[News] Maria Firmina dos Reis, Presente!, peça sobre a primeira mulher negra a publicar um romance no Brasil, estreia no Itaú Cultural
Maria Firmina dos Reis, Presente!, peça sobre a primeira mulher negra a publicar um romance no Brasil, estreia no Itaú Cultural
Com direção e atuação da atriz Lena Roque, o espetáculo promove um diálogo entre
o público e a personagem desta escritora e professora negra maranhense, por meio
de pensamentos e poemas deixados em livros como Úrsula (1859). A peça traz para
o tempo presente a voz esquecida e invisibilizada desta filha de uma ex-escravizada
e considerada a primeira escritora abolicionista do país.
De 12 a 22 de outubro (sempre de quinta-feira a domingo), o Itaú Cultural estreia o espetáculo Maria Firmina dos Reis, Presente!, drama lítero-musical com direção e atuação de Lena Roque, que divide com Marcelo Ariel a dramaturgia da montagem. Em cena, a atriz dá vida à escritora negra maranhense Maria Firmina dos Reis (1825-1917). Ela abre uma conversa com o público sobre temas de sua época, mas que se mantém atuais, como escravatura e romantismo, abordados em seus livros, situando-a na história como uma mulher à frente do seu tempo.
As apresentações são gratuitas, como toda a programação do Itaú Cultural. Os ingressos são disponibilizados semanalmente a partir da quarta-feira anterior à apresentação, e devem ser reservados pela plataforma INTI (acesso pelo site www.itaucultural.org.br).
A peça faz uma construção poético-ficcional do que seria um encontro entre passado e presente, entrelaçando pensamentos de diferentes tempos para criar uma expansão e reconstrução da imagem viva de Maria Firmina dos Reis para o futuro. Negra, filha de uma ex-escravizada, ela foi esquecida e invisibilizada, apesar de ser a autora, entre outros, de Úrsula (1859), livro romântico e abolicionista, considerado o primeiro romance de autoria negra e feminina do Brasil.
“Me deparei com a obra da Maria Firmina dos Reis em 2022, na reabertura do Museu do Ipiranga, quando eu era uma das atrizes convidadas para representar personagens históricos. Ali, conheci o diretor Marcelo Ariel, que me convidou para um projeto sobre a autora. Acabamos chegando a esse espetáculo”, conta Lena. “Pesquisamos suas poesias e os autos de bumba-meu-boi. Daí partimos para as cinco canções da peça. Trata-se de poesias de Maria Firmina, que foram musicadas e arranjadas pelo pianista Roberto Mendes Barbosa, que divide a cena comigo junto do percussionista André Gonçalves”, completa.
Atemporal
Nesse mix entre passado e presente, textos de Maria Firmina tirados de livros como Úrsula, A Escrava (1887), Cantos à Beira Mar (1871) e Gupeva (1861) se entrelaçam às perguntas que aparecem no espetáculo, em áudios gravados pelas escritoras e intelectuais negras da contemporaneidade Cidinha da Silva, Eliana Alves Cruz e Luciana Diogo. Assim, abre-se uma conversa entre Maria Firmina e elas, e a plateia, convidada a interagir com a personagem.
A concepção cênica também foi pensada para fazer a protagonista transitar em diferentes tempos. Os figurinos e o espaço cênico criados por Paula de Paoli, trazem o afro-punk em adereços usados pela personagem. O folclore aparece nas danças e o contemporâneo em painéis de led.
“O grande legado da Maria Firmina é que ela viveu à frente do seu tempo. A obra dela refutava a escravidão e dava voz aos escravizados. Ela foi uma mulher negra que escrevia romances e textos abolicionistas em uma época em que só homens ocupavam esse lugar. Isso foi inovador”, afirma Lena.
Sobre elenco e direção
Lena Roque é atriz formada em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo ECA/USP (1995). É diretora teatral, dramaturga e roteirista. No cinema, integrou longas como Domésticas, de Fernando Meirelles e Nando Olival (prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Recife), e Quanto Vale ou é Por Quilo?, de Sergio Bianchi, entre outros, e na TV esteve no elenco de novelas na Globo, Record, SBT. No teatro, atuou em 22 espetáculos, entre eles Louca de Amor, Quase Surtada, com texto e codireção de sua autoria, e com o qual esteve em cartaz por 10 anos.
Marcelo Ariel é poeta, ensaísta e teatrólogo nascido em Santos-SP. É autor de publicações, como Nascer é um incêndio ao contrário (Kotter, 2020) e Subir pelo Inferno, descer pelo céu (Kotter Editorial, 2021), entre outros. Em 2022, integrou o júri do Prêmio Jabuti. É colaborador das revistas Quatro Cinco Um, EGaláxia e Cult. No teatro, seus trabalhos mais recentes são Vila Parisi, dramaturgismo feito para o Coletivo 302, de Cubatão, vencedor de dois Prêmio Shell, em 2023. Coordena desde 2016 cursos livres de escrita, poética e filosofia em São Paulo.
