um prego em meu coração para que eu não me
mova.” As temáticas também aparecem no texto Canal: “nada mais sou que
um canal. Seria verde se fosse o caso. Mas estão mortas todas as esperanças.
Sou um canal. Sabem vocês o que é ser um canal? Apenas um canal?”
Pagu, foi um dos grandes destaques
durante o movimento Modernista de 1922, mesmo não participando da Semana de
Arte Moderna daquele ano. Nascida no interior de São Paulo, na cidade de São
João da Boa Vista, em 1910, era multiartista. Trabalhou com teatro, foi
escritora, poeta, tradutora, desenhista, jornalista e ativista política. Entre
sua vasta e diversa produção consta o primeiro romance proletário da literatura
brasileira, Parque Industrial, de 1933.
O apelido Pagu surgiu a partir do poeta
Raul Bopp, segundo seu biógrafo Augusto de Campos. À época, o escritor sugeriu
que ela usasse um nome literário com as primeiras sílabas de seu nome e
sobrenome. Mas houve um engano, pois ele pensou que o nome dela fosse Patrícia
Goulart. Já era tarde: Bopp escreveu um poema, intitulado O coco de Pagu
e o pseudônimo virou sua assinatura para toda a vida.
Casou-se com Oswald de Andrade e, ao
lado dele, passou a militar no Partido Comunista, em 1930. Após participar de
uma greve de estivadores, em Santos (SP), se tornou a primeira presa política
da história brasileira. Mesmo assim, continuou uma notória militante, o que a
fez voltar a ser presa por mais 23 vezes ao longo da vida. Rodou o mundo como
jornalista, entrevistou personalidades como Sigmund Freud e participou da
coroação do último imperador chinês, Pu-iY.
Ainda, foi ilustradora em diversas
revistas e periódicos modernistas, publicou sob vários pseudônimos, inclusive
criando obras em gêneros populares, como contos policiais reunidos em Safra
Macabra (1944), no qual assinou como King Shelter.
Renata Pimentel é autora de Uma lavoura de insuspeitos frutos
(2002), Copi: transgressão e escrita transformista (2011), Da arte de
untar besouros (2012) e Denso e leve como o voo das árvores (2015).
Roda de leitura é um projeto de encontros que, independentes entre
si, trazem textos curtos – alternando prosa e poesia – propostos aos
participantes para reflexão e troca de experiências.
SERVIÇO:
Roda de leitura – um dedo de poesia:
Pagu
Dia 21 de junho (quarta-feira), às 19h30
Duração aproximada: 60 minutos
Classificação indicativa: livre
On-line – plataforma Zoom
Reserva de ingressos:
https://itaucultural-eventos.byinti.com/#/ticket/futureEvent/rodadeleitura-pagu
Atividade
gratuita
Itaú Cultural
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