[News] Ministério da Cultura e 5ponto3 apresentam o musical Sonho de uma noite SEM PALAVRAS

 Ministério da Cultura e 5ponto3 apresentam o musical Sonho de uma noite SEM PALAVRAS

 


Foto Enrico Verta

A adaptação contemporânea mantém a estrutura original de Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare, uma peça dentro

da peça. Texto de Alessandro Toller, canções de Miguel Briamonte e trilha sonora incidental de Edson Luciano. Direção e idealização de Vivi Mori e Luciano Gentile.

 

A protagonista da história, Júlia, é uma menina vibrante e sabida, preocupada em encenar uma peça de teatro para o irmão.

Suas limitações com a leitura e escrita não interferem em sua criatividade. Com inteligência apurada, ela surpreende.

 

Estreia dia 16 de setembro no Teatro MorumbiShopping.Temporada até 29 de outubro. Sábados e Domingos, 15h

 



 

Fotos de Enrico Verta

 

“Eu que fiz o cenário/ tive um dia essa ideia/ é do livro que a Laura/ uma vez leu pra mim. Ninguém veio ao ensaio/ só eu fiquei no palco/ para tudo aqui fazer sim/ desistir não é o momento. Nesse palco tão pequeno/fingirei ser brinquedo/ vou fingir que sou duende/que sou a rainha. Que não tenho nenhum dente/ e que viro erva daninha/ ou uma nuvem bem distante/ e já tem um lindo nome. Deixa que eu invento:/ sonho de uma noite antes do casamento.” Com letra de Alessandro Toller e música de Miguel Briamonte, a canção Sonho de uma noite antes do casamento é o solo da personagem Júlia, uma menina disléxica apaixonada por teatro, interpretada pela atriz Alice Pietra, a protagonista do musical Sonho de uma Noite sem PalavrasEspetáculo para a família, baseado na comédia de Shakespeare, estreia dia 16 de setembro no Teatro Morumbi Shopping para temporada até 29 e outubro, aos sábados e domingos, às 15 horas.

 

Para tratar com leveza e bom-humor da dislexia, transtorno específico de aprendizagem ainda pouco conhecido, o projeto - com produção da 5ponto3 Atitudes Artísticas, de Vivi Mori e Luciano Gentile - conta com a parceria fundamental da ABD – Associação Brasileira de Dislexia. Além dos familiares ao redor de Júlia - mãe, pai, tia, irmão, noivo, noiva e fadinhas instrumentistas, a protagonista conta com um amigo imaginário – o pet drone. "Ele tem vida própria e só aparece quando a menina está sozinha. É um fiel amigo com quem a pequena encenadora compartilha tanto seus momentos de desespero quanto seus momentos de alegria durante a montagem de sua peça dentro da peça”, contam os diretores Vivi.

 

Leonardo Da Vinci, Steven Spielberg, Walt Disney, Agatha Christie, Tom Cruise

 

O dramaturgo Alessandro Toller lidou com o desafio de trabalhar com a dislexia de forma direta, sem reforçar involuntariamente preconceitos e, ao mesmo tempo, sem cair numa armadilha motivacional. Para ele, foi muito importante o conhecimento de casos de crianças com dislexia e como levam uma vida natural, e como são capazes de realizar atividades de forma espetacular. Toller cita personalidades famosas disléxicas que, em suas áreas de atuação, destacaram-se: Leonardo Da Vinci, Steven Spielberg, Walt Disney, Agatha Christie, Tom Cruise. “Em nossa dramaturgia, a personagem com dislexia, Júlia, é uma menina vibrante e sabida. Ela está preocupada em encenar uma peça de teatro para o irmão, e suas limitações com a leitura e escrita não interferem em sua criatividade. Ao contrário: por sua inteligência apurada – como é comum aos disléxicos, já que precisam encontrar meios próprios de lidar com essas características –, ela é capaz de surpreender até mesmo quem a conhece bem.”

 

Sobre a personagem principal, a diretora Vivi Mori, que divide a direção com Luciano Gentile, comenta: “Júlia é uma menina muito criativa, entusiasmada, inteligente e sagaz. Passa seus dias criando maquetes e desenhos de cena. Está sempre usando diferentes figurinos, pedaços de fantasias e adereços. Caminha como se estivesse o tempo todo dentro de um espetáculo, de um mundo fantástico, fruto de uma imaginação fértil que não tem fim. Quem nunca viu alguma criança vestida de Mulher Maravilha, Elsa, Pequena Sereia, Homem Aranha ou Batman, andando pela casa ou pelo shopping de mãos dadas com seus pais? Júlia é uma dessas crianças, com um mundo interior fascinante, que vivencia uma história após outra”.

