[News]Sucesso no cinema, "Entre Nós" ganha primeira adaptação para o teatro

Foto de Renato Mangolin

Sete jovens viajam para uma casa de campo e decidem escrever cartas destinadas a eles mesmos, para serem abertas dez anos depois. No entanto, a viagem acaba em tragédia, com a morte de um dos amigos. O que o reencontro deles trará à tona? Assim se desdobra a trama de "Entre Nós", que estreia no Teatro Candido Mendes, em Ipanema, temporada de 11 de novembro a 03 de dezembro, aos sábados e domingos, às 18h.

Com direção de Ingrid Manzini, o espetáculo é uma adaptação inédita feita por Bernardo Coimbra do aclamado filme "Entre Nós", de 2013, dirigido e roteirizado por Paulo Morelli. Nas telonas, a produção contou com nomes como Caio Blat, Carolina Dieckmann e Maria Ribeiro no elenco e conquistou diversos prêmios no Brasil e no exterior.

- É bastante desafiador fazer uma adaptação de um filme uma vez que o cinema nos marca fortemente com as imagens e a possibilidade realista dos acontecimentos. No palco, meu objetivo é abrir espaço para a poesia dos acontecimentos e para as conexões tortuosas pelas quais esses personagens se ligam - analisa Ingrid Manzini.

O enredo perpassa dois momentos do grupo: o de intensa amizade e esperança na juventude e a reunião, após uma década, acendendo antigas paixões, novas frustrações e um segredo mal enterrado em meio aos dilemas da vida adulta. Trata-se também de uma abordagem sobre as transformações políticas e socioeconômicas em contextos distintos do Brasil: 2012 e 2022. A peça é a primeira da companhia "Teatro do Cais", formada por jovens atores formados pela Companhia de Artes de Laranjeiras (CAL).

- Vemos muitas peças virando filmes, mas poucos filmes virando peças. A experiência in loco do teatro acarreta diversos obstáculos para a adaptação. “Entre Nós” é um roteiro original do Paulo Morelli rico em poesia e lindos planos cinematográficos. A dificuldade era transpor essa poesia para o palco. Com isso, são pensados em outros recursos, outras linguagens e formas de narrativa, mas sem, em nenhum momento, perder a essência da história desses jovens escritores. Ser um escritor tendo a oportunidade de escrever sobre escritores é uma delícia - revela Bernardo Coimbra.

Memórias e fantasmas do passado

Em 2012, sete jovens escritores se reúnem para passar um final de semana na serra e decidem escrever cartas para serem abertas no futuro. A viagem, porém, acaba de forma trágica com a morte de um dos amigos. Dez anos depois do incidente os amigos se reencontram, agora com os sentimentos e conflitos submersos nas circunstâncias da vida adulta. O grupo encontra com seus fantasmas do passado, medos antigos, velhas angústias, ilusões, esperanças e frustrações. O reencontro traz à tona também o dilema moral do protagonista Felipe (Bernardo Coimbra), que luta em silêncio contra o fardo de uma decisão tomada há alguns anos, quando publicou os manuscritos do seu melhor amigo como se fossem de sua própria autoria. Rafael (Marlon Vares), o verdadeiro autor do texto que consagrou Felipe como um escritor prestigiado, morreu no volante ao seu lado em um trágico acidente de carro. Felipe carrega na consciência a dura responsabilidade pelo seu segredo. E, a depender do que Rafael tenha escrito em sua carta, todos podem descobri-lo.

Ficha técnica:

Baseado no roteiro de Paulo Morelli

Direção: Ingrid Manzini

Adaptação: Bernardo Coimbra

Elenco: Antonio Rockenbach, Bernardo Coimbra, Camila Pacheco, Carolina Matos, Letícia Pinheiro, Marlon Vares, Pedro Dias Lemos e Sued Lincoln

Iluminação: Wilson Reis

Cenografia: Victor Aragão

Assistência de direção: Vitor Louzada

Figurino: Letícia Pinheiro

Assistência de figurino: Bernardo Coimbra

Trilha sonora: Rodrigo Parcias

Design Gráfico: Rita Ariani