[Crítica] Incompatível com a vida
Sinopse:
Incompatível Com a Vida é um documentário brasileiro dirigido por Eliza Capai que reflete sobre vivências da maternidade. Partindo de registros de sua própria gravidez, a diretora acompanha os relatos de outras mulheres que compartilham experiências parecidas com as dela, trazendo temas como vida, morte e políticas públicas. Selecionado para o Festival do Rio de 2023.
O quê eu achei?
Vencedor nas categorias Melhor Documentário e Melhor Longas ou Médias-Metragens vigésima oitava edição do Festival É Tudo Verdade, essa produção de Eliza Capai não decepciona.
Acompanhando sua gravidez desde a descoberta até o momento em que ela descobre que o filho nasceria, nas palavras da própria mãe, com um buraco na cabeça, ela começa uma luta pela aquisição do direito de abortar o filho natimorto.
A diretora entrevista mulheres das mais diversas origens, sejam conservadoras ou progressistas, de classe-média ou abastadas, brancas ou negras. Apresentando uma oportunidade de desabafar para as mulheres que tiveram os mais diversos problemas como pressões por motivos religiosos e/ou políticos, dos malefícios causados aos seus relacionamentos com seus companheiros e o sentimento de culpa.
Há um alerta de gatilho no começo mas em nenhum momento o filme tenta amenizar essas dores. Ele parte do princípio de que qualquer coisa pode ser um gatilho devido às experiências pessoais de cada um. Cabe a cada um aprender a lidar com seus traumas.
Através de uma excelente montagem, Capai aborda temas delicados e polêmicos como perda, luto, autonomia feminina e oferece um convite para que sejamos mais empáticos através da auto-reflexão.
Trailer:
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