 

Peça dentro da peça

 

Nesta adaptação contemporânea brasileira, a equipe de criação manteve a estrutura original da peça Sonho de uma Noite de Verão, de William Shakespeare, uma peça dentro da peça, trazendo a história para os dias atuais com texto de Alessandro Toller, canções de Miguel Briamonte e trilha sonora incidental de Edson Luciano. “A pessoa disléxica ainda é tida como preguiçosa e/ou pouco rigorosa frente aos desafios que lhes são propostos. A ideia do musical é difundir o conhecimento sobre o transtorno do neurodesenvolvimento e contribuir para a eliminação do preconceito”, afirma Luciano Gentile.

 

A história

 

No original britânico tem-se que, às vésperas do casamento de Teseu com Hipólita, um grupo de artesãos iletrados, apaixonados por teatro, decide montar um espetáculo para as comemorações dessa união, onde o jogo teatral ganha mais importância que o texto. Na adaptação contemporânea brasileira tem-se que, às vésperas do casamento de seu irmão mais velho, Júlia, também apaixonada por teatro, disléxica não-diagnosticada, decide montar um espetáculo sem texto falado como presente para o matrimônio de seu amado irmão. A pequena encenadora construirá um conjunto de imagens que revelará um universo poético e uma percepção sagaz sobre o mundo contemporâneo. Vivi e Luciano ressaltam a importância da parceria entre a equipe de criação da peça e Associação Brasileira de Dislexia para a construção das personagens, elaboração de textos e cenas, assessoria direta às atrizes a aos atores, cantoras e cantores. “É de extrema importância contar com o apoio e suporte do trabalho realizado pela ABD, ao que se refere às informações e orientações sobre a dislexia”, comenta Gentile.

 

Sobre o texto de Alessandro Toller

 

De acordo com o dramaturgo Alessandro Toller, o argumento inicial para desenvolver o texto veio da encenação. Uma família contemporânea está às vésperas do casamento do filho mais velho. A irmã caçula do noivo apresentará “Sonho de uma noite de verão” como presente de casamento ao irmão. É uma similaridade à peça de Shakespeare: para celebrar o matrimônio entre o duque Teseu e a amazona Hipólita, um grupo de iletrados artesãos prepara a encenação do tragicômico amor de Píramo e Tisbe. “Em nossa peça, Júlia, a irmãzinha do noivo, é disléxica. E ela tentará compensar sua dificuldade em ler e decorar o texto teatral com uma encenação cheia de empenho e criatividade”, conta Toller.

 

A ideia da dramaturgia é que durante a noite da véspera do casamento, os integrantes das famílias envolvidas nesta celebração lidem com desafios instaurados por revelações de última hora. “Como se Puck, o duende brincalhão do texto original de Shakespeare, estivesse presente de alguma forma, atando e desatando laços de confiança e amor.” Sobre o processo da dramaturgia, o autor, ressalta, entre as vertentes de pesquisa   para a construção da peça, “o universo da dislexia através de bibliografia específica, de depoimentos de pais e mães de crianças disléxicas e do material disponível pela ABD – Associação Brasileira de Dislexia –, entidade que realiza um trabalho incrível, especializado, e que é referência sobre qualquer aspecto ligado à dislexia”. Os estudos de Toller também investigaram as abordagens críticas sobre “Sonho de uma noite de verão”, em especial pelo ensaísta polonês Jan Kott

 

Sobre a montagem

 

Sobre abordar o tema, os diretores afirmam que a dislexia sempre foi motivo de investigação, de inquietação. “Afinal, ambos tivemos trajetórias como professora e professor das artes cênicas, como artistas educadora e educador, em diferentes instituições, concomitantemente a nossas práticas artísticas autorais. Tal relação com a pedagogia das artes afinou nossos olhares sobre a forma como cada aprendiz lidava com as diferentes frentes que compõem as artes da cena ao vivo, especificamente sobre a relação com o texto teatral”, diz Vivi Mori.

 

“Era, e ainda é, muito comum, um aprendiz ter muita dificuldade em realizar uma leitura em voz alta; no entanto, frente à cena ou à canção, a desenvoltura não parecia daquela mesma pessoa que leu de maneira truncada. Esse, a princípio, descompasso, fez com que fôssemos atrás da causa para este fato. Foi aí que descobrimos o universo desse transtorno de aprendizado que ainda continua pouco falado. Em termos de linguagem, logo verificamos que o teatro musical, por sua ênfase na imagem e som, poderia ser um excelente caminho para pesquisarmos cenicamente essa temática”, explica Luciano Gentile.

 

Vivi conta que ela e Luciano começaram a estudar o tema e buscar referências, sobretudo referências artísticas. Na pesquisa se depararam com interessantes e instigantes livros, artigos e textos não ficcionais sobre o transtorno. “Em relação aos trabalhos artísticos, percebemos que a maioria caía em um certo didatismo, em detrimento à experiência estética. Isso nos deu um parâmetro sobre o perfil da equipe criativa: precisávamos de obsessivas e/ou obsessivos pelo diálogo entre forma e conteúdo; e que tivessem experiência em musicais. A partir desse parâmetro definido, partimos para os convites aos criativos”, conta a diretora.