Roberto Mendes Barbosa é cantor, compositor, pianista e maestro. Começou sua estreita relação com a música aos 5 anos, quando foi cantar na igreja, e aos 16 anos passou a estudar piano. Em 1996, fundou a Oficina de Arte e cultura de São Paulo, onde exerce as funções de diretor Presidente, professor e maestro titular. Em 2015, passou a fazer parte do Bloco Ilú Inã, sob orientação do Mestre Fernando Alabê. Faz parte do quadro de percussão (caixa) do bloco e a gravação de um EP com sua obra.
Jorge Balbyns é formado como bailarino pela Técnica Klauss Vianna, iniciando seus estudos com o próprio Klauss e mais tarde aprofundando os conhecimentos didáticos com seu filho, Rainer Vianna. Pesquisa e estuda a linguagem teatral desde 1983, e desenvolve trabalhos como preparador corporal e diretor desde 1987. Foi integrante do Grupo Quase Mudo, dirigido por Jussara Muller e Marines Callori. Participou de diversos vídeos/arte com o Grupo Babado de Chita em 2020. Fez direção de movimento da atriz Lena Roque no espetáculo Louca de Amor - quase surtada, de 2013 a 2015, e direção de voz e movimento do espetáculo Como Matar Baratas, em 2022.
Paula de Paoli é arquiteta, cenógrafa, figurinista, designer gráfico e ilustradora, com pós-graduação em design de hipermídia e Mestre em Arquitetura, Urbanismo e Design. Cursou Cenografia com J.C. Serroni no Centro de Pesquisa Teatral – CPT, núcleo Antunes Filho, e é formadora convidada da SP Escola de Teatro nos cursos de Cenografia e Técnicas de Palco. Atuou como cenógrafa, figurinista e designer gráfico em espetáculos, exposições, novelas e musicais - com indicação ao prêmio Bibi Ferreira. Participou de seis edições da Quadrienal de Praga como colaboradora e designer e recentemente, como integrante da equipe curatorial da PQ 2023.
Ficha Técnica:
Livre adaptação a partir dos textos de Maria Firmina dos Reis (1825-1917)
Ideia Original: Marcelo Ariel
Dramaturgia: Lena Roque e Marcelo Ariel
Direção / Concepção / Atuação: Lena Roque
Direção Musical /Pianista: Roberto Mendes Barbosa
Direção Corpo e Voz: Jorge Balbyns
Orientação e Artes Visuais: Marcelo Ariel
Figurinos e Espaço Cênico: Paula de Paoli
Iluminação/ Operação Luz: Roseli Marttinely
Percussionista: André Gonçalves
Produção Executiva /Administração: Robson Miranda
Produção de Áudio e Trilha Sonora: Flávio Pereira
Adereços Firmina (chifres/óculos/bracelete/
Fotos: Pedro Jackson
Social Media: Carolina Romano
Visagismo: Érica Ribeiro
Articulação Cultural: Alexandra Ucanda
Registro Vídeo: Thi Cunha
Boneca Firmina: Maria Virou Átomo-Bonecas Intuitivas
Produção Gráfica: Marcelo Ariel
Vozes off Escritoras: *Eliana Alves Cruz, Cidinha da Silva, Luciana Diogo
Voz Off Rosa Negra: Maria Iracema Roque
Costureira: Zezé de Castro
Direção de Produção: Lena Roque
Realização: La Rô Produções Artísticas LTDA
SERVIÇO
Estréia do espetáculo Maria Firmina dos Reis, Presente!
De 12 (*) a 15 e de 19 a 22 de setembro (sempre de quinta-feira a domingo)
De quinta-feira a sábado, às 20h, e aos domingos e feriados, às 19h
(*) No feriado de 12 de outubro, a sessão é realizada às 19h
Na Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Duração: 60 minutos
Capacidade: 224 lugares
Classificação Indicativa: 14 anos (linguagem culta)
Entrada gratuita. Reservas de ingressos na semana anterior às sessões através plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br
PROTOCOLOS:
- É necessário apresentar o QR Code do ingresso na entrada da atividade até 10 minutos antes do seu início. Após este horário, o ingresso não será mais válido.
- A bilheteria presencial abre uma hora antes do evento começar, para retirada de uma senha para posteriormente ser trocada pelos ingressos de pessoas que não compareceram.
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô
De terça-feira a sábado, das 11h às 20h.
Domingos e feriados 11h às 19h
Informações: pelo telefone (11) 2168.1777 e wapp (11) 9 6383 1663
E-mail: atendimento@itaucultural.org.
Acesso para pessoas com deficiência física
Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
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