O álbum é, em grande parte, uma imersão nas questões femininas, para a qual a protagonista IZA convidou parceiras para lá de especiais, mulheres que crescem ombro a ombro com ela, para dividir essa caminhada repleta de descobertas. São abordadas temáticas pelas quais as mulheres se reconhecem em IZA, que, por sua vez, reconhece-se em si mesma. E, perpassando o álbum, o recado vai sendo dado: hoje, IZA já não encontra dor em deixar o passado no passado e mirar corajosamente um futuro independente — de certo, um movimento de transformação de dentro para fora, que, em “AFRODHIT”, irrompe em novas e audaciosas habilidades adquiridas ao longo desses anos.
Não significa que a cantora e compositora esteja travando uma batalha contra o sexo oposto, longe disso. Os que chegam para acrescentar são muito bem-vindos, como Arthur Verocai, na faixa de abertura, “Nunca Mais”; Russo Passapusso, em “Mega da Virada”; L7nnon, em “Fiu Fiu”; e Djonga, em “Sintoniza”. As escolhas demonstram o radar apurado de IZA e reforçam sua versatilidade, ao fazê-la embarcar em uma jornada destemida com representantes da música brasileira que reinam nas ruas de todo o Brasil. São faixas arrebatadoras, cada uma a seu modo: em “Nunca Mais”, o desabafo de IZA é contundente, porém amenizado pelo luxuoso arranjo de cordas do maestro Verocai. A festa de “Mega da Virada” é invocada pela cantora e endossada pelo líder do BaianaSystem, Russo Passapusso. Já “Fiu Fiu” traz a naturalidade com que as gerações mais jovens lidam com o sexo, desmistificando os desejos no trap classudo de L7nnon, com o toque marcante do concorrido beatmaker Papatinho. Com arranjo do premiado produtor Nave, “Sintoniza” é um convite melodioso cheio de malícia para o flow incisivo do rapper Djonga. |
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