 

Para o diretor, “a proposta é expor a dislexia como uma outra forma de perceber o entorno, o mundo. Assim como quem tem rinite alérgica vivencia um espaço empoeirado diferente daquela ou daquele que não tem, a pessoa disléxica percebe e constrói linguagem, saberes, por outros caminhos. O espetáculo pontua a necessidade de um rápido diagnóstico, do diálogo entre os entes de uma mesma família, justamente para evitarmos os preconceitos em relação a esse transtorno de aprendizagem”. Para seu desenvolvimento a encenação se inspirou na última fala do texto original Sonho de uma noite de verão, quando a personagem Puck diz: “...pensai somente nisto e tudo estará resolvido: ficaste aqui dormindo, enquanto apareciam estas visões”. Puck aqui é Julia, e “estas visões”, sua família. A medida que o espetáculo transcorre, o público começa a perceber que Julia é uma encenadora que está ensaiando seus próprios parentes. A ideia é que o público possa vivenciar a forma como uma pessoa disléxica percebe o mundo, e não só falarmos de forma didática sobre a dislexia.

 

Sobre a direção musical e as composições de Miguel Briamonte

 

Criar canções para contar uma história é a paixão de Miguel Briamonte, que define o trabalho de utilizar a música como parceira do texto como dramaturgia musical. “A cada música a ser composta, troco figurinha com os diretores para mergulhar na atmosfera da cena, adequando a dramaturgia musical ao momento.” São cerca de 15 músicas compostas especialmente para o espetáculo, numa gama variada de ritmos e estilos, do reggae ao rock passando por baladas. “Musicalmente, o espetáculo está bem colorido nesse sentido”, conta.

 

Cenário e figurino

 

O cenário - inspirado na xilogravura Relatividade, de Maurits Cornelis Escher – é formado por duas escadas de, aproximadamente, 1,60x2,50x1,70, com portinhas laterais e degraus que podem ser abertas como um baú. Alguns adereços e objetos de cena serão retirados do interior desses degraus/baús. As escadas são móveis e podem ser divididas em duas partes, o que abre possibilidades diferentes de desenhos de cena a cada ato. Já os figurinos, com cortes e cores vibrantes, situam-se na fronteira entre o real e o imaginário, o que reforça a ideia de as personagens serem projeções da protagonista Júlia.

 

FICHA TÉNICA

 

SONHO DE UMA NOITE SEM PALAVRAS – Gênero – musical. Texto: Alessandro Toller.  Encenação: Luciano Gentile.  Direção Geral: Vivi Mori & Luciano Gentile. Canções: Miguel Briamonte. Direção Musical: Miguel Briamonte. Trilha Incidental: Edson Luciano. Direção de Movimento: Vivi Mori.

 

Elenco/ PERSONAGENS: Alice Pietra (JULIA, a protagonista), Aline Cunha (ELISA, a mãe), Raphael Mota (ROBERTO, o pai),  Helen Tormina (HELENA, a tia),  Victor Froimain (RÔMULO, o irmão e o noivo),  Dalia Halegua (FERNANDA, a noiva),  Sophie Dalamancco (FADINHA INSTRUMENTISTA),  Tuane Toledo (FADINHA INSTRUMENTISTA). 

 

Cenografia: Luciano Gentile. Cenotécnico: Paulo Dainovskas. Figurino: Daniel Infantini. Designer de Luz: Danielle Meireles. Designer de Som: Edson Luciano. Direção de Produção:  Celia Terpins. Assistentes de ProduçãoAssistentes de Produção: Paula Ravache, Vicky Mori Righini e Dani BezerraAssessoria de Imprensa: Arte Plural. Arte Designer: Fiori Art & Design. Mídia digital: Foyer. Fotógrafo & Videomaker: Enrico Verta. Administração: Imagini. Realização: 5ponto3.

 

O Teatro MorumbiShopping tem como principal característica a diversidade da sua programação e de seu público. Com isso demarca o seu lugar de destaque na cena cultural da cidade tanto pela curadoria quanto pela infraestrutura para realização espetáculos, shows e os mais variados tipos de eventos corporativos. Sempre com uma excelente qualidade artística nas áreas de música, humor, teatro adulto e infantil, o Teatro está instalado no piso G1 do MorumbiShopping e acomoda até 250 pessoas, atendendo todas as normas de acessibilidade.

 

Teatro MorumbiShopping. Avenida Roque Petroni Júnior, nº 1.089, Piso Superior G1, Jardim das Acácias, 04.707-900, São Paulo/SP. Capacidade: 250 lugares. Temporada: 16 de setembro a 29 de outubro. Sábados e Domingos, 15h. Duração: 90 minutos. Classificação: Livre. Ingressos: R$ 40,00 (meia) e R$ 80,00 (inteira). Recomendado para crianças a partir de 6 anos.

Ingressos:

https://bileto.sympla.com.br/event/85629/d/210211/s/1418473

 

 

Assessoria de Imprensa

ARTEPLURAL Comunicação

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